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O governo do estado de São Paulo anunciou nesta sexta-feira, 3, que cinemas, teatros e demais espaços culturais poderão reabrir as portas já na fase amarela do Plano São Paulo. Anteriormente, esses espaços só tinham autorização para reabertura na fase azul, com regras mais permissivas. A informação de reabertura foi adiantada pelo telejornal SPTV, da TV Globo.
Com isso, cinemas já terão autorização para reabrir as portas na cidade de São Paulo e na região do ABC. No entanto, a previsão é de que isso aconteça somente a partir de 27 de julho, com a fase amarela já estabilizada. Vale dizer, também, que haverá regras específicas e delimitação na circulação.
“O funcionamento está previsto depois que a região tiver estabilidade de quatro semanas na fase amarela. Não queremos um funcionamento imediato”, disse a secretária de Desenvolvimento Econômico do estado de São Paulo, Patrícia Ellen, durante a tradicional coletiva do governo.
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Além disso, representantes do setor irão apresentar um plano de reabertura já na próxima semana. Se aprovado, os espaços reabrirão para o público. Por enquanto, só a Capital e o ABC estão na fase amarela — a terceira etapa do plano. Enquanto isso, o interior do estado não passa da fase laranja. Sorocaba, por exemplo, que faz divisa com a Região Metropolitana, permanece na fase vermelha — mesmo tendo trânsito de pessoas.
Regras para reabertura
Para essa reabertura, o governo do estado elaborou, junto de agentes dos setores, um protocolo geral. No caso das salas de cinema, a lotação não poderá ultrapassar 40% de sua capacidade. Além disso, os cinemas devem organizar as saídas, priorizar a higiene e ter funcionamento de 6 horas. Algumas das medidas, porém, chamam a atenção. Por exemplo: em uma das normas do novo protocolo, o governo do estado afirma que familiares e habitantes de uma mesmo residência não terão “a distância mínima entre eles não aplicável”. Mas não há explicações de como fiscalizar essa medida. No entanto, é importante ressaltar: esses protocolos são pontos de partida para que os prefeitos conversem com os setores, internamente. Dessa forma, será possível entender as demandas de cada região, colocar aspectos específicos de cada setor e determinar como o protocolo será seguido ali. Vale lembrar que, atualmente, São Paulo conta com 290 mil infectados com covid-19 e cerca de 15 mil mortes — com um crescimento de 250 casos, em média, por dia. O estado continua sendo o epicentro de infecção do novo coronavírus no Brasil, ao lado de Rio de Janeiro e estados do Nordeste.
Polêmicas
A programação para reabertura dos cinemas em São Paulo tem provocado reações adversas. Quando o governo anunciou que espaços culturais estavam apenas na última fase do plano, em meio, André Sturm, diretor do Belas Artes, reagiu de maneira adversa aos planos governamentais. “Essa quarentena não faz sentido. Vão quebrar todos os cinemas de São Paulo”, disse ele, na ocasião. Além disso, Sturm afirmou que se a reabertura não fosse revista, as redes do setor não terão outra solução. “Espero que o governo venha à público e fale que se enganou”, afirma Sturm. Já o empresário francês Jean-Thomas Bernardini não gostou da ideia de abrir as portas de suas duas unidades do Reserva Cultural antes da hora. “A curva está subindo, a ciência mundial fala que é momento de quarentena. E já estão discutindo de abrir as salas? Não abro meu cinema”, disse ele. Por fim, o Filmelier ouviu a opinião de um infectologista sobre a reabertura. E ele se mostrou preocupado. “Não é o momento de pensar em reabertura, ainda mais de cinemas”, disse o médico Marcelo Otsuka. “É um ambiente arriscado demais para pessoas irem nesse estágio da pandemia”.