‘Lupin: Parte 3’: série continua vigorosa, ainda que tenha menos encantamento ‘Lupin: Parte 3’: série continua vigorosa, ainda que tenha menos encantamento

‘Lupin: Parte 3’: série continua vigorosa, ainda que tenha menos encantamento

Omar Sy continua mantendo ‘Lupin’ com graça e diversão, apesar de certas decisões narrativas esquemáticas

Matheus Mans   |  
4 de outubro de 2023 13:21
- Atualizado em 10 de outubro de 2023 20:37

Começo este texto com uma confissão: não tinha assistido Lupin, série de sucesso da Netflix, até receber a incumbência de falar sobre a terceira temporada. Assim, na última semana, entrei em um processo que chamam de binge watching, que é a maratona quase ininterrupta de algo. Não só para dar tempo de falar sobre a estreia, mas também por um motivo que me deixou genuinamente feliz: é difícil parar de assistir aos episódios da série francesa.

Estreladas pelo carismático Omar Sy, as duas primeiras temporadas, que foram lançadas bem próximas e gravadas simultaneamente, acompanham Assane Diop, um ladrão gentil quer se vingar de uma família rica por uma injustiça cometida contra o pai dele. Inspirada nas aventuras de Arsène Lupin, a produção mistura mistério e drama familiar em medidas que deixam qualquer um empolgado e, principalmente, preocupados com esse personagem tão francês.

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Agora, na terceira temporada da série, as coisas mudam um pouco. Assane está escondido, após acontecimentos da segunda temporada, e longe da mulher e do filho. A saudade fica insuportável. É aí que Assane resolve voltar a Paris com uma proposta ousada: fugir da França para recomeçar a vida em família em outro lugar do mundo. O problema é que os fantasmas do passado insistem em se manter por perto, e um retorno inesperado vai abalar todos os planos.

Terceira temporada de Lupin é boa?

Buscando manter o sucesso inesperado que Lupin fez na estreia das outras duas temporadas, o showrunner George Kay (de Sequestro no Ar) insiste no que deu certo. Assim como nas outras duas partes, o drama familiar guia o roteiro e as emoções dos personagens, dando profundidade em uma trama que poderia ser apenas de assaltos magníficos.

Omar Sy empresta carisma e vitalidade para mais um personagem emblemático de sua carreira (Crédito: Netflix)

Assim, Lupin nunca perde de foco o que faz tão bem: colocar Assane em uma série de esquemas, roubos impossíveis, traições e fugas complicadas. Tudo isso para conseguir financiar a sua fuga e de sua família para um lugar mais seguro.

É difícil impedir que um sorriso surja no rosto a cada escapada inesperada e grandiosa do personagem, que cada vez mais se assemelha a um Houdini moderno. Sy, que já tinha encantado o mundo com o filme Intocáveis, volta a mostrar o que fez com que se tornasse um personagem tão querido: enche o personagem de carisma. E isso é essencial: apesar do texto de Lupin ser bom, Omar Sy é quem coloca graça em Assane. Sem o ator, a série seria menos empolgante.

Outra coisa importante: apesar de ser um desdobramento inesperado, a partir de uma série que tinha sido dividida em partes e não em temporadas, Lupin não mostra desgaste. Diferente do que aconteceu com La Casa de Papel, que a partir da 3ª temporada mostrava uma intensa falta de criatividade, esta produção francesa repete temas e estilos, mas nunca histórias. George Kay sabe como continuar uma história sem parecer que foi improvisada no meio do caminho.

Ainda assim, voltas demais…

Apesar dessa vitalidade de Lupin, e da série fugir dessa sensação de que está repetindo uma mesma história, o showrunner precisa corrigir algumas pontas que ficaram soltas nas outras duas partes para continuar a série. Com isso, Lupin volta demais no tempo. O roteiro tenta desesperadamente encontrar significados para a história de Assane — algo que era desnecessário nas outras duas partes, já que se tratava de falar do momento presente, com fim evidente.

Omar Sy é a alma, o coração e o espírito de Lupin (Crédito: Netflix)

Agora, preocupados não apenas em dar uma base mais estruturada na terceira parte, os roteiristas também começam a tatear para encontrar um horizonte para a história no futuro — uma quarta, quinta, sexta temporadas, talvez? Essas idas e vindas acabam tirando um bocado da vitalidade da produção, que tinha um ritmo que torna as duas outras partes impossíveis de largar. A história fica um pouco mais morosa e cansativa, mas ainda muito divertida e intensa.

Lupin, assim, tem um retorno interessante na 3ª parte: ainda que se torne mais esquemático do que antes, ligando o sinal amarelo para o futuro da produção, esta série da Netflix consegue manter boa parte da vitalidade. Omar Sy se prova (de novo!) como um dos grandes astros de sua geração, ajudando a manter o carisma da produção. Depois de assistir tudo em sequência, uma temporada atrás da outra, não poderia estar mais encantado por Lupin. Fica a torcida para que possíveis continuações não percam essa força para que a série saiba, em algum momento, como terminar.

Lupin: Parte 3 estreia na Netflix em 5 de outubro. Clique aqui para saber tudo sobre a série.

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