Filmes de 2017

Não há dúvidas de que 2017 foi o ano das franquias. Ao longo de 12 meses do ano, o espectador pode encontrar grandes -- e caras -- histórias sendo construídas nas telonas. O filme ‘Velozes & Furiosos 8’, por exemplo, mostrou que não há limites para uma história nos cinemas e que o público sempre está interessado na vida de Dominic Toretto. ‘It: A Coisa’, enquanto isso, reacendeu a chama pelas adaptações de livros do escritor Stephen King.

No mundo dos heróis, filmes para todos os lados. ‘Thor: Ragnarok’ ganhou uma releitura sob a batuta de Taika Waititi. Mais psicodélico, colorido e insano. O mesmo vale para ‘Guardiões da Galáxia: Volume 2’, que apostou no seguro com uma comédia escrachada e muita música do século passado. Por fim, a Marvel ainda viu o seu herói mais querido voltar ao seu controle no simpático ‘Homem-Aranha: De Volta ao Lar’, estrelado por Tom Holland.

Outra franquia que viu um renascimento foi a de heróis da DC. ‘Mulher-Maravilha’ acalmou ânimos de fãs, preocupados depois dos instáveis ‘Batman vs Superman’ e ‘Liga da Justiça’.

Falando em polêmicas, ‘Star Wars: Os Últimos Jedi’ fez com que os fãs entrassem em rota de colisão. Ass propostas ousadas de Ryan Johnson no filme fez os ânimos se acirrarem.

Por fim, algumas franquias encararam um ponto final. ‘Planeta dos Macacos: A Guerra’ concluiu a história dos símios transformados cientificamente com chave de ouro, num filme maduro e intenso. Já ‘Logan’ surpreendeu os fãs de X-Men com uma atmosfera sombria, pouco convencional para os longas da franquia. Foi a despedida, ainda por cima, de Hugh Jackman, que decidiu seguir novos caminhos após mais de uma década vivendo Wolverine.

Filmes ‘cabeça’

Por outro lado, vários filmes maduros, com mensagens escondidas em camadas de metáforas, estrearam em 2017. Foi o caso do polêmico ‘Mãe!’, de Darren Aronofsky, que trouxe uma história intensa embalada numa metáfora religiosa. ‘Blade Runner 2049’, enquanto isso, deu continuidade ao clássico longa-metragem de 1982. Com Ryan Gosling como protagonista, o filme se aprofundou em alguns dramas humanos, sociais e políticos.

Vale ressaltar, também, o último papel de Daniel Day Lewis com ‘Trama Fantasma’. Dirigido pelo consagrado Paul Thomas Anderson, é um filme que mexe com as emoções do público.

Em um ritmo um pouco mais acelerado, os filmes ‘Dunkirk’ e ‘Em Ritmo de Fuga’ mexeram com os ânimos dos espectadores. O primeiro, dirigido por Christopher Nolan, apresentou um olhar atípico sobre um dos episódios mais angustiantes da Segunda Guerra Mundial. Já o outro, dirigido por Edgar Wright, dá uma repaginada nos filmes de assalto. No caso, o foco é um garoto, interpretado por Ansel Elgort, que é um verdadeiro às da direção em fugas.

Filmes humanos

Não dá para esquecer, por fim, das excelentes histórias que povoaram o ano de 2017. O terror-comédia ‘Corra!’, por exemplo, encantou o público ao misturar elementos de vários gêneros para falar sobre racismo. ‘Moonlight’, enquanto isso, encantou o público com uma história sensível sobre um rapaz negro e homossexual crescendo na periferia americana. Acabou levando o Oscar de Melhor Filme, desbancando o favorito e musical ‘La La Land’.

E Martin Scorsese apostou num filme fora da caixinha. Saindo do cenário de Nova York, o diretor apostou na história mais densa de sua filmografia: o potente e visceral ‘Silêncio’.

Sean Baker voltou a se reafirmar como um dos mais interessantes realizadores independentes com ‘Projeto Flórida’. Um Willem Dafoe marcante ficou registrado na memória do público. No Brasil, dois filmes também caem na graça das pessoas: ‘Como Nossos Pais’ e ‘Bingo: O Rei das Manhãs’. Este último, principalmente, chamou a atenção por falar sobre o personagem Bozo e trazer aspectos obscuros da televisão nos anos 1980.

Dessa forma, os cinemas de 2017 te dão dois caminhos principais: pegar o balde de pipoca para se divertir sem compromisso ou se aventurar em tramas que não te deixam ficar no lugar-comum. Mas não importa a escolha. O certo é que 2017 é um marco para os cinemas.