Com filmes como Jovem e Bela ou Graças a Deus, o diretor francês François Ozon tem demonstrado tanto sua versatilidade para lidar com todos os tipos de gêneros quanto para fazer perguntas desconfortáveis e transgressoras em cada um deles. Com O Crime é Meu (Mon Crime, também conhecido como Meu Crime), o cineasta agora aborda a comédia screwball. Ambientada nos anos 30, a trama segue uma jovem aspirante a atriz (Nadia Tereszkiewicz, Babysitter), que se torna suspeita de ter assassinado um influente produtor de cinema. Embora seja absolvida do caso, o julgamento a lança ao estrelato e ela decide aproveitar isso, mas logo uma verdade mais complexa e maluca vem à tona. Com um elenco composto por Isabelle Huppert, Rebecca Marder, André Dussollier e Fabrice Luchini, este filme francês não é apenas divertido: também é um comentário sobre como, diante da possibilidade de conseguir fama e dinheiro, absolutamente tudo pode ser sacrificado no altar da conveniência.
Bernadette: A Mulher do Presidente (Bernadette) é uma comédia inspirada em eventos reais, estrelada pela icônica Catherine Deneuve (A Bela da Tarde), que narra a ascensão política de Bernadette Chirac. A história segue sua trajetória como primeira-dama submissa, esposa de Jacques Chirac (interpretado por Michel Vuillermoz), presidente da França de 1995 a 2007. Cansada de ser ignorada em questões políticas e humilhada pelos casos amorosos de seu marido, Bernadette decide se reinventar, assumindo o controle de sua vida e de seu próprio poder. O filme simplifica alguns acontecimentos, que fluem na tela como um resumo de aula de história. Também pode parecer um pouco brando na apresentação de um feminismo que rompe com os valores conservadores da direita política francesa. No entanto, o resultado é divertido, graças ao grande talento de Deneuve para a comédia.
É fã do humor francês? Pois saiba que Adeus, Idiotas é o mais puro exemplar da comédia do país do croissant no contexto do cinema atual, sendo a maior bilheteria por lá em 2021. A história tem como ponto de partida aqueles encontros improváveis: uma mãe com uma grave doença parte em busca do filho que deu para adoção, se juntando a um arquivista cego e a um homem que já cruzou o limite do stress. A partir disso, cria situações improváveis - e exageradamente impagáveis. Vencedor de nada menos que seis Césares (o Oscar do cinema francês), incluindo Melhor Filme, o longa tem em Albert Dupontel como a sua grande estrela, afinal ele é, além de co-protagonista, o diretor e co-roteirista. Perfeito para quem busca riso solto e adora rir da desgraça alheia.
Uma comédia dramática inacreditavelmente inspirada em fatos reais, recheada de humor negro e muito coração. Além de contar uma história fascinante, acaba por homenagear uma das grandes figuras do cinema, Charles Chaplin, ao recriar um bizarro episódio de sua história. A caprichada trilha sonora é um dos pontos altos do longa, que foi selecionado no Festival de Veneza.




