“Ariel ajudou a me encontrar”, diz protagonista de ‘A Pequena Sereia’ “Ariel ajudou a me encontrar”, diz protagonista de ‘A Pequena Sereia’

“Ariel ajudou a me encontrar”, diz protagonista de ‘A Pequena Sereia’

Halle Bailey é a alma do novo live-action de ‘A Pequena Sereia’, da Disney, mostrando presença de cena e força vocal para as cenas musicais

Matheus Mans   |  
23 de maio de 2023 10:30

A Pequena Sereia, novo live-action da Disney que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 25 de maio, é uma estreia que mexe com emoções. Primeiramente, é claro, por conta da nostalgia que nasce com a animação de 1989, ainda viva e pungente na memória de muitos. Além disso, mexe com emoções daqueles que não aguentam mais os live-actions da Casa do Mickey. E há todo aquele ódio destilado contra a protagonista, Halle Bailey.

Ódio gratuito, besta, criminoso. Afinal, quem vê o filme sabe: Halle Bailey é Ariel. A atriz, que foi escolhida como protagonista de A Pequena Sereia há cerca de cinco anos, precisou enfrentar muita coisa nesse período. Ataques nas redes sociais, comentários maldosos em plataformas como IMDb, boicotes. Mas nada disso abalou sua atuação: ela é a alma e a força do longa-metragem. E, segundo ela, o filme tem um papel importante em sua vida.

“Eu digo às pessoas o tempo todo que sinto que Ariel realmente me ajudou a me encontrar e a gostar dessa versão jovem de mim. Afinal, já se passaram cinco anos da minha vida agora”, diz a atriz em entrevista. “Dos 18 aos 23. Esses são anos muito intensos, de fato foram anos transformadores, à medida que você se desenvolve como uma jovem mulher”.

Cena de A Pequena Sereia
Halle Bailey é o grande trunfo de A Pequena Sereia em filme apenas mediano (Crédito: Disney)

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Oras, afinal, apesar de tanto ódio, a própria história de A Pequena Sereia fala sobre isso tudo que Bailey viveu, não? É, em essência, uma história atemporal que fala sobre preconceito e, acima de tudo, sobre não ter medo do outro. Não ter medo de um mundo diferente do seu, de pessoas diferentes da sua realidade. De criar pontes, quebrar muros. O amor de uma sereia com o príncipe humano parece bobo, mas vai além do banal.

“Ariel teve que viver com as suas paixões, andar e falar por si mesma”, contextualiza a protagonista. “Mesmo que possa ser assustador, ela foi em frente. Eu sinto essas coisas. Eu realmente tento adotar isso para a Halle de agora. Ariel me ensinou muito, com certeza”.

Rob Marshall, uma das lendas do mundo da Broadway e diretor de filmes como Chicago e O Retorno de Mary Poppins, rasga elogios para a jovem atriz. Acima dela ter absorvido todo esse ódio, os elogios falam acima de tudo sobre o talento de Bailey. O cineasta, com sua experiência, sabe como ela é importante para o filme – e que não deve se abater com esses comentários que apenas miram em preconceitos bobos que não agregam em nada.

“Ela é destemida, e isso sai da personagem”, diz o diretor. “Então, de repente, ela é ‘uau’. Muitos atores têm medo de cantar porque acham que eles, na verdade, precisam se encaixar. Mas é uma extensão de seu trabalho de atuação. É só isso, sabe? E esse é o tipo de canto que amamos. Você sabe, nós crescemos com Carol Channing, Rex Harrison e Zero Mostel e esses atores maravilhosos que cantam, e é isso que dá vida à música”. 

União do elenco de A Pequena Sereia

Na coletiva de imprensa de A Pequena Sereia, ficou evidente como o elenco se tornou unido. Nas cadeiras, nomes como Javier Bardem, Bailey, Awkwafina, Jacob Tremblay e Daveed Diggs mostram uma afinidade que salta da tela. Bardem, que em vários momentos parece o mais deslocado dali, não hesita ao dizer que hoje vê Bailey quase como uma filha. A troca de olhares entre os dois deixa isso evidente: há, ali, algum tipo de amor fraternal.

Bailey confirma. “Eu sinto que [o elenco de A Pequena Sereia] é a minha família”, explica a atriz. “São pessoas tão talentosas e que me inspiraram por tanto tempo. Então, é como se o sentimento fosse mútuo para cada um deles. E estou feliz por estar cercada por eles”.

Awkwafina, que dá vida ao pássaro Sabidão, conta que muito disso nasceu a partir de um método de Rob Marshall bem diferente do usual. Com um filme com tantos efeitos e trabalhos de voz, seria mais simples agendar com o elenco em dias diferentes, deixando-os solitários em suas cabines de gravação ou em cenários verdes de chroma key. Mas não foi essa a decisão do cineasta, que optou por fazer um trabalho de ensaio profundo com todos.

Sebastião na nova versão de A Pequena Sereia
Sebastião ganhou traços “realistas” em nova versão (Crédito: Disney)

“É a primeira vez que leio uma cena com outros atores [fazendo trabalho de voz]”, explica a atriz. “Normalmente, você está na cabine, muitas vezes os outros atores não estão, e você apenas interpreta as falas com o diretor. Mas, em A Pequena Sereia, todos nós fomos capazes de fazer isso com o elenco. Simplesmente tudo aconteceu lá. Foi muito louco”.

E a atriz também encerra a questão racial da melhor maneira possível: indo direto ao ponto e não deixando margem para mais discussões. “Acho que o elenco reflete o mundo em que vivemos. E acho que todo mundo merece se ver na tela, se enxergar ali”, diz Awkwafina. “E eu acho que este filme também celebra essas performances realmente incríveis também”. 

Confira o trailer de A Pequena Sereia: 

A Pequena Sereia chega aos cinemas nesta quinta-feira, 25 de maio. Clique aqui para comprar ingressos.

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