Mercado de cinema

Cinemark não deve seguir acordo entre Universal Pictures e AMC

Na semana passada, a Universal Pictures e a rede de cinemas AMC fecharam um acordo inédito para distribuição de filmes em video on demand nos Estados Unidos. A mudança será na janela de exibição nos cinemas, que passaria de 90 dias para apenas 17.

A notícia causou um impacto na indústria do entretenimento e foi pauta da reunião trimestral de investidores com o CEO da Cinemark, Mark Zoradi. Segundo o Hollywood Reporter, o executivo disse que não está em seus planos fazer o mesmo acordo.

“Nós acreditamos que a janela de lançamentos no cinemas é extremamente importante”, disse ele. “Embora tenhamos declarado publicamente que estamos dispostos a ter conversas com nossos parceiros de estúdio para evoluir com eles, estamos cientes de que uma janela de lançamento tão curta possa ter um impacto desfavorável no desempenho no meio para o final da vida útil do filme”, completou.

O executivo se refere aos momentos futuros na vida do filme – na visão dele, uma presença curta nos cinemas no começo dessa exploração do longa diminuiria o interesse/vendas do título um, dois ou até mais anos após o lançamento. Afinal, ser “sucesso” de bilheteria é um dos argumentos de venda de um filme na TV paga e aberta, por exemplo, entre outros pontos.
Com o acordo a a AMC terá 20% dos lucros dos filmes em venda e aluguel digital (Foto: Reprodução/Warner Bros.)

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Zoradi não se fechou totalmente, mas disse que, a principio, a rede de cinemas da Cinemark não deve acatar a essa proposta. Ele também disse que até o momento nenhum outro estúdio trouxe discussões sobre o modelo adotado pela AMC, que é a maior rede de cinemas dos Estados Unidos. “Seremos muito cuidadosos e metódicos sobre como abordaremos qualquer mudança nas estreias. Continuamos a analisar e pesquisar cuidadosamente esse assunto. E nos esforçaremos para garantir que quaisquer modificações sejam do melhor interesse do setor em geral”, explicou o executivo. “Somos abertos e ativos nas discussões, mas em relação às negociações, eu pararia por aí”, finalizou Zoradi. Ainda de acordo com a Hollywood Reporter, durante a reunião, a rede Cinemark divulgou ter perdido cerca de 170 milhões de dólares nos últimos meses, devido a pandemia de coronavírus. A Cinemark acredita que será possível a reabertura de seus cinemas em 21 de agosto.
Raíssa Basílio

Jornalista de cultura e entretenimento. Já passou pelo Papelpop, UOL e Revista Claudia escrevendo sobre beleza, moda, cinema, música e TV, e também trabalhou com produção na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Foi redatora do Filmelier.

Escrito por
Raíssa Basílio

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