Dizem que a história é feita pelos vencedores. Só que, desta vez, Clint Eastwood resolveu olhar para os derrotados. Dessa forma, ele nos traz uma história tocante, sobre como uma guerra pode acabar com nossos anseios, sonhos e desejos, em um retrato honesto e profundo. O diretor fez o filme em conjunto com 'A Conquista da Honra', que trata a mesma história do ponto de vista do outro lado da guerra. É uma dobradinha interessante de se assistir em conjunto para entender o retrato de duas perspectivas diferentes, mas em termos de sensibilidade e força, 'Cartas de Iwo Jima' se destaca muito mais.
Uma das histórias reais mais inacreditáveis da história envolvendo um avião. Dirigido por Clint Eastwood (de ‘Gran Torino’, ‘Menina de Ouro’) e protagonizado por Tom Hanks (‘O Resgate do Soldado Ryan’), o longa-metragem conta a história do Capitão Sully, um piloto que precisa “se virar nos 30” quando seu avião dá um problema já perto de Nova York. A partir daí, ele decide pousar no Rio Hudson. Ele entra para a história, mas ao mesmo tempo também entra nos anais jurídicos, quando forças judiciais dos Estados Unidos querem -- e precisam -- encontrar um culpado para o quase desastre. Nem que seja o próprio Sully. Curto e direto ao ponto, o filme surpreende pelo impacto da trama e a força de alguns momentos, que seguem um caminho mais realista e interessante do que ‘O Voo’, por exemplo. Méritos de Eastwood e Hanks, que sabem como deixar o filme com pé no chão.
Clint Eastwood é um ótimo exemplo de profissional que consegue brilhar como ator e diretor. No comando de ‘Menina de Ouro’ não foi diferente, Eastwood mostra sua capacidade de direção com uma história sensível e emocionante conduzida de forma impecável e com ótimas atuações. Clint além de dirigir, contracena com Hilary Swank, ganhadora do Oscar pela segunda vez com essa produção. O filme ainda foi premiado com um Oscar de ator coadjuvante para Morgan Freeman e as vitórias de melhor filme e melhor diretor. Não é pra menos, o longa conta uma história potente e devastadora, com uma valiosa lição de moral.
Este é 37º filme de Clint Eastwood como diretor, uma produção que marca também o retorno dele – aos 88 anos – para à frente das câmeras. ‘A Mula’ é baseado na história real de Leo Sharp, um veterano que trabalhou para o Cartel de Sinaloa – e que, aqui, tem o nome mudado para Earl Stone. Como tem sido a marca do cineasta, o filme retrata os contrastes entre valores e expectativas de diferentes gerações, bem como as repercussões do fracasso do chamado “sonho americano”: abandono, desigualdade e violência. Mesmo que não esteja no nível de seus maiores trabalhos, essa é uma adição valiosa à filmografia de Eastwood.
Todo estudante de jornalismo conhece o caso da Escola Base - quando os donos de uma instituição de ensino brasileira foram injustamente massacrados pela imprensa por supostos a abusos às crianças. ‘O Caso de Richard Jewell’ é, guardadas as proporções, a “Escola Base” da imprensa americana: o segurança particular, que salvou inúmeras vidas ao encontrar uma bomba no Centennial Olympic Park, em Atlanta, no ano de 1996, foi acusado de ele mesmo ser o autor do atentado terrorista - e foi massacrado em um julgamento pela imprensa. O filme, dirigido pelo mítico Clint Eastwood, sintetiza estes acontecimentos com um elenco de peso, incluindo Sam Rockwell, Kathy Bates (indicada ao Globo de Ouro. e ao Oscar pelo papel), Jon Hamm e Olivia Wilde. O longa, no entanto, traz uma controvérsia: a história traz a repórter Kathy Scruggs (interpretada por Olivia e já falecida) oferecendo sexo em troca de informações, o que não teria acontecido. De certa forma, ao defender Jewell, o filme comete o mesmo erro com Kathy.