Eterno Indiana Jones e Han Solo, Harrison Ford é ícone absoluto de Hollywood Eterno Indiana Jones e Han Solo, Harrison Ford é ícone absoluto de Hollywood

Eterno Indiana Jones e Han Solo, Harrison Ford é ícone absoluto de Hollywood

Depois de dar adeus para o personagem mais amado de ‘Star Wars’, Ford também está aposentando o chapéu e o chicote de Indy

Matheus Mans   |  
27 de junho de 2023 10:00
- Atualizado em 26 de junho de 2023 22:10

Indiana Jones e a Relíquia do Destino está chegando aos cinemas nesta quinta-feira, 29 de junho, e traz consigo a empolgação dos fãs de uma das franquias mais queridas do cinema. O filme marca o retorno de Harrison Ford ao papel icônico do arqueólogo aventureiro, colocando-o novamente no centro das atenções – e também marcando a aposentadoria do chicote e do chapéu, sendo também este seu último filme como Indy. 

Mas Harrison Ford, aos 81 anos, continua a provar que sua presença na tela grande é inigualável, e seu carisma cativa gerações de espectadores com personagens icônicos.

Surge Henry Ford. Ou melhor, Harrison Ford

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Henry Ford Jr. nasceu em 13 de julho de 1942 em Chicago, Illinois, e cresceu em uma família de classe média. Seu interesse por atuação começou a florescer durante os tempos de universidade, quando participou de peças teatrais. No entanto, sua carreira no cinema só começou a decolar após um início difícil. Ford foi elogiado por suas habilidades de carpintaria e se viu trabalhando como carpinteiro para sustentar sua paixão pela atuação. 

A perseverança o levou a pequenos papéis na televisão e, eventualmente, a sua grande oportunidade em Loucuras de Verão (1973), de George Lucas. Foi aí que sua parceria com Lucas se iniciou, culminando em um dos personagens mais emblemáticos de sua carreira.

Ford fez sua estreia em Loucuras de Verão (Crédito: Reprodução)

Harrison Ford conquistou o coração do público ao dar vida a Han Solo na saga Star Wars. Sua interpretação do contrabandista espacial cativou a todos, tornando-se um marco da cultura pop. Ford também protagonizou outro personagem icônico, o arqueólogo aventureiro Indiana Jones, que o consagrou como um herói de ação inesquecível. Seu desempenho convincente e sua química com o diretor Steven Spielberg trouxeram vida e autenticidade a cada momento da franquia. Filmes como Os Caçadores da Arca Perdida (1981), Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984) e Indiana Jones e a Última Cruzada (1989) cimentaram seu status como um dos atores mais talentosos e amados de sua geração.

Para além do Harrison Ford dos blockbusters

Ao longo de sua carreira, Harrison Ford estabeleceu uma impressionante variedade de personagens, demonstrando sua habilidade de se adaptar a diferentes gêneros e desafios artísticos. Além de seus papéis icônicos como Han Solo e Indiana Jones, ele também deixou sua marca em filmes que exploraram uma ampla gama de gêneros e temáticas.

Um dos trabalhos mais notáveis de Harrison Ford ​​foi em Blade Runner (1982), de Ridley Scott. Nesse filme de ficção científica distópica, ele interpreta Rick Deckard, um caçador de androides, em uma performance marcante que se tornou um marco do gênero. Sua atuação sombria e contemplativa deu vida ao complexo protagonista e ajudou a estabelecer o filme como um clássico cult. “[Era um filme] à frente de seu tempo”, disse o ator ao site The Globe and Mail.

Outro ponto alto em sua carreira veio com o interessante drama de suspense A Testemunha (1985), pelo qual recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator. Nesse filme dirigido por Peter Weir, Harrison Ford interpretou um detetive da polícia que se infiltra em uma comunidade Amish para proteger uma testemunha importante. Sua atuação contida e emocionalmente poderosa rendeu elogios da crítica e consolidou sua reputação como um ator versátil.

Atuação de Ford em A Testemunha lhe rendeu uma indicação ao Oscar (Crédito: Paramount Pictures)

Ford também se aventurou no mundo dos thrillers de ação, com filmes como Jogos Patrióticos (1992) e O Fugitivo (1993). Em ambos os filmes, o astro americano demonstrou sua habilidade em interpretar personagens corajosos e determinados, envolvidos em tramas cheias de suspense e reviravoltas. Sua presença magnética na tela e sua capacidade de transmitir emoções sutis ajudaram a elevar esses filmes a um patamar superior.

Ao analisar os caminhos de sua carreira nos últimos anos, podemos observar uma variedade de projetos que destacam seu compromisso com personagens desafiadores e narrativas envolventes. Em Força Aérea Um, ele interpretou o presidente dos Estados Unidos em um thriller de ação tenso e emocionante. Em 42: A História de uma Lenda (2013), ele interpretou o icônico executivo de beisebol Branch Rickey, mostrando sua habilidade em trazer figuras históricas à vida. Este último, aliás, foi elogiado por Ford recentemente como um dos filmes que mais lhe agradou ao longo de sua longa carreira.

“Tenho orgulho de 42. Tenho orgulho de K-19: The Widowmaker, onde interpretei um capitão de submarino russo. Mas acho que são bons filmes – é por isso que tenho orgulho deles. Cada filme tem seu próprio destino, e eu não volto atrás e analiso a experiência”, diz Harrison Ford.

Mais produtividade e vitalidade

Em 2002, Ford chegou a declarar que só trabalharia uma vez por ano, diminuindo o ritmo de seus trabalhos. No entanto, depois da pandemia, as coisas mudaram: em 2023, o astro pode ser visto em 1923, Falando a Real e, é claro, em Indiana Jones e a Relíquia do Destino. O que mudou? “A resposta mais simples é provavelmente a mais verdadeira: depois de dois anos sentado durante o COVID e esperando alguns anos para Indiana Jones começar, eu não tinha feito tanto trabalho quanto queria. Eu queria fazer coisas diferentes”, diz o ator, em uma das entrevistas mais sinceras de sua carreira, ao Hollywood Reporter.

Hoje, ele parece estar abraçando cada vez mais o desconhecido, em papéis em séries, e também tendo orgulho de sua velhice – ele conta, nessa mesma entrevista, que tiraram quase todas as piadas sobre a velhice de Indiana Jones no novo filme e que isso se tornou algo pelo qual o personagem pode se orgulhar. Ele, afinal, se orgulha da idade que tem. 

“Eu gosto de interpretar um velho. Se eu não estivesse me divertindo, pararia de fazê-lo”, diz o ator. E vai continuar atuando? “Acho que é o lugar onde me sinto mais útil. É o que eu mais sei. Perdi minhas habilidades como carpinteiro. Eu nunca toquei violino. Mas me sinto à vontade lutando para saber como transformar palavras em comportamento. Ler uma página e contar uma história. Ainda estou empolgado com a perspectiva de contar uma história. Acho que esta é uma ocupação de serviço – contar histórias. Nós precisamos disso. Quer se trate de cavernas ou princípios religiosos, adoramos contar histórias”.

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