Louis Garrel comprova: o talento está no DNA Louis Garrel comprova: o talento está no DNA

Louis Garrel comprova: o talento está no DNA

Conheça a carreira do ator e diretor, que se tornou um dos rostos mais conhecidos do cinema francês atual

16 de setembro de 2022 16:56
- Atualizado em 22 de setembro de 2022 12:51

Louis Garrel é um dos rostos mais conhecidos do cinema francês. E é um talento de família, afinal ele é filho do diretor Philippe Garrel e da atriz Brigitte Sy, além de ser neto dos atores Maurice e Martine Garrel. Com essa bagagem, não tinha erro: Louis seguiu os passos dos pais. Além de atuar, ele também é cineasta, fazendo jus ao talento no DNA.

Muito conhecido por seu papel em ‘Os Sonhadores’ (2002), de Bernardo Bertolucci, Louis Garrel tem uma extensa carreira – com mais de 50 títulos, entre longas, séries e curtas-metragens. Aqui, vamos relembrar essa trajetória pelo cinema europeu e norte-americano.

Agora em 2022, o realizador participou do Festival de Cannes para estrear seu mais recente filme ‘L’innocent’, que ele protagoniza e dirige. Além disso, ‘Um Pequeno Grande Plano‘, em que também assume as duas funções e ainda atua ao lado da esposa Laetitia Casta, foi lançado no Brasil. Mas, para entender o estrelato, precisamos passar por seus primeiros trabalhos.

Louis Garrel em 'Os Sonhadores', de Bertolucci (Crédito: Divulgação/Searchlight Pictures)
Louis Garrel em ‘Os Sonhadores’, de Bertolucci (Crédito: Divulgação/Searchlight Pictures)

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Graduado pelo Conservatório de Paris, Garrel fez sua estreia como ator em ‘The Ministeries of Art’, em 1988, um documentário feito por seu pai com Chantal Akerman, Leos Carax, Jean-Pierre Léaud, Brigitte Sy (sua mãe) e outras personalidades do cinema francês. Ele tinha apenas cinco anos.

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O segundo trabalho dele, ‘Beijos de Emergência’, é praticamente um projeto familiar. Louis novamente contracena com a mãe, com o pai, que também dirige, e com o avô Maurice Garrel. A história segue os conflitos de diretor de cinema que planeja fazer um filme sobre sua vida.

Depois dessas duas participações, Louis Garrel só voltaria a atuar em 2001, já com 18 anos. O longa em questão é ‘Este é o Meu Corpo’, de Rodolphe Marconi, que ele estrelou ao lado de Jane Birkin, Mélanie Laurent e Elisabeth Depardieu. A trama acompanha um jovem estudante que abandona os estudos para seguir a carreira de ator. Dessa forma, temos uma história de amadurecimento, mostrando o protagonista tendo que lidar com os primeiros conflitos da vida adulta e um escândalo nas filmagens do primeiro papel que consegue no cinema.

Um sonhador de fato

Em 2002, o ator já encara um de seus personagens mais conhecidos, o Théo de ‘Os Sonhadores’. A narrativa erótica de Bertolucci segue um norte-americano estudando em Paris em 1968, que fica amigo de um casal de irmãos. Dessa forma, se envolve em um triângulo amoroso familiar bem peculiar. Com Michael Pitt e Eva Green, a produção tem um certo status cult, mas dividiu a crítica quando foi lançada.

Louis Garrel já tinha seu espaço como um galã do cinema europeu conquistado com o filme de Bertolucci e isso só foi ficando mais forte com seus próximos trabalhos.

Louis Garrel como Jacques de Bascher, um socialite que teve um caso com estilistas famosos, em 'Saint Laurent' (Créditos: Divulgação/EuropaCorp Distribution)
Louis Garrel como Jacques de Bascher, um socialite que teve um caso com estilistas famosos, em ‘Saint Laurent’ (Créditos: Divulgação/EuropaCorp Distribution)

Ainda nos anos 2000, ele passou a colaborar com o diretor e roteirista Christophe Honoré. Juntos eles fizeram: ‘Minha Mãe’, (2004), ‘Em Paris’ (2006), ‘Canções de Amor’ (2007), ‘A Bela Junie’ (2008), ‘Não, Minha Filha, Você Não Irá Dançar’ (2009) e ‘Bem Amadas’ (2011). Baita parceria.

