Filme que ajudou a construir os pilares das tramas sobre invasões alienígenas. De história simples e direto ao ponto, ao contrário do remake de 2008, o filme é uma metáfora poderosa sobre a reação das pessoas ao diferente, ao estrangeiro, ao inesperado -- algo que continua valendo mesmo décadas depois, com movimentos xenófobos correndo ao redor do mundo. Tudo isso por meio da jornada de um alienígena que chega na Terra, em missão de paz, mas acaba sendo recebido com desconfiança, medo e segundas intenções. Vale destacar, ainda, a direção visionária de Robert Wise (do lindo ‘Amor, Sublime Amor’), que soube mesclar efeitos com uma direção mais crua e pé no chão. Clássico essencial.
Depois de ‘O Dia em que a Terra Parou’ desbravar o terreno para os aliens nos cinemas, o longa-metragem ‘A Guerra dos Mundos’ -- história de H.G. Wells que depois também seria adaptada por Steven Spielberg -- ajudou a construir o “cinemão” catástrofe das histórias de invasões extraterrestres. Sob a batuta do visionário diretor Byron Haskin (do divertido ‘Robinson Crusoé em Marte’), o filme brinca com as possibilidades da chegada de alienígenas na Terra e o caos que se instalaria por aqui. No entanto, é bom alertar: a produção, que é do início dos anos 1950, está repleta de efeitos simples quando comparados com os filmes de hoje -- ainda que muito avançados para a época. É uma produção para se assistir e sentir com outros olhos, notando as influências que exerceu sobre filmes de outrora.
É o caso de ‘Independence Day’, filme-catástrofe com cara, cheiro, visual e história típica dos anos 1990. O roteiro é raso, não há desenvolvimento dos personagens, nem soluções lá muito inteligentes— além, é claro, do egocentrismo norte-americano. Mas, quem precisa sempre de grandes filmes? Temos aliens querendo (sem muito motivo) destruir a Terra, resultando em sequências incríveis de destruição e com todo aquele discurso de união e sacrifício para unir a humanidade contra os invasores. Com pipoca e manteiga, são motivos o suficiente para dar o play.
Um cineasta que soube pavimentar o caminho dos filmes sobre extraterrestre foi Steven Spielberg. Depois do sucesso mundial de ‘Tubarão’, ele assumiu a direção e roteiro desse tema que o fascina. Em ‘Contatos Imediatos de Terceiro Grau’, o cineasta se vale da mesma dinâmica do filme sobre o monstro marítimo -- vários núcleos narrativos, cidades em polvorosa, influência política -- para falar sobre a passagens de aliens na Terra. Assim, pintando um mosaico diverso sobre as diferentes reações das pessoas frente à essa presença alienígena, Spielberg desmistificou algumas narrativas ao redor das histórias de invasões do espaço, assim como ajudou a criar alguns dos principais clichês do gênero, que viriam ser vistos em dezenas de outros filmes no futuro -- como falaremos a seguir na lista. Um filme importante, elogiado e necessário para entender os caminhos que o cinema sobre aliens tomou a partir daqui.
Mas antes de falarmos sobre filmes influenciados pelo cineasta, há um outro clássico absoluto de Steven Spielberg e das ficções científicas familiares: ‘E.T.: O Extraterrestre’, que definiu um novo tipo de cinema sobre aliens. Afinal, ainda que haja envolvimento de governo nesta emocionante trama, o cerne da história é outro: a relação da simpática criatura com seu amigo terráqueo, o pequeno Elliott (Henry Thomas). Difícil não se envolver com a jornada daquela dupla inusitada, enfrentando todos os tipos de dificuldades -- das mais banais, se escondendo da mão, ou até quando agentes secretos se envolvem na história. É um filme para rir, se emocionar e chorar copiosamente, sem vergonha. Afinal, quem não fica impactado com a cena da bicicleta, maravilhosamente filmada por Steven Spielberg, enquanto John Williams faz história com sua trilha sonora?
