Verónica Forqué, a Kika de Pedro Almodóvar, morre aos 66 anos

Verónica Forqué, que ficou mundialmente conhecida por trabalhar com Pedro Almodóvar, foi encontrada morta nesta segunda-feira, 13, em sua casa de Madri. De acordo com fontes policiais da AFP e do El Pais, há sinais de possível suicídio.

A atriz era filha do produtor e diretor José María Forqué, e desde a infância teve contato com o mundo do cinema. Forqué começou a trabalhar na área com o pai nos anos 1970, ela estudou artes cénicas e também psicologia. Na mesma época também atuou para produções de Carlos Saura e Manuel Gutiérrez Aragón, dois dos grandes cineastas da Espanha.

Em 1984, participou de 'Que Fiz Eu Para Merecer Isto?', de Pedro Almodóvar, e em seguida fez mais um filme dele, 'Matador' (1986), e as colaborações não pararam por aí. Logo ganhou destaque como protagonista em outro longa dele, 'Kika' (1993), que se tornou um dos clássicos do cineasta.

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A produção foi indicada a oito prêmios Goya (Oscar do cinema espanhol) e foi Verónica Forqué que ganhou um deles, o de melhor atriz. Este seria só o último de sua carreira, ao todo, a atriz venceu quatro vezes - incluindo dois no mesmo ano. Em 1988 ela foi premiada nas categorias de melhor atriz (por 'La vida alegre') e coadjuvante (por 'Moros y Cristianos').

Outros papéis no cinema em que se destacou foram 'O Ano das Luzes' (1986), de Fernando Trueba, pelo qual ganhou seu primeiro Goya como atriz coadjuvante, e o já citado 'La vida Alegre' (1987), de Fernando Colomo.

Na televisão teve papéis principais em séries como 'Ramón y Cajal' (1982), 'El jardin de Venus' (1983), 'Platos rotos' (1988), 'Eva y Adán, agência matrimonial' (1990-1991) e 'Pepa y Pepe' (1995), direção de Manuel Iborra. Entre 2014 e 2015, participou da oitava temporada da série de ficção 'La que se avecina'.

A última aparição da atriz foi no programa de culinária da 'MasterChef Celebrity', que ela decidiu abandonar por cansaço antes de ser eliminada, há dois meses: “A verdade é que sou normal. Preciso descansar. No último teste de culinária em equipe eu estava exausto. Eu não estou jogando a toalha. Mas desta vez é preciso ser humilde e dizer “não aguento mais”, declarou ela no seu retorno fugaz ao programa, não para participar, mas para se despedir do público.

Em entrevista jornal El País, em 2019, Forqué reconheceu que há alguns anos tinha passado por "uma depressão muito forte", que superou graças ao teatro.

“Foi o teatro que me deu vida. Eram as duas únicas horas do dia em que me esquecia de tudo. (…) O teatro te força a fugir da própria realidade porque exige uma concentração enorme e isso é maravilhoso. É muito libertador", declarou ela na época.

Verónica Forqué é um dos rostos mais conhecidos do cinema espanhol e uma dura perda para a sétima arte mundial.

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