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‘The Mandalorian’: episódio 2 da 3ª temporada reacende a magia da série com enredo simples
Confira a crítica do episódio ‘As Minas de Mandalore’, da 3ª temporada de ‘The Mandalorian’. Dirigido por Rachel Morrison, de ‘Pantera Negra’
Pedro Pascal é o homem do momento. Protagonista de duas séries que estão em alta, ‘The Last of Us’ e ‘The Mandalorian’, o ator encarna novamente Din Djarin, o “Mando”, na 3ª temporada da série do Disney+. A personagem principal continua cativante, mesmo sem mostrar seu rosto. Já o adorável Baby Yoda – ou melhor, o Grogu – continua a roubar nossos corações.
O episódio 2 da nova temporada de ‘The Mandalorian’, lançado nesta quarta-feira, 8, traz elementos clássicos que fazem ‘Star Wars’ tão amado. Porém, a falta de ineditismo pode ser um ponto negativo para alguns espectadores. Confira abaixo a crítica do Filmelier para o episódio 2 da 3ª temporada de ‘The Mandalorian’, ‘Chapter 18: The Mines of Mandalore’ (‘Capítulo 18: As Minas de Mandalore’, na tradução para o português). Aproveite também para ler nossa análise do episódio 1 e veja como assistir à série online e com opções gratuitas.
Quem são os Mandalorianos?
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A 3ª temporada promete abordar mais a fundo as origens e os costumes mandalorianos e isso, por si só, já é muito interessante. Afinal, o que é ser um Mandaloriano? Até a estreia de ‘The Mandalorian’, os protagonistas de ‘Star Wars’ que se intitulavam mandalorianos – Jango Fett, Boba Fett e até mesmo Din Djarin – não tinham nascido mandalorianos.
Aprofundando as origens e os costumes mandalorianos
O ritual do início do episódio faz alusão a quando Din Djarin foi resgatado e se uniu aos mandalorianos. Um jovem que se unia a uma religião (ou seita) sem saber sua base e suas origens. A série antecipa que vai abordar a descrença e a hipocrisia. Será que é tudo uma lenda como Bo-Katan diz? E, se for, esse misticismo não seria justificado diante da tragédia passada pela população de Mandalore? Sabemos que a personagem de Pedro Pascal mostrou o rosto e, por isso, não é mais considerado membro do clã. E, para ser perdoado, precisa se banhar nas águas vivas de Mandalore.
Katee Sackhoff mais uma vez excelente como Bo-Katan
Isso nos leva a um dos pontos altos do episódio: a atuação de Katee Sackhoff como Bo-Katan, uma personagem conhecida dos fãs da animação ‘Star Wars: The Clone Wars’. Sackhoff novamente incorpora muito bem a força e a sagacidade da personagem. Enquanto na temporada anterior, Bo-Katan apareceu em seu auge, agora ela é uma líder em decadência, abandonada por seus súditos, desiludida com as crenças religiosas mandalorianas. Tudo isso adiciona camadas ricas e complexas ao universo da série. Especialmente quando conhecemos o verdadeiro estado de Mandalore após o ataque do Império: por um lado, Bo-Katan, como membro da “família real”, vivenciou esse período e o abandono do planeta. Por outro lado, Din Djarin conhece pela primeira vez as ruínas do “lar” sobre o qual ele só tinha ouvido falar. A química entre Sackhoff e Pedro Pascal também é notável. Os dois atores conseguem criar uma dinâmica interessante e tensa entre seus personagens, que têm objetivos e perspectivas diferentes.
