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A MUBI entrou na briga do setor de serviços de streaming como aquele parente distante, um pouco deslocado do restante da família. Afinal, com um conteúdo alternativo formado por títulos estrangeiros, clássicos e independentes, a plataforma buscava atingir um público bem específico.
E conseguiu. Com algumas transformações nos últimos meses, novos passos e mudanças no formato de oferecimento de filmes, a MUBI conquistou bons números. Entre abril e maio, a plataforma registrou um crescimento de 60% — geralmente, porcentagem de crescimento anual da empresa no país.
“[Foi um período] desafiador, mas positivo. Não apenas no aumento de assinantes, como também no aumento do volume de streams”, conta Juliana Barbieri, general manager da MUBI no Brasil, ao Filmelier. “Nós estamos acompanhando um crescimento orgânico [no Brasil] desde 2018”.
Mudanças na MUBI
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Primeiramente, a MUBI era uma plataforma com apenas 30 filmes disponíveis, de maneira rotativa. Todo dia entrava um, saía outro. Agora, ainda que o serviço continue a funcionar com essas características, há algumas mudanças que podem estar impulsionando esse crescimento. Uma das mudanças mais significativas foi a inclusão de um acervo. Assim, um conjunto de títulos ficam disponíveis por um tempo maior, prontos para serem reproduzidos. No entanto, vale dizer: nem todos os filmes que entram na lista de exibição, com limitação de 30 mensais, ficam no acervo. “A recepção foi muito positiva mundialmente e no Brasil não foi diferente”, conta Juliana sobre o Acervo. “A ideia não é criar uma ‘biblioteca’, com centenas de filmes estagnados, mas um ‘organismo vivo’, que se renova. E parte do Acervo tem filmes para locação, uma outra demanda no Brasil”. Além disso, nas últimas semanas, a MUBI tem firmado algumas parcerias importantes no setor. Fruto de uma união com a distribuidora Imovision, o longa-metragem ‘Ema’ ganhou pré-estreia na plataforma. Agora, firmou acordo com O2 e o Canal Brasil para mais cinema nacional independente. “Essas parcerias são resultado do relacionamento que estamos construindo já há um bom tempo com o mercado audiovisual brasileiro”, resume Juliana. “A MUBI é, acima de tudo, uma comunidade de amantes do cinema e as pessoas querem fazer parte. Tudo de forma muito natural”.
Desafios e futuro
Agora, depois de tantas transformações, quais os próximos passos? Juliana responde. “Ser uma plataforma de curadoria manual, humanizada e dedicada a um mercado de nicho, mas exigente, é um desafio, principalmente se pensarmos em como alcançar uma nova audiência”. Além disso, a executiva acredita que o Brasil está em um momento de “educação de audiência”, além dos desafios inerentes à cultura no País. Para o futuro, novos planos. “[O futuro da MUBI] é positivo, com investimentos cautelosos. Focamos cada vez mais em uma programação que se comunica com a audiência local”, afirma. “Apesar dos desafios do setor, estamos testemunhando movimentos, associações, formato e parcerias durante a pandemia. Ótimo para a indústria e trazem benefícios”.