‘Velozes e Furiosos’: Ranking da franquia, do pior ao melhor ‘Velozes e Furiosos’: Ranking da franquia, do pior ao melhor

‘Velozes e Furiosos’: Ranking da franquia, do pior ao melhor

Na longa – e em constante mudança – trajetória de ‘Velozes e Furiosos’, cada filme mostrou diferentes níveis de qualidade, engenhosidade e emoção

Lalo Ortega   |  
11 de maio de 2023 12:02
- Atualizado em 24 de maio de 2023 10:52

Ao longo de mais de duas décadas, é inegável que a saga Velozes e Furiosos teve altos e baixos. Desde seus inícios no mundo das corridas clandestinas até o mais alucinante e ridículo dos thrillers de ação e espionagem internacional, nem todos os filmes da franquia foram feitos iguais.

Em preparação para a estreia de Velozes e Furiosos 10, assistimos todos os filmes anteriores do começo ao fim, e aqui está nosso ranking de todos eles, do pior ao melhor. Leia também a crítica de Velozes 10.

Spoilers da saga completa a seguir.

Os filmes de Velozes e Furiosos, do pior ao melhor

11. +Velozes +Furiosos (2003)

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A segunda parte da franquia teve uma queda notável em qualidade e autenticidade. Em parte, isso se deveu às circunstâncias. Vin Diesel, um dos ingredientes-chave para o sucesso do original, recusou-se a fazer a segunda parte para não profanar a primeira. “(…) arruinaria a oportunidade para que a primeira se tornasse um clássico”, disse Diesel à #Legend em 2017. “Eu era um idealista e, para mim, a segunda não estava continuando a história”. Oh, ironias…

Como resultado, o único a voltar para a sequência foi o outro protagonista, Brian O’Conner (Paul Walker). Exceto pelas corridas de carros, tudo o mais foi jogado fora. Los Angeles foi trocada por Miami, onde O’Conner deve prestar contas ao FBI por deixar escapar Dominic Toretto (Diesel). Mais uma vez, ele se infiltra no mundo das corridas clandestinas.

Fora isso, +Velozes +Furiosos falha por suas próprias deficiências, apesar da habilidade e reconhecimento de seu diretor (John Singleton, de Shaft). O roteiro e muitas das atuações deixam muito a desejar, e o vilão é um dos mais esquecíveis de toda a franquia. Há pontos importantes, como as introduções de Roman Pearce (Tyrese Gibson) e Tej Parker (Ludacris). Mas, em geral, esta primeira sequência apenas tenta imitar o que fez sua antecessora boa, claramente sem sucesso.

10. Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw (2019)

Sendo o primeiro (e até agora único) spin-off da franquia, Hobbs & Shaw tem certa liberdade para ser o filme mais diferente de todos. Foram deixados de lado Toretto e quase toda a família para colocar o holofote no par incompatível formado por Luke Hobbs (Dwayne Johnson), Deckard Shaw (Jason Statham) e uma trama que mergulha de cabeça no território dos super-heróis.

O agente e o mercenário se envolvem em uma missão para deter uma organização ciberterrorista e sua criação, o supersoldado Brixton Lore (Idris Elba). Apenas mais uma segunda-feira de ameaças globais na saga de Velozes e Furiosos.

Parte do problema é que ele se sente muito diferente do resto da franquia. E parte também é que não está bem escrito. Além das alucinantes sequências de ação, há pouca consistência para manter a atenção por mais de duas horas. O roteiro depende muito das brincadeiras infantis do protagonista, deixando a muito capaz Vanessa Kirby em um papel secundário.

9. Velozes e Furiosos 4 (2009)

Depois dos resultados aceitáveis do segundo filme e da escapada asiática com bilheteria regular do terceiro, a franquia enfrentou seu momento de “correr ou morrer”. Velozes e Furiosos 4 reuniu quase todo o elenco original com Vin Diesel – que fez um ótimo acordo por isso – para o que parece ser a primeira verdadeira sequência do original.

