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Por anos, uma coisa era certa: a Netflix anunciaria seus resultados trimestrais com um crescimento no número de usuários. Porém, essa sequência de mais de uma década está oficialmente encerrada. A gigante do streaming divulgou nesta terça, 19, o mais recente balanço financeiro, referente ao primeiro trimestre de 2022 – revelando uma queda de 200 mil assinantes em todo o mundo. A previsão da empresa era modesta, mas de crescimento de 2,5 milhões de membros.
Agora, a Netflix tem 221,64 milhões de usuários pagantes. Trata-se do pior resultado desde outubro de 2011, quando também ficou no vermelho. Na época, a plataforma estava disponível apenas nos EUA e em poucos outros países, contando com apenas 25 milhões de assinantes.
Para complementar o atual cenário negativo, a receita da empresa cresceu “apenas” 10% – abaixo das expectativas de Wall Street. Com isso, as ações da companhia fundada por Reed Hastings estão caindo mais de 20% no after market.
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Há algumas justificativas para a queda. Entre elas, a Netflix saiu do mercado russo após a invasão à Ucrânia – perdendo algo entre 1 a 2 milhões de assinantes, o que impactou nos resultados da região da Europa, África e Oriente Médio. Porém, houve também uma diminuição de assinaturas nas regiões do Canadá e dos EUA e na América Latina. Crescimento, mesmo, apenas na Ásia e no Pacífico. Na nossa região, por exemplo, o balanço atribui o tombo a “fraqueza macroeconômica e mudanças de preço”. Houve também aumento nos Estados Unidos, justificando a queda lá. É preciso ainda levar em conta uma desaceleração no volume de lançamentos de filmes da plataforma, que são o tema aqui do Filmelier, além da inflação generalizada em todo o mundo e o afrouxamento das restrições da pandemia, trazendo uma maior competição com o entretenimento fora de casa. Não acaba aí.
Netflix vs o compartilhamento de contas
“Nossa relativamente alta penetração de domicílios – incluindo o grande número de domicílios que compartilham contas – combinada com a concorrência, está criando ventos contrários no crescimento da receita. O grande impulso da covid-19 para o streaming obscureceu esse retrato até recentemente”, explica a empresa, que afirma que está focada agora em aumentar os ganhos. Entre as preocupações dos investidores está justamente a necessidade de grandes investimentos na produção de filmes e séries, ainda mais com o recrudescimento da chamada “guerra do streaming”. Nesse cenário, aumentar a receita é um ponto importante. Não por coincidência, a Netflix já está testando uma cobrança adicional para quem compartilha contas. São, de acordo com os dados do próprio balanço, mais de 100 milhões de lares que utilizam a senha de outras casas. Ainda assim, a plataforma está olhando para outros problemas. “No curto prazo, não estamos crescendo a nossa receita tão rápido quanto gostaríamos” diz, sem meias palavras. “Queremos acelerar o tempo na plataforma e a receita ao continuar melhorando todos os aspectos da Netflix – em particular a qualidade da nossa programação e recomendações, que é aquilo que os membros mais valorizam”.