Filmes

‘O Poderoso Chefão’ é um clássico que merece ser visto nos cinemas

Um dos maiores clássicos da história do cinema, ‘O Poderoso Chefão’, completa 50 anos em 2022. Para celebrar a data, o filme volta às salas de cinema nesta quinta, 24. Se por acaso você ainda não assistiu à produção dirigida por Francis Ford Coppola, fica a oportunidade de ter essa experiência na tela grande. E, se você já viu, é uma ótima hora para revê-la.

O longa, estrelado por Marlon Brando, Al Pacino, Robert Duvall, Diane Keaton e James Caan, é o primeiro capítulo de uma trilogia. Ambientado depois da Segunda Guerra Mundial, a história é focada em uma família de mafiosos que luta para estabelecer sua supremacia na máfia dos Estados Unidos.

Publicidade

Como tudo na vida – e no cinema – tem dois lados: o retorno de ‘O Poderoso Chefão’ aos cinemas agradou uns e foi indiferente para outros. Qual seria o sentido do um esforço desse relançamento? Essa é uma pergunta difícil de responder, mas tem algumas possíveis constatações que podem nos fazer refletir sobre isso.

Por que o filme voltou ao cinema?

Lançado em 1972, o longa é a adaptação do romance de Mario Puzo, que colaborou com o roteiro da versão cinematográfica. Vencedor de três Oscars (Melhor Filme, Roteito Adaptado e Ator, para Marlon Brando), ‘O Poderoso Chefão’, é considerado um dos melhores filmes já feitos.
‘O Poderoso Chefão’ é considerado um dos melhores filmes já feitos (Crédito: Divulgação/Paramount Pictures)

🎞 Quer saber as estreias do streaming e dos cinemas? Clique aqui e confira os novos filmes para assistir!

Em 2014, o Hollywood Reporter contou com 2 mil críticos, diretores, atores, roteiristas e produtores para selecionarem os 100 melhores produções de todos os tempos. A obra de Coppola apareceu em primeiro lugar, superando até mesmo ‘Cidadão Kane‘ (1941) e ‘O Mágico de Oz‘ (1939). Dessa vez, o clássico poderá ser visto – pela primeira – remasterizado em 4K HDR (que garante uma imagem impecável) em uma edição especial da Paramount Pictures. A equipe de restauração gastou mais de 4 mil horas para consertar manchas nos rolos, rasgos e outras anomalias nos negativos. Para que o longa, filmado em película, funcionasse bem em HDR (High Dynamic Range, ou, em português, Grande Alcance Dinâmico, ampliando o contraste entre o que é mais claro e mais escuro na mesma imagem) foi preciso de mais de mil horas de correção de cores. Essa foi a melhor forma para não fugir da visão original de Coppola e nem do diretor de fotografia, Gordon Willis. Quanto ao áudio, que agora é em 5.1, as faixas monofônicas, que é uma uma mixagem em que todos os sons são agrupados em um único canal, também fora restauradas. Todo o trabalho contou com a aprovação e supervisão de Francis Ford Coppola.

Você se lembra da primeira vez que viu ‘O Poderoso Chefão’ ?

Partindo para um lado mais pessoal, eu era adolescente quando assisti pela primeira a ‘O Poderoso Chefão’ – e foi em uma pequena televisão que tinha no meu quarto. Lembro que meu pai perguntou o que eu estava assistindo, eu disse e ele respondeu: “esse é um dos melhores filmes que já vi”. Ainda nas sequências inicias, ele perguntou se tal personagem já tinha morrido, eu disse que ainda não tinha nem aparecido. Ele sentou na cama e começou a assistir comigo, mas continuava antecipando todas as cenas – e eu tive que pedir para ele sair do quarto.
Marlon Brandon ganhou o Oscar por sua atuação em ‘O Poderoso Chefão’ (Crédito: Divulgação/Paramount Pictures)
Claro que meu pai continuou lá, mas me poupou de contar a história toda do filme. No entanto, ele já tinha entregado grande parte da narrativa. A morte mais cara de ‘O Poderoso Chefão’, que custou US$ 100 mil (o que seria cerca de US$ 672 mil hoje em dia, ou R$ 3,45 milhões) foi menos surpreendente, mas continua uma das cenas mais chocantes do longa. Essa sequência foi considerada a mais violenta história do cinema nos anos 1970. Caso alguém ainda não tenha assistido a esse clássico, não vou revelar quem morre, mas quem viu o filme sabe muito bem de quem estou falando. Apesar da experiência levemente comprometida, ‘O Poderoso Chefão’ se tornou um dos meus filmes favoritos e decidi ler o livro antes de ver as sequências. Eu apresentei a trilogia para o meu irmão mais novo e fiz questão se assistir com ele – em um dia que meu pai não estava em casa, claro.

