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Crítica de ‘The Mandalorian’: episódio 3 da 3ª temporada faz um desvio interessante
O terceiro episódio da terceira temporada de ‘’The Mandalorian’’ retoma a história de Din e Bo-Katan… e depois dá uma curiosa reviravolta.
O episódio 3 retoma exatamente onde o último terminou: Bo-Katan (Kathee Sackhoff) resgata Din (Pascal) das profundezas, tendo testemunhado a aparição do enorme mitossauro, o símbolo de Mandalore. Como, por que e o significado da aparição do enorme ser é uma questão que a série deixará para depois: após estabelecer que apenas Bo-Katan se lembra do encontro, o grupo parte de volta para Kalevala.
No entanto, eventos subsequentes obrigam a dupla a abandonar o planeta tão rápido quanto chegaram. A partir daqui, o episódio — dirigido por Lee Isaac Chung, cineasta por trás de ‘Minari: Em Busca da Felicidade’ — dá uma curiosa e desconfortável reviravolta, mas não menos interessante.
O episódio 3 da temporada 3 presta homenagem aos primórdios de George Lucas
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De lá, vamos para Coruscant, o planeta capital da Nova República. Em um anfiteatro, vemos o Dr. Penn Pershing (Omid Abtahi), que traiu o Império nas temporadas anteriores. O cientista apresenta uma palestra em um anfiteatro sobre como as intenções benévolas de seu trabalho foram distorcidas pelo Império, algo que ele lamenta. No entanto, Pershing está longe de ser um cientista de alto escalão na Nova República. Em vez disso, ele é parte do Programa de Anistia, que busca reintegrar criminosos e antigos oficiais do Império. Cada membro recebe um número e é atribuído a um pequeno departamento em um complexo de habitações genéricas. Aqui, Pershing se reencontra com Elia Kane (Katy O’Brian), uma antiga oficial de Moff Gideon (Giancarlo Esposito). Durante o dia, o outrora cientista realiza trabalho de escritório, fazendo inventários.
O episódio 3 traz de volta o Dr. Pershing (Crédito: Lucasfilm) Chung enfatiza a rotina “kafkiana” à qual Pershing deve se submeter: trabalho burocrático durante o dia, voltar para o seu complexo de habitações cinzentas à noite e limitar–se a um perímetro dentro de Coruscant para se divertir. Rotineiramente, ele também é entrevistado por um droide da Nova República, que o interroga sobre suas emoções em relação à Nova República e seus funcionários. Cada vez mais, Pershing se sente frustrado por não poder realizar suas investigações — sobre clonagem, um assunto de ética espinhosa, acima de tudo. Logo, a atmosfera se torna opressiva para ele. Assim, o episódio 3 da terceira temporada de ‘The Mandalorian’ é uma homenagem a THX 1138, o primeiro filme de George Lucas — criador de Star Wars — sobre um mundo distópico no qual os cidadãos também têm designações numéricas, onde a individualidade é punida e as emoções são constantemente supervisionadas pelo governo.
O interessante é que isso faz com que a Nova República — supostamente os “bonzinhos” da história de Star Wars — pareça um governo repressor e não necessariamente tão construtivo quanto o Império. No entanto, Chung abandona — ou é forçado a fazê-lo — essas ideias antes de poder aprofundá-las. Esta linha de argumentação, desconfortável e desconexa com a narrativa principal de ‘The Mandalorian’, fica no ar.
‘The Mandalorian’ apresenta um episódio sobre redenção
Talvez a única coisa que liga esta tangente de Pershing ao resto é que, no final do episódio, vemos concluída a história de redenção de Din (bem, não é realmente um spoiler: os dois primeiros episódios constroem o caminho para isso). “Mando” e Bo-Katan retornam ao refúgio da Armeira (Emily Swallow), que dá as boas-vindas a ambos ao clã. Din, Bo-Katan e Grogu encaram o clã (Crédito: Lucasfilm) Talvez o ponto seja que a redenção não é alcançável para todos. Ou que, em certos contextos, requer submissão não apelável. Ou talvez que a redenção não seja necessariamente um final feliz, pois, como sugere o olhar de Bo-Katan no final, pode trazer uma nova série de conflitos.
Leia as críticas de ‘The Mandalorian’ para cada episódio:
