‘O Faixa Preta’ mergulha na trajetória inspiradora de Fernando Tererê ‘O Faixa Preta’ mergulha na trajetória inspiradora de Fernando Tererê

‘O Faixa Preta’ mergulha na trajetória inspiradora de Fernando Tererê

Raphael Logam, Caco Souza, Luiz Otávio e Jefferson Brasil falam sobre as emoções e os desafios de contar essa história do faixa preta do jiu-jitsu

Matheus Mans   |  
17 de março de 2023 16:00

Algumas vidas parecem roteiros de cinema. Com clímax, dramas, viradas inacreditáveis, personagens encantadores. É o caso da vida de Fernando Tererê, lutador de jiu-jitsu que ganha uma cinebiografia para chamar de sua: ‘O Faixa Preta’, estreia desta sexta-feira, 17, no HBO Max. Dirigido por Caco Souza (‘400 Contra 1: Uma História do Crime Organizado’), o filme mergulha nos altos e baixos da carreira e da vida desse personagem tão ímpar da cena do esporte brasileiro.

“Tudo começou com o roteirista Rangel Neto me contando toda a história do Fernando Tererê por telefone mesmo, quando eu estava ainda trabalhando em outro roteiro, em outra história. Fiquei impactado na hora, pelo telefone. Falei pra gente tocar pra frente esse projeto”, conta Caco em entrevista ao Filmelier. “É um filme pronto. Começa com uma história impactante de vida, bonita, com nuances e reviravoltas. Só tivemos o trabalho de adaptar isso pra 95 minutos”.

Para quem não sabe, Fernando Tererê (Raphael Logam) é um consagrado lutador de jiu-jitsu que começou a sua carreira por baixo. Era morador de uma comunidade carioca, sempre cercado por pessoas que entravam no mundo do crime e das drogas. No entanto, resistiu e seguiu pelo caminho do esporte e do jiu-jitsu. Só que nada de trajetória linear por aqui: ele acabou se viciando em drogas pesadas e, mesmo com apoio, o faixa preta foi parar na Cracolândia.

Cena de O Faixa Preta com Raphael Logam
Raphael Logam é o protagonista do novo longa-metragem (Crédito: HBO Max)

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Obviamente, as coisas depois se acertam, principalmente com todo o apoio da família e o amor das pessoas ao seu redor. Mas, acima de tudo, por ter o esporte como uma tábua de salvação. “O Tererê mostra o exemplo de que a gente pode cometer erros, pode aprender e dar a volta por cima”, diz Jefferson Brasil, que interpreta o lutador Leandro Martins no longa. “Por meio disso, ele inspira outras pessoas que passaram por dificuldades parecidas. Uma experiência ruim dessa, quase entregando sua alma, perdido, e ainda demonstrar força de querer lutar e querer mudar. É uma lição de vida para qualquer ser humano. É enxergar você, mas também as pessoas ao seu redor, que te amam”.

‘O Faixa Preta’ e o desafio de ser um lutador de jiu-jitsu

Muito desse tom de inspiração do filme, deve-se dizer, é mérito do elenco. Eles todos convencem como os seus personagens, por mais difícil que seja entrar nesse universo do jiu-jitsu de uma hora para a outro. O único que já tinha um bom conhecimento era Luiz Otávio, faixa azul no esporte e que interpreta o lutador Anderson Finfou. Ele, aliás, já tinha uma conexão com o lutador. “Uns amigos me apresentaram para o jiu-jitsu e, no primeiro campeonato que fui assistir, vi um faixa marrom passando o carro em todo mundo. Depois descobri que era o Finfou”, conta Luiz Otávio.

Já Raphael Logam e Brasil precisaram se virar como dava para aprender o esporte. “Esse processo foi um dos mais desafiadores como ator. Essa busca de fazer um faixa preta é muito diferente. Ele se comporta diferente. A pegada é diferente, a respiração é diferente. Nós ali, meros faixas brancas chegando e tendo que fazer uma lição árdua. A gente tinha que pelo menos saber pegar na lapela. E foi dando essa força e esse corpo aos nossos personagens”, diz Brasil.

Logam, que interpreta o Mestre Tererê, chegou a achar que realmente não daria conta. Afinal, ele acabou assumindo o papel apenas três dias antes das filmagens, quando o ator que faria o protagonista precisou sair do projeto do filme.

“Quando falei com o Mestre Tererê, comecei pedindo desculpas. Eu sabia que ia errar. Eu tinha medo de errar, de não saber contar a história, de não emocionar. A pessoa mais importante pra aprovar isso tudo era o Mestre Tererê, que graças a todos os deuses e deusas está vivo pra contar isso tudo”, explica Logam ao Filmelier. “Fiz um pedido de fazer a cena das lutas mais do meio pro final. Eu ainda precisava pegar o trejeito. É virar faixa preta em um mês. Obviamente não viramos, mas a gente precisou se comportar assim, sendo que éramos faixa branca, o que mais apanha”.

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