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    'Motel Destino' brinca com o noir, mas funciona melhor como exploração sensorial

    Em 'Motel Destino', Karim Aïnouz volta a um cinema quente, suarento, vigoroso depois de 'Firebrand'

    Mariane Morisawa | 23/05/2024 às 15:29 - Atualizado em: 23/05/2024 às 15:29


    Em Motel Destino, exibido na competição do 77º Festival de Cannes, Karim Aïnouz volta a um cinema quente, suarento, vigoroso depois de Firebrand, uma produção de época inglesa estrelada por Alicia Vikander e Jude Law que disputou a Palma de Ouro no ano passado. Por isso, a expectativa era alta.

    O filme não só é um retorno de Karim Aïnouz ao Brasil, onde não rodava desde A Vida Invisível, de 2019, mas mais especificamente ao seu Ceará natal. Foi lá que nasceu o roteiro, de um trabalho no Instituto Dragão do Mar, e uma boa parte dos principais atores.

    O resultado é um noir tropical tenso e solar sobre destino, segundas chances, masculinidades e liberdade.

    O título se refere ao estabelecimento gerenciado pelo casal Elias (Fábio Assunção) e Dayana (Nataly Rocha). É o destino que coloca na vida dos dois o jovem Heraldo (o carismático Iago Xavier, em seu primeiro papel no cinema), um fugitivo que bate à porta do motel para pedir abrigo. Surpreendentemente, Dayana abre a porta. Mais surpreendentemente ainda, Elias, um sujeito bronco e violento, aceita.

    Motel Destino marca o retorno de Karim Aïnouz ao Brasil (Crédito: Gullane)
    Motel Destino marca o retorno de Karim Aïnouz ao Brasil (Crédito: Gullane)

    A chegada de Heraldo vai colocar Dayana entre dois modelos de masculinidade, fragilizando ainda mais seu casamento com Elias. Mas Karim Aïnouz e Fábio Assunção evitam simplificar o personagem.

    Os três estão ali aprisionados naquele motel claustrofóbico, sufocados pelos gritos e gemidos dos hóspedes. Heraldo, perseguido por uma quadrilha, tem sua vida ameaçada. Dayana é prisioneira de sua situação. E mesmo Elias, uma figura opressora, no fundo também é vítima de um meio social que exige dos homens a violência, a brutalidade, a falta de cuidado.

    Por isso há uma tensão – sexual, inclusive – que transborda em violência e paixão, ou os dois. Motel Destino é o filme mais quente do festival até agora, com várias cenas de sexo.

    Acima de tudo, é brasileiro nas cores, nos temperamentos explosivos e sobretudo na alegria. O sexo é divertido, os personagens, mesmo nessa atmosfera tensa, fazem churrasco, festejam, dançam – uma das melhores cenas acontece ao som de Pega o Guanabara, de Alanzim Coreano e Wesley Safadão, e a equipe encantou todos em Cannes ao entrar no Palais des Festivals bailando com Coração, dos Aviões do Forró.

    Ao final, porém, deixa a impressão de não ter ido tão fundo quanto poderia ir. É um filme com vitalidade, mas que perde um pouco de fôlego. Karim Aïnouz sempre foi um cineasta interessado mais na experiência sensorial, e aqui não é diferente. Mas por isso o filme parece ficar no meio do caminho como noir e como exploração de temas sociais como a falta de opções de um rapaz como Heraldo.

    Um detalhe: Motel Destino tem os melhores créditos iniciais e finais deste festival, abrindo e fechando com níveis altos de energia.

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    Mariane MorisawaMariane Morisawa

    Mariane Morisawa é jornalista e crítica de cinema, membro da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e votante do Globo de Ouro. Colabora para veículos como O Estado de S. Paulo, Elle, Veja e Filmelier. Foi correspondente em Los Angeles por oito anos e cobre festivais nacionais e internacionais. Em 2025, cobre seu 15º Festival de Cannes para o Filmelier.

    Mariane Morisawa
    Mariane Morisawa

    Mariane Morisawa é jornalista e crítica de cinema, membro da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) e votante do Globo de Ouro. Colabora para veículos como O Estado de S. Paulo, Elle, Veja e Filmelier. Foi correspondente em Los Angeles por oito anos e cobre festivais nacionais e internacionais. Em 2025, cobre seu 15º Festival de Cannes para o Filmelier.

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