‘Ninguém é de Ninguém’ reflete sobre o efeito de vidas passadas nas nossas ações ‘Ninguém é de Ninguém’ reflete sobre o efeito de vidas passadas nas nossas ações

‘Ninguém é de Ninguém’ reflete sobre o efeito de vidas passadas nas nossas ações

Baseado no livro ‘Ninguém é de Ninguém’, de Zíbia Gasparetto, filme fala sobre relacionamentos tóxicos

Matheus Mans   |  
21 de abril de 2023 11:27

Uma das mais conhecidas escritoras espíritas, Zíbia Gasparetto deixou uma obra ampla, de bastante sucesso, e que começa a ganhar mais espaço nos cinemas — começou com ‘Nada É Por Acaso‘, no início de 2023, e agora com ‘Ninguém é de Ninguém‘. O longa-metragem, dirigido por Wagner de Assis (‘Nosso Lar’), reflete sobre um tema um tanto quanto espinhoso no próprio espiritismo: como as vidas passadas podem influenciar nossas ações hoje?

Na trama, como fio condutor desse questionamento, temos dois casais: Gabriela (Carol Castro) com Roberto (Danton Mello) e Gioconda (Paloma Bernardi) com Renato (Rocco Pitanga). Gabriela é convidada por Renato a ser sócia da firma de advocacia em que trabalha e, a partir disso, passa a sofrer com o ciúmes doentio do marido — e ele, da sua esposa. A desconfiança nasce entre eles e acaba tomando conta dos relacionamentos. Por que isso acontece?

Paloma Bernardi é Gioconda, esposa que se sente traída pelo marido (Crédito: Sony Pictures)

‘Ninguém é de Ninguém’ reflete sobre relacionamentos abusivos, principalmente causados pelo ciúmes doentio, que chega, mas também sobre os efeitos das vidas passadas nessas ações. “A gente sempre namorou essa ideia de fazer filmes com esse olhar espiritual para temas da sociedade”, comenta Assis, em entrevista ao Filmelier. “E as obras da Zíbia são exatamente assim. São histórias do cotidiano, do dia a dia, mas pelo olhar espiritual, que é o que eu gosto”.

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É interessante notar como o filme, mesmo tendo uma carga espírita muito forte (e que deve afastar, querendo ou não, aqueles que não são da religião), também serve como um drama: ficamos instigados pelas ações daqueles personagens e, acima de tudo, preocupados com o rumo daqueles relacionamentos. “Os livros da Zíbia são muito cinematográficos. Tem um arco dramático, parecendo uma novela mesmo, que desperta a atenção”, diz Wagner.

Outro ponto que chamou a atenção de Wagner de Assis para a obra de Zíbia foi a atualidade da mensagem que é passada ali, que continua encontrando o seu público. “O livro foi lançado em 2002, a história se passa em 1952, a gente tava olhando para o livro em 2018 e a história continuava muito atual”, diz. “Fala muito sobre relacionamentos tóxicos, machismo. Tem o olhar diferenciado que é o espiritual. Percebi que era isso mesmo que a gente precisava”.

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Desafio da atuação em ‘Ninguém é de Ninguém’

Todo o elenco, invariavelmente, concordou em um ponto: foi desafiador interpretar seus personagens. Afinal, há uma carga dramática muito forte envolvendo todos eles e cada um tem a sua complicação. Danton Mello, que acabou de viver o médium Arigó, precisa interpretar aqui um homem atormentado e mergulhado na toxicidade machista.

“Estou em um personagem muito diferente de tudo que o público já viu. Eu, enquanto lia o roteiro, me imaginava fazendo o Renato. É um personagem muito forte, muito diferente. Foi uma experiência dolorosa, difícil. É um personagem muito tóxico, mas que fiz com muito entrega. Talvez por isso o sofrimento: sempre me entrego para os meus personagens, coloco muita verdade. É muito potente”, contextualiza o ator em entrevista ao Filmelier.

Carol Castro, enquanto isso, compartilha que se sentiu desafiada pessoalmente. “Quando comecei a ler o roteiro, tive vários gatilhos. Não consegui ler tudo de uma vez. Parava, voltava a ler, parava de novo. Estava passando por situações na minha vida bem complicadas”, diz. “Me questionei se dava conta. E aí pensei que, se eu estava me questionando, sabia que era o caminho certo. Vi que era uma missão. Representar essa história é uma missão. Me arrepio até hoje”.

Paloma Bernardi, que concedeu a entrevista ao lado de Carol, complementa como enxerga esse processo. “Foi um processo de cura”, diz. “Foi um set em que todos foram tocados. A equipe era movida por algo maior. Isso passa”.

‘Ninguém é de Ninguém’ está nos cinemas. Clique aqui para comprar ingressos.

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