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Festival de Veneza consagra mulheres com prêmios de melhor filme, direção e roteiro
O grande premiado do festival em 2021 foi ‘L’Événement’, filme sobre aborto dirigido pela francesa Audrey Diwan
A edição de 2021 do Festival de Veneza chegou ao fim no último sábado, dia 11, com a premiação dos melhores filmes. O Leão de Ouro, principal prêmio do evento, ficou com uma mulher: Audrey Diwan, diretora de ‘L’Événement’ (‘Happening’, em inglês), produção que fala do polêmico tema do aborto. Já o Leão de Prata, de melhor direção, foi para Jane Campion com ‘The Power of the Dog’.
Na trama de ‘L’Événement’ acompanhamos uma jovem estudante que decide fazer um aborto clandestino, em 1963. Na época, o procedimento era considerado crime na França mas é a única saída que a moça tem para que possa terminar seus estudos.
O longa-metragem retrata uma sociedade que condena o desejo das mulheres e o sexo em geral. Ainda que seja ambientado há quase 60 anos, sabemos que o mundo evoluiu, mas nem tanto, vide o exemplo do aborto ainda ser considerado crime em diversos países mundo, inclusive no Brasil.
Diwan foi a quarta mulher na história a conquistar o prêmio máximo de Veneza. A indiana Mira Nair foi a primeira, em 2001, com ‘Um Casamento à Indiana’; nove anos depois foi a vez da norte-americana Sofia Coppola, que ganhou em 2010, por ‘Somewhere’; e, em 2020, Chloé Zhao também saiu vitoriosa com ‘Nomadland‘ – que depois levaria três Oscars: melhor filme, atriz e direção, colocando Zhao na história. Vale o lembrete de que o Leão de Ouro existe desde 1946 e só em 2001 uma representante feminina conseguiu vencer. Voltando à ‘L’Événement’, o longa é a adaptação de um livro homônimo escrito pela francesa Annie Ernaux.
Outras mulheres consagradas
Audrey Diwan não foi o único destaque de Veneza. Outros nomes femininos se consagraram também. O prêmio de melhor roteiro ficou com Maggie Gyllenhaal, pela adaptação do livro ‘A Filha Perdida’, de Elena Ferrante. O filme, que tem o mesmo título, é a estreia de Gyllenhaal como diretora e roteirista de um longa-metragem. O já mencionado Leão de Prata, de direção, ficou com Jane Campion e ‘The Power of the Dog’. Campion é um nome reconhecido no mercado cinematográfico, tendo sido a primeira mulher a ganhar a Palma de Ouro, em Cannes, com ‘O Piano’ – pelo qual também ganhou o Oscar de melhor roteiro original. É uma das poucas mulheres já indicadas ao Oscar por melhor direção. Nas atuações, Penélope Cruz ficou com o prêmio de melhor atriz por ‘Madres Paralelas’, novo drama de Pedro Almodóvar. O filme gira em torno de três mães e expande suas representações anteriores da feminilidade. O foco são mães imperfeitas, assim como em seus trabalhos anteriores que exploravam esse tema, como em ‘Tudo Sobre Minha Mãe‘ e ‘Dor e Glória’. Na mostra paralela Orrizonti/Horizons, a realizadora Monica Stan ao lado de George Chiper-Lillemark) foi premiada por ‘Imaculat’ com o Leão do Futuro. O filme que conta a história de Daria, uma moça que entra na reabilitação para largar o vício em drogas e se torna a protegida pelos outros viciados, na maioria homens.
Veja abaixo todos os vencedores do Festival de Veneza:
Leão de Ouro
‘Happening’, de Audrey Diwan
Leão de Prata – Grande Prêmio do Júri
‘A Mão de Deus’, de Paolo Sorrentino
Leão de Prata de direção
Jane Campion (‘The Power of the Dog’)
Coppa Volpi de atriz
Penélope Cruz (‘Madres Paralelas’, de Pedro Almodóvar)
Coppa Volpi de ator
John Arcilla (‘On the Job: The Missing 8’, de Erik Matti)
Prêmio Especial do Júri
‘Il Buco’, de Michelangelo Frammartino
Roteiro
Maggie Gyllenhaal (‘The Lost Daughter’)
Prêmio Marcello Mastroianni
Filippo Scotti (‘A Mão de Deus’)
Mostra Orrizonti/Horizons
Filme
‘Pilgrims’, de Laurynas Bareisa
Leão do Futuro – Luigi De Laurentiis de melhor estreia
‘Imaculat’, de Monica Stan e George Chiper-Lillemark