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Originalmente programado para maio, adiado para “junho ou julho” e, agora, sem previsão de datas para a sua realização, o Festival de Cannes tenta contornar os problemas causados pela pandemia da covid-19. De acordo com a Variety, os organizadores pretendem organizar o Mercado de Filmes (Marché du Film, no original) de forma virtual, no final de junho.
Eventos com grandes aglomerações estão proibidos na França até, pelo menos, final de julho.
O Marché é importantíssimo dentro da indústria mundial do cinema – afinal, é considerado o maior evento para a compra e venda dentro do cinema independente mundial. Lá são fechados grandes, médios e pequenos acordos de distribuição, permitindo que filmes como ‘Parasita‘ sejam lançados em todo o mundo, ou que diversos projetos saiam do papel.
Em 2019, o Mercado de Cannes contou com cerca de 12.500 participantes.
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Com a edição 2020 do festival no limbo, o planejamento agora é para que Marché deste ano seja totalmente feito via internet, entre os dias 22 de 28 de junho. Ainda de acordo com a Variety, os organizadores estão analisando se usarão a própria ferramenta do festival, chamando Cinando, ou o Zoom, que é uma plataforma de conferências online muito utilizada em empresas, inclusive as de entretenimento. A intenção é que o “e-evento” aconteça em paralelo a outro encontro virtual, organizado pela Creative Artists Agency (CAA) – responsável por agenciar diversas estrelas da sétima arte, esportes, TV e música, além de diretores, produtores e roteiristas. Com a iniciativa, o Festival tentará manter a cadeia de negócios do cinema global funcionando, com os agentes de vendas (responsáveis por fazer acordos com distribuidores de todo o mundo) podendo licenciar os lançamentos a partir do final de 2020 – quando, todos esperam, as salas de cinemas já estarão operando. Esse detalhe é importante porque o cenário é triplamente preocupante para os produtores: além de não poderem gravar ou lançar novos filmes nos cinemas, eles também correm o risco de não receber por novas vendas dos direitos internacionais de suas produções já prontas ou em vias de serem finalizadas, como também não conseguirem tirar novos projetos do papel.
“Nós precisamos de vendedores e compradores para o nosso mercado funcionar, mas fora três ou quatro distribuidores financeiramente sólidos em grandes mercados, muitos não poderão fazer novas aquisições até o final de 2020”, disse um agente de vendas, em anonimato, ao veículo norte-americano – mostrando que a própria realização em si do Marché não garante um cenário positivo para o futuro. Mais detalhes do “E-Mercado” de Cannes devem ser divulgados na próxima sexta (17), em comunicado assinado por Jerome Paillard, que comanda o evento francês.