Jean-Louis Trintignant, de ‘Amor’, morre aos 91 anos
Jean-Louis Trintignant, um rosto conhecidíssimo na França, morreu nesta sexta-feira, 17, aos 91 anos. O ator trabalhou com importantes cineastas como Michael Haneke, Krzysztof Kieslowski, Eric Rohmer, Costa-Gravas, Etore Scola e muitos outros. Um de seus papéis mais conhecidos é em ‘Amor’, de Haneke, filme vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e da Palma de Ouro.
A esposa dele, Mariane Hoepfner Trintignant, disse que o artista “morreu pacificamente, de velhice, esta manhã, em casa, no Gard, cercado por seus entes queridos” ao Le Monde. Jean-Louis Trintignant sofria de câncer de próstata e estava afastado das telas desde 2018, após uma carreira de 60 anos anos como ator, diretor e piloto de automóveis.
Mas, em 2019, o ator chegou a aparecer na continuação de ‘Um Homem, Uma Mulher’ (1966) de Claude Lelouch, 52 anos depois do primeiro filme. E também voltou aos palcos de Paris com uma peça, em dezembro de 2021.
Carreira de Jean-Louis Trintignant
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Nascido em 11 de dezembro de 1930 em Piolenc, na França, ele era casado com a diretora Nadine Trintignant, como citamos acima, e pai de três filhos. Jean-Louis Trintignant era apaixonado por carros de corrida, herança de seus tios. Ele era sobrinho do piloto francês Maurice Trintignant. O ator ficou conhecido no cinema ao trabalhar com Brigitte Bardot em ‘E Deus Criou a Mulher’ (1956), mas teve que interromper a recente carreira devido a Guerra de Independência Argelina, ele foi enviado à Argélia como recruta. Quando voltou à França, ele estrelou o clássico de Claude Lelouch, o supracitado ‘Um Homem, Uma Mulher’ (1966). O filme foi um sucesso e garantiu duas sequências: ‘Um Homem e Uma Mulher: 20 Anos Depois’ (1986) e ‘Os Melhores Anos de Uma Vida’ (2019). Nos anos seguintes, ele trabalhou com Claude Chabrol no drama ‘Les Biches’ (1968), co-estrelado por Stéphane Audran, com quem Trintigant chegou a ser casar em meados da década de 1950. Ele também protagonizou ‘Z’ (1969), de Costa-Gavras, vencedor do Oscar, e estrelou o drama político de Bernando Bertolucci, ‘O Conformista’ (1970). Com Éric Rohmer, ele estrelou ‘Minha Noite Com Ela’ (1969). Trintigant consolidou sua carreira no cinema europeu, porém teve um flerte com Hollywood em ‘Sob Fogo Cerrado’ (1983), thriller político dirigido por Roger Spottiswoode com Ed Harris e Nick Nolte. Ainda na década de 1980, ele fez ‘De Repente num Domingo’ (1983), de François Truffaut, e ‘A Fraternidade é Vermelha’ (1994), de Krzysztof Kieślowski. No final anos 1990 e 2000, Trintigant teve um grande sucesso com o drama vencedor da Palma de Ouro de Michael Haneke, ‘Amor’, em 2012, ao lado de Emmanuelle Riva (que morreu em 2017), como um casal de idosos tentando lidar sozinho após um deles ter um derrame. O filme ganhou uma série de prêmios importantes e Trintigant foi premiado como melhor ator no César, o Oscar da França. Trintigant então apareceu também em outro filme de Haneke, ‘Happy End’, em 2017. Trintigant deixou sua esposa Marianne Hoepfner, com quem se casou em 2000. Ele teve dois casamentos anteriores: Audran, entre 1954 e 1956, e com a cineasta Nadine Marquand, de 1960 a 1976. Ele teve três filhos, incluindo Marie Trintignant, que morreu em 2003.
Jornalista de cultura e entretenimento. Já passou pelo Papelpop, UOL e Revista Claudia escrevendo sobre beleza, moda, cinema, música e TV, e também trabalhou com produção na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Foi redatora do Filmelier.