Prêmios Quirino querem ser farol da animação ibero-americana Prêmios Quirino querem ser farol da animação ibero-americana

Prêmios Quirino querem ser farol da animação ibero-americana

Em sua terceira edição, a premiação reafirma vocação de indicar novos talentos e a mostrar força da produção audiovisual da região

Matheus Mans   |  
8 de junho de 2020 17:41
- Atualizado em 9 de maio de 2021 19:38

Até o próximo dia 14 de junho, os Prêmios Quirino da Animação Ibero-Americana estão abertos ao público com três curtas-metragens disponíveis gratuitamente e online para apreciação popular. Assim, a ideia é se aproximar das pessoas e servir como farol em meio à produção da região.

Afinal, ainda que o prêmio coroe diversos tipos de produção, esta categoria disponível ao público é diferenciada. Com o nome de Melhor Curta-Metragem de Escola de Animação, ela só seleciona filmes de estudantes ibero-americanos feitos em faculdades, universidades e escolas de cinema.

As três animações estão disponíveis em plataformas online de streaming (Crédito: Divulgação/Prêmios Quirino)

Neste ano, os selecionados são ‘Só Sei que Foi Assim’, da brasileira Giovanna da Paixão, da Universidade Federal de Pelotas; ‘Gravidade’, da boliviana Matisse González, da escola alemã Filmakademie Baden Württemberg; e ‘Néstor’, do português João Gonzalez, do britânico Royal College of Art.

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Todas elas estão disponíveis nas plataformas Retina Latina e Filmin gratuitamente. Assista aos curtas e saiba mais.

“É muito importante apostar em jovens talentos. É por isso que optamos em disponibilizar curtas-metragens escolares, que são basicamente uma plataforma de lançamento para futuros diretores e criadores”, resume José Luis Farias, coordenador e diretor dos Prêmios Quirino, ao Filmelier.

História dos Prêmios Quirino

A criação dos Prêmios Quirino, que está em sua terceira edição, já remete à um olhar mais atento sobre a animação produzida na região ibero-americana. Afinal, o nome é emprestado de Quirino Cristiani, animador responsável pelo primeiro longa-metragem de animação, ‘O Apóstolo’.

Dessa forma, os Prêmios Quirino coloca luz sobre um pioneiro ibero-americano, pouco conhecido em toda a região, e aponta novos talentos.

“Os Prêmios Quirino surgem como um ponto de encontro para este grande grupo de profissionais de animação ibero-americanos”, diz Farias, coordenador dos prêmios da competição, ao Filmelier. “É uma forma de valorizar [a produção da região] e também para aprimorar a indústria”.

José Luis Farias é coordenador do prêmio (Crédito: Divulgação/Ramón de la Rocha)

Além disso, o Quirino se propõe a internacionalizar seu alcance. Afinal, conta com um comitê de seleção internacional para identificar concorrentes ao prêmio. Indo além de vozes latinas, traz nomes internacionais para um olhar objetivo e, assim, cruzar novas fronteiras.

Depois, em um segundo momento, um júri também internacional, formado por profissionais ativos, escolhe finalistas e vencedores de cada categoria.

“Temos um comitê de seleção internacional, com algumas vozes latinas. Mas, acima de tudo, queríamos pessoas de outras partes do mundo. Assim, podem nos julgar com objetivo e visão externa e, ainda, cumpre o objetivo de promover a animação ibero-americano fora das nossas fronteiras”, diz.

E o Brasil?

Frequentemente, o Brasil acaba ficando esquecido em prêmios ibero-americanos por conta da língua. Afinal, com a predominância do espanhol, produções brasileiras são deixadas de lado. No entanto, Farias reafirma a importância do País para o prêmio e os bons rumos da área por aqui.

“Os países que falam português são muito importantes para nós. Fizemos um esforço para que a maior parte do conteúdo esteja nas duas línguas”, afirma o executivo. “O Brasil é um motor de animação na América Latina e tem uma visão muito interessante, em nível criativo, dessas obras”.

Além disso, ressalta a importância de apoiar o setor de animação brasileiro que, recentemente, viu o importante festival Animamundi ser cancelado.

“A sociedade precisa estar ciente de que a animação não é coisa de criança. É uma indústria, por um lado, e faz parte da cultura de um país, por outro”, afirma José. “Queremos continuar trabalhando com os talentos no Brasil e tornar o Quirino um projeto verdadeiramente de dois idiomas”.