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Crítica: ‘Kung Fu Panda 4’ mira no futuro da franquia, sem saber muito o que contar
Longa-metragem não chega a compartilhar da crise de criatividade da Walt Disney, estúdio concorrente, mas também não traz nada de novo
É interessante notar como Kung Fu Panda vive em um mundo sem brilho. Pensando no universo da DreamWorks, do qual faz parte, não chega a ter o magnetismo de Shrek ou Como Treinar o Seu Dragão, mas também não é daqueles fiascos como O Espanta Tubarões. Não é ruim, mas falta brilho. Não é sucesso absoluto, mas também não é um fracasso. Não à toa, a franquia chegou ao Kung Fu Panda 4, estreia desta quinta-feira, 21.
Dirigido por Mike Mitchell (Uma Aventura Lego 2) e Stephanie Stine (She-Ra e as Princesas do Poder), o longa traz Po (com Jack Black, no original) em um novo dilema. Ele acaba de ser escolhido para se tornar o Líder Espiritual do Vale da Paz e, com isso, é convocado pelo Mestre Shifu (Dustin Hoffman, no original) para encontrar um novo Dragão Guerreiro.
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Só que, no meio do caminho, a ladra Zhen (Awkwafina) entra no caminho do urso panda, que precisará da ajuda da criminosa para derrotar uma nova vilã: a Camaleoa (Viola Davis).
Kung Fu Panda 4: o caminho de Po
Kung Fu Panda 4, assim, não surpreende em absolutamente nada. Tal qual seus três antecessores, é uma trama em que Po precisa se provar e derrotar um outro animal com poderes mágicos – já teve tigre, pavão e, agora, essa camaleoa que consegue se transformar em qualquer criatura. Fica a sensação de quem já viu um dos filmes, viu tudo.
Pior: o novo longa-metragem da franquia não deixa de trazer aquela sensação de que para justificar a sequência, tudo precisa ser maior. Não só o dilema de Po é mais complicado, precisando se preparar para um novo momento de sua vida, como essa vilã é a síntese dos grandes problemas das franquias: mais poderosa, ela consegue juntar poderes de vilões de outros filmes. É uma solução barata, e simples, para mostrar como tudo é mais complicado. O roteiro, afinal, nunca tenta trazer uma trama mais complicada para deixar a sensação de que as coisas estão difíceis. Tudo se resume nessa exponenciação de desafios anteriores.
Síndrome da sequência
Algo que trabalha para isso também é a ausência dos queridos “cinco furiosos” – Macaco, Garça, Víbora, Tigresa e Louva-Deus. Não só faz com que a franquia economize com os dubladores, com nomes como Jackie Chan, Angelina Jolie e Lucy Liu, como também deixa o Po mais à mercê do que está acontecendo no mundo. Sabendo que existem os furiosos, sabemos que o protagonista estará mais protegido. Sem eles, a ameaça volta a subir. Ou seja: é um roteiro preguiçoso, típico de franquia que quer continuar suas histórias sem se preocupar muito em criar algo que valide essa continuação. Tudo é muito simples, óbvio.
No entanto, isso não significa que Kung Fu Panda 4 é chato ou coisa do tipo. Po continua sendo um personagem virtuoso e há boas sacadas de piadas – a sala em que estava, mistura de imprensa com algumas crianças, gargalhou em uma piada envolvendo um pum, por exemplo. Dá para se divertir e embarcar na jornada, por mais que seja óbvio e um tiquinho chata justamente por não surpreender. A aposta é que as crianças devem gostar. Mas é isso: Kung Fu Panda 4 não surpreende e sequer tenta trazer algum sopro de originalidade. O filme busca construir seu futuro, mostrando os novos caminhos de Po, novos personagens e até um novo protagonismo, mas sem nunca contar uma nova história que seja empolgante. Talvez, antes de novas histórias, seja preciso saber o que contar.