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"Achei que teria mais voz", diz George Lucas sobre 'Star Wars' na Disney
Em entrevista, Lucas disse que preferiu cuidar da filha e, por isso, abriu mão da saga que criou - mas achou que seria consultado pelos novos donos
Renan Martins Frade | 07/12/2020 às 18:35 - Atualizado em: 08/12/2020 às 12:52
"Abrir mão foi muito, muito doloroso". Assim define George Lucas sobre a venda da LucasFilm - e a sua principal joia, a franquia 'Star Wars' - para a Disney, em 2012. O cineasta e empresário falou sobre a polêmica em entrevista ao escritor Paul Duncan para o livro 'The Star Wars Archives: Episodes I-III 1999-2005', que acaba de ser lançado nos EUA. No contexto geral, Lucas teve que fazer uma escolha de vida - e achou que teria mais voz nos novos filmes.
O autor compartilhou no Twitter 1" class="rank-math-link">as páginas de seu livro com a entrevista.
"Na época, eu estava começando a próxima trilogia [aquela que acabaria sendo a da Disney]; eu tinha falado com os atores e estava começando a preparar", explica o cineasta. "Eu também estava para ter uma filha com minha esposa. Demora dez anos para fazer uma trilogia - os Episódios I a III foram feitos entre 1995 e 2005. Eu ainda estaria trabalhando no Episódio IX. Em 2012, eu tinha 69 anos. Então a pergunta era: "eu vou continuar fazendo isso pelo resto da minha vida? Eu quero passar por tudo isso novamente? Então eu decidi que preferia criar minha filha e aproveitar a vida um pouco."

Além disso, o cineasta considerou que continuar com a LucasFilm e colocar alguém para comandar a produção "não seria uma aposentadoria", já que acabaria envolvido de qualquer jeito. "Eu tentei isso de certa forma com 'O Império Contra-Ataca' e 'O Retorno de Jedi' [que têm outros diretores], mas não consegui. Eu estava lá todos os dias. Mesmo entre pessoas que eram amigos e faziam um grande trabalho, não era o mesmo que eu fazendo. Eu sou um desses caras que faz microgerenciamento, e eu não posso evitar."
A declaração de George Lucas traz um pouco mais de contexto para a venda da LucasFilm para a Disney, que custou US$ 4,05 bilhões para o grupo de mídia - um valor que, hoje, podemos considerar baixo. Só a bilheteria dos três novos episódios da Saga Skywalker rendeu uma bilheteria global de cerca de US$ 4,4 bilhões nos cinemas. Ainda que só uma parte desse valor vá para a Disney, o grupo passou a usar a marca em seus parques e 'Star Wars' é um dos pilares da plataforma de streaming Disney+, por exemplo.
"Eu dediquei a minha vida criando 'Star Wars' - 40 anos - e abrir mão disso foi muito, muito doloroso. Mas era o certo a fazer."

Voz nos novos 'Star Wars'
No entanto, George Lucas revelou que tinha a esperança de, sim, ser consultado sobre os rumos da franquia com os novos donos. "Eu achei que teria mais o que dizer nos próximos três [filmes] porque eu já os havia iniciado, mas eles decidiram que queriam fazer outra coisa. As coisas nem sempre funcionam da forma que a gente quer. A vida é assim."
Vale lembrar que, para 'O Despertar da Força', o diretor e co-roteirista J.J. Abrams chamou o veterano Lawrence Kasdan - amigo de longa data de George Lucas e que escreveu os roteiros de 'O Império Contra-Ataca' (quando criou o Yoda) e de 'O Retorno de Jedi'. Larry, como é conhecido, também trabalhou no primeiro longa de Indiana Jones e, mais recentemente, em 'Han Solo: Uma História Star Wars'. Depois, a LucasFilm preferiu seguir um caminho ainda mais distante dos criadores originais.
Saiba mais sobre todos os filmes de 'Star Wars' e como eles se conectam
Como será que teria sido essa nova trilogia de 'Star Wars' originalmente idealizada por George Lucas? Uma coisa é quase certeza: ainda não teríamos visto o Episódio XII nos cinemas - agora, se a conclusão seria ou não melhor aprovado pelo público, não temos como saber...
Jornalista especializado em cinema, TV, streaming e entretenimento. Foi anteriormente editor do Judão e escreveu para veículos como UOL, Superinteressante e Mundo dos Super-Heróis. Também trabalhou com a comunicação corporativa da Netflix.
Jornalista especializado em cinema, TV, streaming e entretenimento. Foi anteriormente editor do Judão e escreveu para veículos como UOL, Superinteressante e Mundo dos Super-Heróis. Também trabalhou com a comunicação corporativa da Netflix.
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