Vale a pena ver ‘O Poderoso Chefão’ no cinema?

Eu já revi o filme incontáveis vezes e nunca perde a graça. Na verdade só aumenta e esse efeito é potencializado em uma sala de cinema. Por mais que seja possível criar algo que se aproxime em casa, sabemos que não fica igual, mesmo que você tenha um bom home theater. É indescritível rever (ou ver pela primeira vez) a cena de abertura do longa. ‘O Poderoso Chefão’ começa com uma tela preta, embalada pela trilha de Nino Rota. Só um ambiente completamente escuro e com um ótimo som consegue te fazer ter uma imersão completa.
Ir ao cinema tem o lado ruim, pois sempre pode ter alguém para te incomodar na sala – mais ainda é uma experiência válida. Principalmente em um filme de quase três horas, é difícil focar em casa, com todas as distrações possíveis, incluindo celulares e a possibilidade de dar pause. Ainda seguindo um lado mais pessoal, fiquei muito empolgada quando vi que ‘O Poderoso Chefão’ voltaria aos cinemas. A oportunidade de ver um clássico na telona sempre vai ser válido e acredito que mais produções poderia ser relançadas nesse formato. Por mais que o streaming seja incrível e se encaixe melhor no nosso dia a dia, para quem ama cinema é complicado substituir a imersão da sala de exibição para outros ambientes. Mas cada um vê o filme da maneira que desejar, claro.

‘O Poderoso Chefão’ está de volta aos cinemas ao partir de hoje, dia 24. A versão resmaterizada chega ao streaming em 22 de março. Clique aqui para mais informações, inclusive para encontrar o link para a compra de ingressos.

Siga o Filmelier no FacebookTwitterInstagram e TikTok.

Raíssa Basílio

Jornalista de cultura e entretenimento. Já passou pelo Papelpop, UOL e Revista Claudia escrevendo sobre beleza, moda, cinema, música e TV, e também trabalhou com produção na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Foi redatora do Filmelier.

Escrito por
Raíssa Basílio

Notícias recentes

‘The Last of Us’: O que esperar das 2ª e 3ª temporadas da série da HBO?

Veja primeiras imagens de The Last of Us, elenco e tudo o que sabemos sobre…

3 horas atrás

Filme de abertura de Cannes, ‘The Second Act’ tenta fazer graça com IA e cultura do cancelamento

Com Léa Seydoux, Louis Garrel e Vincent Lindon, o diretor francês Quentin Dupieux apresentou 'The…

1 dia atrás

Greta Gerwig em Cannes: “Eu vi mudanças substanciais com o #MeToo”

Greta Gerwig, que preside o comitê do Júri em Cannes, comentou sobre os avanços do…

1 dia atrás

Crítica: ‘O Tarô da Morte’ é ruim demais e nem a comédia espontânea consegue salvar

Longa-metragem fica se equilibrando em ideias pouco originais enquanto a condução da história se perde…

1 dia atrás

Crítica: ‘Fúria Primitiva’ não é ‘John Wick’ (e isso é bom)

Apesar de certos tropeços, Dev Patel alcança uma estreia sólida e interessante como diretor com…

3 dias atrás

‘Jade Guerreira Solitária’: Tudo sobre o filme Top 1 na Netflix Brasil

Conheça Jade Guerreira Solitária, novo sucesso da Netflix que vai te prender do início ao…

5 dias atrás