‘Nosso Tudo Bem’: “Estamos tentando levar uma mensagem de amor”

No ano passado foi lançado o curta-metragem ‘Tudo Bem’, estreia do diretor, produtor e roteirista Caio César. O filme faz parte do saldo positivo do audiovisual em meio a pandemia de coronavírus, que se tornou parte das nossas vidas há mais de um ano. Com uma história de romance em meio a situação atual do Brasil, o cineasta fisgou um público que precisava assistir a algo que trouxesse esperança.

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Disponibilizado gratuitamente no YouTube e com mais de 250 mil visualizações, ‘Tudo Bem’ se tornou um sucesso tão grande que rendeu uma continuação: ‘Nosso Tudo Bem’, média-metragem que ganhou um formato especial e foi dividido em duas partes, também grátis. Para saber mais sobre a nova produção, conversamos com os protagonistas: Daniel Rangel e Heslaine Vieira.

‘Nosso Tudo Bem’ só aconteceu graças ao público

Se não fossem os fãs, não existiria um novo filme. “Ficamos bem felizes com a repercussão e, por conta disso, resolvemos fazer a continuação”, conta Daniel Rangel. Afinal, a resposta do público foi o que fez Caio César, definido pelo ator como o maestro da equipe, reunir todos para mais um filme. 

A trama do primeiro curta acompanha Hugo (Rangel), um morador do subúrbio do Rio que conhece a universitária Dandara (Vieira) antes da crise de covid-19 assolar o mundo. Sem nenhum contato com a moça, ele passa o período da quarentena imaginando se algum dia vai poder encontrá-la novamente – ao mesmo tempo em que precisa lidar com os efeitos pandêmicos em sua família.

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Na continuação, Daniel Rangel não só voltou ao papel de Hugo, como arrumou outra função: “Eu fiquei muito honrado quando o Caio me chamou para fazer o ‘Tudo Bem’, no ano passado. Gostei tanto de fazer que esse ano, eu quis fazer de novo e além de ator, eu entrei como produtor para me envolver no projeto como um todo”, conta ele.

Heslaine Vieira contou que se conectou muito com os dois personagens e queria muito saber o desfecho deles depois do primeiro filme. “Fiquei apaixonadíssima nesse casal. Queria muito ver de perto o rumo da história”, afirma ela, que também espera poder trabalhar com Daniel Rangel novamente.

“Quero muito encontrá-lo em outras produções. Com certeza temos muito pra aprender e trabalhar juntos. Acho que sairia um caldo bom! No mais, só tenho muita gratidão por esses personagens e por essa história que tenho muito carinho”.

Os desafios de filmar em uma pandemia

Tanto a primeira parte de ‘Tudo Bem’ quanto a sequência foram feitos durante a pandemia. Por conta disso, os atores e toda equipe de filmagem tiveram que lidar com uma nova forma de trabalhar. 

“Foi uma experiência muito nova e desafiadora, gravar com todos os protocolos, distanciamento, máscara, teste, equipe reduzida, foi realmente algo que nunca imaginei viver na vida. Mas a gente fez com muita garra, com todos os cuidados, foi uma experiência muito boa”, conta Daniel Rangel, que garantiu que, apesar de todos os desafios, nenhum membro da equipe foi infectado durante as gravações.

“Foi algo que
nunca imaginei
viver na vida”

“É muito estranho entrar em um set de filmagem e ver todo mundo distante, de máscara, passando álcool em gel o tempo todo, as equipes reduzidas, não tendo mais um camarim coletivo, eram coisas que estávamos habituados e nossa profissão é muito do coletivo, do contato, do calor humano”, completa.

A importância do entretenimento 

Atualmente, o Brasil enfrenta a pior fase desde o começo da pandemia, com uma média de quatro mil vidas sendo perdidas diariamente. Por conta disso, o ideal é ficar em casa e a grande distração do que está acontecendo são os meios de entretenimento. 

Atores, músicos, realizadores e câmeras, e todos que estão envolvidos em projetos artísticos se tornaram o único entretenimento para quem está isolado em casa devido a pandemia. É nessas horas que percebemos a importância da cultura e o peso que ela tem em nossas vidas.

Heslaine Vieira destaca a importância disso: “[somos] uma equipe muito jovem, muito reduzida e unida tentando levar uma mensagem de amor! Sabemos o quão desvalorizada é a arte no nosso país, mas o quanto ela tem se reafirmado importante para todos nós. Me diz quem não escutou uma música, leu um livro ou assistiu algum filme durante a quarentena? O que fizemos foi reunir a vontade que nos preenchia, os cuidados necessários para fazer dar certo”.

A atriz também comenta sobre a necessidade de dar uma renovada nos conteúdos midiáticos. “Sinto que nossa geração tem muito para contribuir com o audiovisual, com a sociedade em si! É preciso urgentemente valorizar a classe artística, que luta para se manter de pé. É preciso dar as mãos nesse momento, com consciência e responsabilidade! Essa luta não vai ser vencida sozinha e nem com negacionistas. Vamos cuidar uns dos outros da forma que pudermos”.

Daniel Rangel reforça esse pensamento, especialmente em relação à valorizar projetos artísticos. “Se já é difícil manter a saúde mental em meio a tudo que está acontecendo, imagina se você tira a arte da vida das pessoas. Eu fico muito orgulhoso de exercer essa profissão que leva um pouquinho de vida à pessoas, isso num mundo normal e no mundo atual, que o ideal é ficar em casa, é muito gratificante saber que nosso trabalho faz com que muitas pessoas tenham bons momentos em casa e possam se sentir bem de alguma forma com o trabalho que a gente faz”.

A segunda parte de ‘Nosso Tudo Bem’ está disponível gratuitamente no YouTube.

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