Filme mais potente da temporada de premiações, indicado tanto no Oscar quanto no Globo de Ouro, ‘Meu Pai’ não segue o beabá básico das histórias sobre Mal de Alzheimer -- como ‘Simplesmente Alice’ e ‘Ella & John’. Dirigido, roteirizado e baseado na peça de Florian Zeller, o longa-metragem acompanha a rotina de um homem idoso (Anthony Hopkins) que está começando a ter sua memória afetada pela doença degenerativa. No meio disso, entra a filha desse protagonista (Olivia Colman, de ‘A Favorita’), que precisa lidar com esse novo momento instável do pai. É um filme inteligente e ousado, que brinca com a temporalidade e a noção das coisas ao redor. Não vemos a degeneração da memória desse homem de longe, como se fosse um zoológico. Muito pelo contrário. Zeller, com um roteiro esperto e original, coloca o espectador na mente desse homem, com todas suas confusões e debilidades. Hopkins (‘O Silêncio dos Inocentes’) está espetacular, em uma de suas melhores atuações em duas décadas. Ele engole o filme, toma para si e ganha propriedade. Difícil não derramar algumas lágrimas. Filmaço.
O filme de Maite Alberdi combina espionagem e ternura ao acompanhar um senhor contratado para investigar um asilo. A partir de sua vivência, o longa desmonta preconceitos sobre velhice, revelando solidão, vínculos inesperados e a necessidade universal de cuidado e afeto.
Também dirigido por Maite Alberdi, o documentário acompanha a relação entre Augusto Góngora, jornalista chileno, e sua esposa Paulina, diante do avanço do Alzheimer. A obra mostra como o amor resiste ao apagamento da memória, tornando-se um registro delicado sobre companheirismo no envelhecer.
Dirigido por Coralie Fargeat e estrelado por Demi Moore, o filme mistura horror corporal e crítica social ao acompanhar uma atriz que recorre a um experimento para rejuvenescer. O preço, no entanto, é aterrorizante: dividir sua vida com uma versão mais jovem de si mesma. A obra satiriza a obsessão cultural pela juventude e mostra como o envelhecimento feminino é violentamente controlado por padrões de beleza e poder.




