Filmes

Jô Soares, humorista e apresentador brasileiro, morre aos 84 anos

Jô Soares, um dos maiores ícones da televisão brasileira, da dramaturgia, da literatura e do audiovisual do Brasil, morreu na madrugada desta sexta-feira, 5, em São Paulo. Desde o início do ano o humorista vinha passando por um momento complicado de saúde e estava internado desde o dia 28 de julho no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.

A informação foi divulgada por sua ex-esposa Flávia Pedras, por meio das redes sociais. “Faleceu há alguns minutos o ator, humorista, diretor e escritor Jô Soares. Nos deixou no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, cercado de amor e cuidados. O funeral será apenas para família e amigos próximos.”, disse ela.

Até o momento, a causa da morte de Jô Soares ainda não foi divulgada.

Vida e carreira de Jô Soares

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Apresentador de televisão, humorista, escritor, diretor e ator. Nascido no dia 16 de janeiro de 1938, José Eugênio Soares – mais conhecido como Jô Soares – marcou a cultura do país desde o início de sua carreira. Antes de perceber que seu coração pertencia às artes, queria ser diplomata e chegou a estudar na Suíça antes da fama. Estreou na RecordTV em 1956, onde integrou o elenco da Praça da Alegria por 10 anos. Também protagonizou a novela ‘Ceará contra 007’ e ‘Família Trapo’, este último onde roteirizava junto de Carlos Alberto de Nóbrega. Seu primeiro trabalho humorístico na TV Globo foi ‘Faça Humor, Não Faça Guerra’, em 1971, que foi ao ar em meio à Guerra Fria e as tensões crescentes que resultariam na Guerra do Vietnã. Entre várias comédias como ‘Satiricom’ (1973) e ‘Planeta dos Homens’ (1976), foi só em 1981 que Jô Soares conquistou seu primeiro programa solo com ‘Viva o Gordo’, que tinha direção de Walter Lacet e Francisco Milani. Posteriormente, a produção originou o espetáculo de Jô chamado ‘Viva o Gordo, Abaixo o Regime’, alfinetada explícita ao Golpe Militar de 1964 – ainda vigente naquela época. Sempre em movimento e com novos projetos, ‘Veja o Gordo’ estreou no SBT em 1988 e, neste mesmo ano dentro da emissora de Silvio Santos, o humorista estreou o talk show de sucesso ‘Jô Soares Onze e Meia’ (1988–1999). Nos anos 2000, retornou à Rede Globo para apresentar o icônico ‘Programa do Jô’ – que ficou no ar até 2016.
Jô Soares no icônico ‘Programa do Jô’, ao lado de Tarcísio Meira e Glória Menezes, em 2011, na Rede Globo (Crédito: Zé Paulo Cardeal/Globo)
Não só na televisão, Jô Soares também manteve uma presença constante no cinema, tendo colaborado ao lado de grandes profissionais como Chico Anysio, Grande Otelo e Oscarito. Dentre os destaques na sua carreira no audiovisual, está ‘O Homem do Sputnik’ (1959), de Carlos Manga, que fazia uma sátira da corrida espacial. Nele, o humorista interpretou um espião americano e teve a oportunidade de usar o fato de ser poliglota para compor o sotaque do personagem. Em 2001, também estrelou ‘O Xangô de Baker Street’, filme baseado no livro homônimo de Jô Soares. Em seu extenso currículo, ele só dirigiu um filme: ‘O Pai do Povo’, de 1976. Na produção, além de assinar também o roteiro e interpretar diversos personagens, Jô Soares, para driblar a censura da época, situou a ditadura bem longe do Brasil e lhe deu um nome fictício ao país, Ilha da Silvéstria. No que diz respeito a vida pessoal do artista, entre 1959 e 1979, Jô Soares foi casado com a atriz Therezinha Millet Austregésilo, com quem teve seu único filho, Rafael Soares (1964–2014), que era autista e morreu aos 50 anos. Ao longo de sua trajetória, também namorou com Claudia Raia por 2 anos e com a atriz Mika Lins até, em 1987, casar-se com sua última esposa, a designer Flávia Junqueira Pedras, de quem se separou em 1998. “Assim, aqueles que através dos seus mais de 60 anos de carreira tenham se divertido com seus personagens, repetido seus bordões, sorrido com a inteligência afiada desse vocacionado comediante, celebrem, façam um brinde à sua vida. A vida de um cara apaixonado pelo país aonde nasceu e escolheu viver, para tentar transformar, através do riso, num lugar melhor”, finaliza Flávia Pedras em sua homenagem.

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Laura Ferrazzano

Jornalista cultural e entusiasta das artes. Já fez parte da redação de grandes sites brasileiros como R7 e CARAS digital, além do portal internacional, Her Campus. Foi assistente de redação no Filmelier.

Escrito por
Laura Ferrazzano

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