‘Turma da Mônica: Lições’ acerta ao levar amadurecimento de atores para dentro da história ‘Turma da Mônica: Lições’ acerta ao levar amadurecimento de atores para dentro da história

‘Turma da Mônica: Lições’ acerta ao levar amadurecimento de atores para dentro da história

Filme conta com um tom mais juvenil, com dramas naturais do começo da adolescência, mas que mantém a essência da franquia

Matheus Mans   |  
30 de dezembro de 2021 12:46
- Atualizado em 3 de janeiro de 2022 15:05

Foi nos últimos suspiros de 2019 que ‘Turma da Mônica: Laços‘ chegou aos cinemas. Na época, durante um evento realizado para a imprensa, ouvia-se um burburinho de como as crianças, intérpretes de Cebolinha, Cascão, Mônica e Magali, estavam crescendo. Era nítido, já naquela época. O diretor Daniel Rezende, na coletiva de imprensa, expressou sua preocupação e adiantou que já tinham começado os preparativos para a sequência.

Dito e feito: dois anos depois, ‘Turma da Mônica: Lições‘ mostra que a fórmula deu certo. E mais: mostra que aquele burburinho da imprensa, chocada com o crescimento do elenco mirim, era uma questão real. No novo longa-metragem, que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 30, o quarteto principal está nitidamente entrando na adolescência. Se no outro filme a aura infantil era predominantemente, aqui fica essa sensação de crescimento.

Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali começam a enfrentar dilemas da adolescência em novo filme (Crédito: Divulgação/Paris Filmes)

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Na coletiva de imprensa para o novo filme, realizada no começo de dezembro, essa imagem de crescimento dos atores Kevin Vechiatto (Cebolinha), Gabriel Moreira (Cascão), Giulia Benite (Mônica) e Laura Rauseo (Magali) impacta ainda mais. O que a telona escondeu, o ao vivo – assim como a passagem de tempo desde o fim das gravações – não esconde: há espinhas no caminho, alguns bons centímetros a mais de altura e aquele comportamento típico, bem característico, de quem está entrando na adolescência.

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Rezende, que estava desesperado lá em 2019, tirou esse crescimento de letra. Na adaptação de ‘Lições’, novamente uma HQ da linha Graphic MSP de autoria dos irmãos Vitor e Lu Cafaggi, o cineasta e roteirista adiciona mais elementos que amplificam as dores do amadurecimento. Na trama, os pais de Mônica e Cebolinha brigam e, como decisão final, a “baixinha e gorducha” é enviada para uma outra escola que não fica mais no Limoeiro. Magali, Cascão e Cebolinha ficam ali, sem rumo.

Desenvolvimento da Turma da Mônica

Nessa sensação de que o mundo está acabando enquanto estão afastados dos amigos, há também outras questões que ‘Turma da Mônica: Lições’ traz e que mostram que esta não é mais uma história sobre crianças — ainda que continue sendo totalmente adequada para os pequenos. Magali, por exemplo, não come apenas por comer. Aqui, o roteiro desenvolve a personagem e mostra que a compulsão alimentar é, na verdade, reflexo de uma ansiedade.

O ritmo do filme também é outro. ‘Laços’ abraça uma coisa mais lúdica, mais aventuresca. Já no novo longa-metragem, isso muda totalmente: ‘Lições’ tem um ritmo mais ágil, sem engessamento. O drama pré-juvenil, desses quatro personagens, fica vivo, atraente. É uma maneira de também levar o amadurecimento para a tela: crianças veem um mundo de fantasias ao seu redor, enquanto jovens passam a viver de forma acelerada, sem pausas.

Felizmente, porém, nada muda na leveza e na beleza da história. ‘Turma da Mônica: Lições’ mantém tudo que há de melhor no primeiro filme: a graça daquele Bairro do Limoeiro, a delícia de encontrar “easter eggs” (tem até ‘Turma da Mônica e a Estrelinha Mágica’!) e, principalmente, a beleza do relacionamento entre esses personagens. Eles crescem, mudam, ganham espinhas e, ainda assim, há um laço sincero entre esse quarteto principal.

Com isso, ‘Turma da Mônica: Lições’ repete um sentimento bem parecido com o que o primeiro longa-metragem trouxe: alívio. Em 2019, o Brasil passava por uma torrente de más notícias e noticiário pesado. ‘Laços’ parecia um refúgio. Neste novo, o quarteto, já perto do final do filme, dá um abraço apertado, emocionado. Parece que Rezende previu tudo o que as pessoas estariam precisando hoje: união, amizade, leveza e, é claro, um bom abraço.

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