Louis Garrel, o rosto do cinema francês

Em 2006 veio o papel em ‘Amantes Constantes’, em que retoma a parceria com o pai, Philippe Garrel. Louis ganhou o César, que é o Oscar da França, de talento mais promissor por seu personagem; e o European Film Awards, na categoria de ator revelação.

Ele também participou de ‘Atrizes’ (2007) e ‘Um Castelo na Itália’ (2011), ambos da sua namorada na época, a atriz e diretora Valeria Bruni Tedeschi. Por falar na Itália, uma curiosidade é que além de seu francês nativo, Garrel fala inglês e italiano.

Outro grande diretor que ele colaborou foi Xavier Dolan em ‘Amores Imaginários’ (2010). Paralelo a sua carreira de ator, Louis Garrel passou a dirigir curtas. ‘Mes copains’ foi o primeiro, de 2008, logo depois ele fez ‘Petit tailleur’ (2010) – que foi indicado ao César de melhor curta-metragem – e ‘La règle de trois’, de 2011.

Em 2014, ele interpretou Jacques de Bascher, um socialite amante de Karl Lagerfeld e Yves Saint Laurent no filme ‘Saint Laurent‘ de Bertrand Bonello. A atuação rendeu uma nomeação ao César de melhor ator coadjuvante.

O primeiro longa-metragem de Louis como cineasta veio em 2015, com ‘Dois Amigos’, filme estrelado por Golshifteh Farahani, Vincent Macaigne e ele mesmo. Além de atuar e dirigir, Garrel também escreveu o roteiro com Christophe Honoré, com quem trabalhou em diversos filmes.

‘Dois Amigos’ fez parte da seleção de Cannes em 2015 e concorreu a Palma de Ouro Queer e ao Golden Camera, prêmio que o festival dá para os primeiros filmes de diretores iniciantes.

Louis Garrel como Jean-Luc Godard em 'O Formidável' (Créditos: Divulgação/Imovision)
Louis Garrel como Jean-Luc Godard em ‘O Formidável’ (Créditos: Divulgação/Imovision)

Em 2017, Louis Garrel virou Jean-Luc Godard na cinebiografia ‘O Formidável‘, de Michel Hazanavicius. O ator teve uma excelente recepção da crítica com sua atuação e foi indicado ao César. Já Hazanavicius concorreu a Palma de melhor direção em Cannes.

No ano seguinte veio o segundo longa de Garrel, ‘Um Homem Fiel’. A comédia romântica, muito bem recebida pela crítica, é c-protagonizada por Laetitia Casta, sua atual esposa, e Lily-Rose Depp, filha de Johnny Depp. Em seguida, em 2019, Garrel colaborou com Roman Polanski em ‘O Oficial e o Espião’. A produção fez sua estreia mundial no Festival de Cinema de Veneza.

No mesmo ano, ele participou da adaptação ‘Adoráveis Mulheres‘, de Greta Gerwig. Garrel estrelou o longa junto com Saoirse Ronan, Emma Watson, Florence Pugh e Timothée Chalamet. Baseado no livro de Louisa May Alcott, o filme foi indicado a seis Oscars e ficou com o de melhor figurino.

Nos últimos anos, Louis Garrel continuou trabalhando em diversos longas, sendo que os que se destacaram foram ‘O Festival do Amor’ (2020), de Woody Allen“; ‘A História da Minha Esposa’ (2021), de Ildikó Enyedi; e os já citados ‘Um Pequeno Grande Plano’ (2021) e ‘L’innocent’ (2022).

Como um bom geminiano, ele não ficará parado e já tem mais quatro projetos na manga: ‘Caravaggio’s Shadow’, sobre o pintor Michelangelo Merisi, mais conhecido como Caravaggio; ‘The Three Musketeers: D’Artagnan’ e ‘The Three Musketeers: Milady’, interpretando Luís XIII em ambos; e ‘La lune crevée’, seu quinto trabalho como diretor.

Como vemos, apesar de ter feito alguns filmes em Hollywood, Louis Garrel continua com um forte DNA europeu em toda sua filmografia.

Se você quiser saber mais sobre um dos mais recentes projetos de Garrel, ‘Um Pequeno Grande Plano’, clique aqui. O filme acaba de chegar ao streaming brasileiro.

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