O episódio 2 da 3ª temporada de ‘The Mandalorian’ traz de volta Din Djarin e Grogu em uma jornada de descobertas e desafios. A trama desta temporada segue a “jornada de herói” de Mando, que precisa voltar a conquistar seu lugar entre os mandalorianos. Diante disso, cada decisão tomada pela personagem tem um princípio, mas não chega a um meio e a um fim – parecendo uma série de missões secundárias que ofuscam o objetivo principal. Por exemplo, no primeiro episódio, Din diz a Greef Karga (Carl Weathers) que ele precisa de IG-11 para explorar a superfície de Mandalore. Só que a empreitada não dá certo e eles percebem que precisam trocar uma peça do dróide. Greef até oferece outro dróide de Nevarro, mas Mando recusa. Já no episódio 2, temos a continuação dessa tarefa. A personagem de Pedro Pascal vai a Tatooine para pedir a Peli Motto (Amy Sedaris) a peça do dróide que ele precisa. Esse pit stop faz sentido e também parecia lógico trazer de volta Boba Fett e Cobb Vanth à cena. Mas não é o que acontece. Só que a encantadora mecânica de Mos Eisley não consegue a peça e, em vez disso, vende a Din o astromecânico veterano R5-D4 que apareceu em ‘Uma Nova Esperança’ e já tinha sido visto por aí em temporadas passadas. Pelo menos, Amy Sedaris está mais uma vez excelente como Peli Motto – e sua interação com Grogu é adorável. Ao contrário do primeiro episódio, este foca mais em ação do que na história, com poucas realizações dentro do próprio enredo – tal como um jogo de tabuleiro: Mando avança uma casa mas volta duas vezes ou perde a vez. Embora a rapidez com que as coisas avançam possa parecer apressada, funciona bem para provocar para onde a série está indo.
Apesar de idas e vindas, episódio consegue conquistar com desenvolvimento de personagens
De certa forma, o que faz ‘Star Wars’ é esse enredo simples e divertido. Estão presentes no episódio os elementos clássicos que tornam ‘Star Wars’ tão cativante, como criaturas alienígenas (meio neandertais), missões, grandes lutas e momentos divertidos de Grogu. No entanto, a falta de ineditismo pode ser um ponto negativo para alguns espectadores. Apesar de não avançar muito em relação ao capítulo anterior, o episódio 2 consegue investir no desenvolvimento dos personagens. Isso pode ser visto especialmente no arco de Grogu, que enfrenta novos desafios.
“Guia Básico para se tornar um Mandaloriano”
Mando se sente na obrigação de passar os costumes mandalorianos para Grogu (e bem ou mal, os dos caçadores de recompensa), agora que o pequeno “Baby Yoda” abandonou o seu treinamento Jedi para ficar com Din. Esse fato gera algumas cenas adoráveis de uma espécie de “Guia Básico para se tornar um Mandaloriano”. Ele aprende a navegar pelo espaço e, mesmo com o compreensível medo de uma criança, se mostra corajoso para buscar ajuda.
‘The Mandalorian’ conta com diretora indicada ao Oscar
O episódio é dirigido com maestria por Rachel Morrison, cujo trabalho como diretora de fotografia em ‘Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississipi’ lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Ela também traz no currículo a fotografia de ‘Pantera Negra’, que permitiu que ela mostrasse suas habilidades em tornar os momentos de ação tensos intensamente pessoais. O mesmo ocorre em ‘The Mines of Mandalore’, no qual cenas de ação pouco iluminadas não significam sequências escuras (alô, ‘Game of Thrones’!). Tanto que a linguagem visual do episódio informa muito bem o tom da narrativa e aumenta de forma convincente a tensão emocional. No geral, o episódio 2 da 3ª temporada de ‘The Mandalorian’ é uma boa continuação da história, com atuações convincentes, criaturas novas e misteriosas, cenas de ação empolgantes e um enredo que aponta para novas direções. Porém, para manter a qualidade, a série precisa equilibrar a ação com o desenvolvimento dos personagens e trazer mais elementos inovadores para a trama. Esperemos que ‘The Mandalorian’ pelo menos siga os passos das séries anteriores de ‘Star Wars’, ‘Andor’ e ‘O Livro de Boba Fett’, que começaram de forma lenta e depois acertaram na mão e no ritmo.