12 filmes para nos lembrar que o mundo é maior

A história do místico oceanógrafo Jacques Cousteau, lembrança inevitável de quem foi criança nos anos 80, é contada aqui com imagens sublimes, mesclando seus dramas pessoais e a complicada relação com seu filho com o nascimento dos conceitos de ecologia e preservação ambiental. Em tempos de aquecimento global o filme se atualiza de forma urgente e dramática. [-]

A separação dos pais vista pelos olhos ingênuos e esperançosos de uma criança, nesta adaptação contemporânea do romance homônimo de Henry James. Julianne Moore é uma roqueira que perde a guarda da filha para o pai, Steve Coogan, um influente galerista. Em meio ao conturbado divórcio, a pequena Maisie, de apenas 7 anos, descobre que há muitas maneiras de se ter uma família. [-]

Democracia e totalitarismo são as discussões em jogo neste tocante drama alemão de Margarete von Trotta, com a vencedora da Palma de Ouro de melhor Atriz Barbara Sukowa no papel da grande filósofa Hannah Arendt. O julgamento de Adolf Eichmann, chefe da Seção de Assuntos Judeus no Departamento de Segurança de Hitler, em Jerusalém a inspirou a escrever um artigo para a New Yorker onde lançou o polêmico conceito da Banalidade do Mal: Eichmann não era um monstro, apenas um frio burocrata cumprindo ordens. “O maior mal do mundo é um mal cometido por um zé ninguém”, diz ela num esforço de compreensão de um dos maiores crimes contra a humanidade. “Tentar entender não é o mesmo que perdoar”. Mais atual impossível. [-]

Quando a professora Carmela propõe que através do diálogo se chegue a um equilíbrio estruturante entre o rigor e o afeto, ela sabe que isso pode mudar a vida de um aluno problemático e marginal como Chala. Inspirada numa professora real, esse emocionante filme entra na alma de uma educadora e nos desafios de ir contra um sistema inflexível e autoritário. O olhar amoroso que tem pelos seus alunos levanta questões sobre diversidade, tolerância, ensino laico e família. [-]

O menino Junior sonha em alisar seu cabelo para se parecer com um cantor famoso. Essa premissa simples nos abre infinitas discussões acerca da intolerância: a reação de sua mãe que vê nisso um indício de homossexualidade, a questão do racismo e da aceitação do “cabelo ruim” que dá título ao filme, a relação do filho com uma mãe solteira e desempregada, a vida marginal e precária na periferia de uma grande metrópole… Essa obra prima do cinema venezuelano, vencedor da Concha de Ouro em San Sebastián e de mais de 40 prêmios internacionais, dialoga diretamente com situações familiares ao público brasileiro. Para ver e rever. [-]

O filme causou polêmica nos festivais e até mesmo entre as feministas: a decisão tomada por Paulina diante de uma situação extrema na fronteira da Argentina com o Brasil suscita muitas interpretações. Não importa de que lado você fique, a questão central aqui é a essência pura do feminismo: meu corpo, minhas regras. Vencedor do Grande Prêmio da Semana da Crítica em Cannes. [-]

Já está tarde quando uma mulher adentra uma delegacia pedindo para ser presa pelo assassinato do seu brutal marido ocorrido há quase 10 anos. Naquela noite o crime prescreve e ela não suporta mais carregar essa culpa. No seu caminho está uma delegada mulher que tenta fazê-la mudar de ideia. Num embate que traz a tona todo o machismo implícito na sociedade atual, as duas se solidarizam como vítimas de violência doméstica [-]

Nesse thriller de sequestro peruano, vamos aos poucos entendendo a perpetuação de relações violentas contra a mulher indígena, culminando num tocante discurso em quéchua, numa cena de tirar o fôlego. Com a atriz vencedora do Urso de Ouro no Festival e Berlim por 'A Teta Assustada', Magaly Solier. [-]

Primeiro filme do Yemen a estrear no Brasil, esse filme foi dirigido por uma mulher que viveu na própria pele o drama dos casamentos infantis. Na história, uma menina de 10 anos é vendida pelo pai. Ela consegue fugir e chegar até o Fórum, onde comove a todos com seu pedido de divórcio. Baseado numa história real. [-]

Inspirado nos diários dos primeiros exploradores que percorreram a Amazônia colombiana, Theodor Koch-Grünberg e Richard Evan Schultes, o filme conta a história da conquista pelo olhar dos nativos. De forma sublime, conseguimos nos colocar no lugar do outro, e entendemos sua lógica de mundo, sua relação com o tempo e com a natureza. Questão central no debate atual, recomendamos esse mergulho catártico às profundezas da Amazônia. Filme indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. [-]

Nesta obra prima do mestre italiano Emanuel Crialese acompanhamos o drama de imigrantes africanos que tentam chegar à Europa em barcos superlotados, num dos fenômenos migratórios mais tocantes dos tempos modernos. Em meio a paisagens paradisíacas de uma ilha do Mediterrâneo, a população de pescadores tem que optar entre defender seus interesses ou ajudar a salvar vidas. Um olhar humano e atual sobre o drama dos refugiados. [-]

Vencedor de quatro prêmios em Veneza, o filme causa profundo desconforto ao apresentar uma família grega aparentemente perfeita no aniversário de 11 anos de uma das filhas. O que segue é uma descida ao inferno em que se descortina toda a hipocrisia do cidadão de bem. Preparem o estômago mas não deixem de assistir. [-]