Dean Stockwell, da versão original de 'Duna' e de 'Paris Texas', morre aos 85 anos

Dean Stockwell, que tinha uma carreira de mais de sete décadas, morreu no domingo, dia 7. Ele tinha 85 anos e era conhecido, entre outras coisas, por colaborar com David Lynch em 'Duna' (1984) e 'Veludo Azul' (1986). Stockwell estava em casa e a morte foi por causas naturais, enquanto ele dormia, confirmou um representante da família ao Deadline.

O ator nasceu em 1936 em North Hollywood, bairro na região de Vale de São Fernando da cidade de Los Angeles, Estados Unidos. Aos sete anos já estava na Broadway, iniciando os primeiros passos na dramaturgia. Ele trabalhou com Frank Sinatra, Gene Kelly e Errol Flynn ainda na infância.

Em 1947, esteve em cena com Gregory Peck em 'A Luz É para Todos', ganhador de três prêmios Oscar, incluindo Melhor Filme. O longa foi um dos primeiros a abordar preconceito racial - focado em antissemitismo, a mensagem ainda é tão atual que consegue se encaixar bem em como outros grupos que sofrem intolerância na sociedade. Dean Stockwell, ainda criança, ganhou um prêmio especial, de Melhor Ator Jovem, no Globo de Ouro.

Stockwell foi o protagonista de 'O Menino dos Cabelos Verdes' (1948), que causou uma polêmica na época que foi lançado, por ser um tanto quanto peculiar e trazer uma mensagem anti-guerra - bastante confusa. O longa não foi bem aceito pelo diretor do RKO Pictures na época, Howard Hughes, que fez de tudo para enterrá-lo e, de fato, a produção foi um fracasso.

Na vida adulta, o ator voltou aos palcos da Broadway e se tornou amigo de Roddy McDowall ('O Planeta dos Macacos') ao estrelar 'Compulsion' (em português 'Estranha Compulsão'). Stockwell reprisou seu papel na versão cinematográfica e foi premiado como Melhor Ator no Festival de Cinema de Cannes, em 1960. Além dele, o filme tem também Orson Welles em um dos principais papéis.

Dean Stockwell estava ponderando uma mudança de carreira quando Harry Dean Stanton o convenceu a se juntar a ele em 'Paris, Texas' (1984), de Wim Wenders. A oportunidade o levou a outros memoráveis trabalhos ​​no cinema como em 'Veludo Azul' e 'Duna', ambos de David Lynch e 'De caso com a máfia' (1988), que rendeu a Stockwell uma indicação ao Oscar.

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Ainda em 1988 ele atuou em 'Jorge, um Brasileiro', drama dirigido pelo brasileiro Paulo Thiago e com roteiro baseado no romance homônimo de Oswaldo França Júnior. Estrelado por Carlos Alberto Riccelli e Glória Pires, a história mostra o mundo do caminhoneiros e faz fortes críticas a situação precária das rodovias do país, prejudicado o trabalho de quem depende da estrada para trabalhar.

Stockwell colaborou também com Francis Ford Coppola em 'Tucker: Um Homem e Seu Sonho' (1988) e 'O Homem Que Fazia Chover' (1997).

Foi na televisão que Stockwell fez seu trabalho mais popular (e peculiar) na série de ficção científica 'Quantum Leap' (também conhecida no Brasil como 'Contratempos'), ao lado de Scott Bakula. Ele interpretou o almirante Al Calavicci e recebeu quatro indicações ao Emmy por seu papel ao longo das cinco temporadas do programa. Na TV, ele também participou de 'Battlestar Galactica', 'NCIS: New Orleans', entre outros seriados.

Ele se aposentou da atuação em 2015 e finalmente teve a esperada mudança de carreira: passou a trabalhar com arte e exibir suas obras nos Estados Unidos. Dean Stockwell foi descrito como um rebelde que adorava atuar, rir, fumar charutos e jogar golfe. Ele era casado com Joy Stockwell e teve dois filhos, Austin Stockwell e Sophie Stockwell.

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