O resultado é algo que se sente a meio caminho entre as raízes da saga e o que viria depois, com a quinta parte. Dom e Brian entram em um mundo que ainda está muito ligado a corridas clandestinas, mas acabam se envolvendo em uma missão para derrubar um contrabandista de drogas, Arturo Braga (John Ortiz).

Dito isso, o ritmo é surpreendentemente irregular. As corridas e acrobacias seguem mais no nível do que foi visto antes, não tão divertidas quanto o que a sequência apresentaria. Tudo isso, somado à falta de personagens com motivações realmente memoráveis e à infâmia de “esfriar” Letty Ortiz (Michelle Rodriguez), resulta em um dos filmes mais fracos da franquia.

8. Velozes e Furiosos 8 (2017)

O primeiro filme da saga após a morte prematura de Paul Walker, definitivamente sofre com sua ausência. No entanto, Velozes e Furiosos 8 sofre do mesmo mal que muitos dos blockbusters de franquia contemporâneos: tem muita coisa.

Apesar da falta de Walker, a família de Dom Toretto neste ponto já é imensa. Com duração superior a duas horas, o filme debate entre múltiplos personagens e subtramas. Não só isso, o fio condutor vê Toretto sendo chantageado pela nova vilã, Cipher (Charlize Theron), para trair a família. Isso não é exatamente congruente com o personagem.

A oitava parte também apresenta um dos momentos mais escuros – e desnecessários – com o infame destino de Elena Neves (Elsa Pataky). A espetacularidade pura de suas sequências não é suficiente para salvá-la de ser uma das mais narrativamente irregulares e desconfortáveis em espírito.

7. Velozes e Furiosos 6 (2013)

O sexto capítulo na saga teve a nada invejável tarefa de seguir o sucesso descomunal de sua predecessora, tanto em bilheteria quanto na missão de restabelecer os protagonistas como super-heróis sem disfarce, mas com muitos cavalos de potência.

Nesse sentido, Velozes e Furiosos 6 faz isso… bem. As cenas de ação, mais insanas do que as da quinta parte, ainda têm problemas de direção. O vilão, Owen Shaw (Luke Evans), não é o mais memorável além de ser um “anti-Toretto”. Mas pelo menos sua “guerra veicular” é espetacular à vista, e Letty está de volta, embora com amnésia.

Mas também há a alucinante sequência do tanque, uma das mais emblemáticas de toda a franquia. Somando tudo, a sexta parcela não consegue subir ao pódio, mas fica desconfortavelmente presa entre o melhor da saga e o mais medíocre.

6. Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio (2006)

Quando a produção falhou em atrair de volta os atores originais para uma terceira parte da franquia, decidiu-se dar uma guinada radical: adeus às arrancadas em Los Angeles, olá a um novo protagonista americano obrigado a viver no Japão, onde a cultura dos carros se concentra mais na técnica do drifting.

Exceto pela introdução de Han (Sung Kang), de longe o personagem mais legal da saga, Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio é abismal em matéria de roteiro e atuações. No entanto, o puro foco no drifting e no mundo dos protagonistas, entre a escola e a máfia, é um sopro de ar fresco, tornando-a uma das parcelas mais singulares.

Dito isso, Desafio em Tóquio desempenha um papel crucial em estabelecer o que Velozes e Furiosos seria depois: além de Kang, marcou a primeira participação do diretor Justin Lin, do roteirista Chris Morgan e do compositor Bryan Tyler, todos jogadores essenciais ao definir o futuro da franquia.

5. Velozes e Furiosos 10 (2023)

O décimo episódio da saga – que marca, teoricamente, o início do fim – chega a um ponto em que ela se torna consciente de sua própria ridicularidade e a abraça abertamente. E com certeza, não há viagens ao espaço desta vez, mas as acrobacias são tão absurdas quanto os monólogos onipresentes de Vin Diesel sobre o valor da família.

