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Em ‘Fetiches’, desejos e fronteiras do sexo ganham uma camada de humor
Diretores David e Stéphane Foenkinos falam sobre o desafio de dirigir um filme sobre sexo sem nudez e a ansiedade em lançar a obra no Brasil
Ultimamente, não está fácil de falar sobre sexo nos cinemas. Afinal, o tema foi se transformando aos poucos em tabu enquanto plataformas de streaming tentam deixar as cenas cada vez menos explícitas, de olho em um público mais amplo, e Hollywood se preocupa com a condução dessas sequências. ‘Fetiches’, então, sai pela tangente: fala sobre a “ideia de sexo”.
‘Fetiches’, lançamento da semana para aluguel ou compra nas plataformas de streaming, é uma junção de histórias sobre pessoas que lidam com as fantasias sexuais a partir de diferentes desejos e perspectivas. Dirigido pelos irmãos David e Stéphane Foenkinos, o longa-metragem traz várias histórias, separadas por esquetes, ampliando as possibilidades de uma narrativa sobre esse tema.
E como assim? “Ideia de sexo”? A expressão é dos cineastas. “‘Fetiches’ é mais um filme sobre a ‘ideia’ de sexo do que relato gráfico da sexualidade”, diz a dupla, em resposta conjunta por e-mail, sobre esse puritanismo disfarçado de Hollywood. “Como é essencialmente uma comédia, as motivações dos personagens são mais importantes do que a nudez”.
Nascimento de ‘Fetiches’
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A ideia toda de ‘Fetiches’, aliás, veio da Austrália com ‘A Pequena Morte’, outro filme que também trata da nudez de forma um pouco mais tímida. “[Esse filme] nos intrigou o suficiente para elaborarmos nossa versão”, dizem. “Mantivemos o conceito e algumas histórias, mas imaginamos novas situações que nunca tínhamos visto na tela. Mas todos eles existem”. Depois disso, veio um desafio que abala (e assusta) até mesmo cineastas mais experientes – imagine, então, essa dupla de diretores tão novos: contar uma história dividida em episódios, mas mantendo a coerência por trás de tudo. A dupla, que antes dirigiu os filmes ‘A Delicadeza do Amor’ e ‘Jalouse’, conta que realmente não foi uma tarefa fácil. Mas deu certo. “Era muito difícil reunir uma história e desenvolver personagens em 10 ou 20 minutos. E também não podíamos abordá-los como curtas-metragens, pois sempre tínhamos que ter em mente o filme como um todo”, contam. “Além disso, precisávamos dos melhores atores [pra isso]. Tivemos sorte de ter um elenco tão incrível. De Karin Viard a Monica Bellucci, Carole Bouquet, Denis Podalydès ou Jean-Paul Rouve. Todos estavam ansiosos para sair de sua zona de conforto e defender personagens inusitados”.
Lançamento no Brasil
Em terras brasileiras, o filme faz o mesmo caminho da produção original ‘A Pequena Morte’, estreando por aqui em plataformas de vídeo sob demanda. Os irmãos celebram que estão fazendo cinema em um momento em que um filme pode viajar dessa forma, ainda que sintam falta da telona. Mas, segundo eles, já vale pela democratização do acesso. “Tivemos a sorte de começar nossa carreira quando o lançamento de um filme nos cinemas ainda era um evento”, respondem os dois. “Hoje em dia, as plataformas diminuíram nossa atenção, mas permitem que um público muito mais amplo descubra histórias, atores e mercados que não teriam testado de outra forma. Nós realmente esperamos que usuários brasileiros de VOD apreciem e se surpreendam com a história de ‘Fetiches’”.