E, apesar de ser divertido, é em Velozes e Furiosos 10 que já se percebe o cansaço da franquia. Não há muito nela que não tenhamos visto antes e, além disso, começa a surgir uma certa “marvelização”: assim como acontece no Universo Cinematográfico da Marvel, há personagens e subtramas demais para compreendê-los sem ter assistido a todos os outros filmes antes, e muitas delas ficam inconclusas aguardando a sequência.

Sua grande salvação é Jason Momoa como Dante Reyes, um dos vilões mais extravagantes e originais que essa saga dominada por brutamontes sérios já viu.

4. Velozes e Furiosos 9 (2021)

Depois de uma longa ausência, o diretor Justin Lin voltou à franquia com a nona entrega para uma nova participação – muito possivelmente a última -, em um filme que representa a apoteose do que criou com o quinto filme. As sequências de ação automobilística aqui são mais ridículas do que nunca.

O roteiro nos leva a conhecer o irmão perdido de Dom, Jake (John Cena), em uma trama repleta de flashbacks que buscam aterrissar a trama em algo de dramatismo, embora o desfecho não faça muito sentido.

Por isso, é talvez uma das entregas mais divisivas da franquia. Aqueles que amam seus desafios às leis da física e à lógica narrativa a amarão. Aqueles que procuram uma história de ação com certo senso de realismo, já chegaram muito tarde com o nono capítulo.

3. Velozes e Furiosos 7 (2015)

Por si só, o fato de que Velozes e Furiosos 7 é a despedida de Paul Walker já a torna o episódio mais emotivo de toda a franquia.

No entanto, este é o ponto de virada em que a franquia não só abraça sua absurdidade exagerada desta etapa posterior, mas a leva a um novo nível. Se o sexto episódio tinha tanques e aviões, a aposta tinha que ser mais alta.

A narrativa faz sentido? Não muito. Mas há algo deliciosamente divertido em ver a equipe interceptar um comboio paramilitar, derrubar um helicóptero ou saltar entre arranha-céus, tudo em automóveis. Também ajuda que, sob a direção de James Wan (Invocação do Mal), tem as cenas de ação melhor dirigidas de toda a franquia, levando-a ao seu ponto mais alto de popularidade (é, até à data, sua entrega mais bilheteria).

2. Velozes e Furiosos (2001)

Os humildes inícios da franquia, apesar de serem tão distintos do que veio depois, estabeleceram muitas das bases que a definiram. A introdução de Dom Toretto como um homem que busca viver sua vida e cuidar de sua família sob seus próprios termos (“vivo minha vida um quarto de milha de cada vez”) encapsula o espírito de toda a franquia.

E apesar de suas notáveis deficiências atorais e narrativas, há uma autenticidade que nenhuma de suas sequências voltou a ter. Nada de salvar o mundo, nada de roubos nem vinganças. Apenas um homem que vive sua vida na clandestinidade, e o agente que acaba renunciando à lei para ajudá-lo.

1. Velozes e Furiosos 5: Operação Rio (2011)

Não há outra opção para o topo do ranking, porque Velozes e Furiosos nunca foi melhor (nem chegou a superar) o espírito de engenhosidade pura e diversão absurda de sua quinta parte, sem sacrificar o peso e o desenvolvimento narrativo de seus personagens como nas sequências posteriores.

Velozes e Furiosos 5: Operação Rio é o ponto de virada para o resto da franquia e seu enorme sucesso nas bilheterias: reúne todos os elementos que funcionaram no passado (incluindo todos os membros da “família” até aquele ponto) e os joga contra o desafio descomunal de cometer um último roubo para evitar a lei e viver suas vidas em paz.

A emblemática perseguição com o cofre, tão delirante quanto emocionante, é tão significativa para a saga quanto o próprio Toretto: não precisa fazer muito sentido. Basta colocar os protagonistas atrás do volante para embarcar em uma das viagens mais ridículas e divertidas já criadas por Hollywood.

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