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Vem aí mais uma grande mudança no mercado de streaming brasileiro. Ao colunista Leo Dias, o Telecine comunicou que está encerrando as atividades de sua plataforma de streaming por assinatura, anteriormente conhecida como Telecine Play, e todo o conteúdo de filmes do serviço irá migrar para o Globoplay. Ambas as empresas são do Grupo Globo.
Na nota ao colunista, o Telecine afirma que “a mudança visa concentrar seu extenso portfólio de conteúdo em um único ambiente e aprimorar a experiência dos usuários, além de trazer ganhos de sinergia para as operações. O movimento reforça a estratégia de relacionamento direto com o consumidor da Globo, que posiciona o Globoplay como o principal marketplace de conteúdo no Brasil.”
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Em uma nova nota enviada para a imprensa na noite desta quarta, 6, a empresa afirmou que os atuais assinantes continuarão ter acesso ao seu conteúdo no Globoplay, em uma interface própria e vendida à parte. “O Telecine terá uma área personalizada dentro do app e da versão web do Globoplay, num modelo conhecido como channel, já utilizado na oferta do Premiere e do Combate. Não será necessário ser assinante do Globoplay para consumir o conteúdo do Telecine, que continua condicionado a uma assinatura específica”, diz o texto.
Os canais lineares do Telecine continuarão existindo na TV paga – só que, agora, também poderão ser assistidos dentro do serviço da Globo. As mudanças devem ocorrer até o fim de 2021. Ainda de acordo com a coluna de Leo Dias, cerca de 70 pessoas podem ser demitidas com a mudança. Ao colunista, o Telecine negou as informações.
O que está acontecendo com o Telecine?
O Telecine é uma joint-venture do Grupo Globo com grandes estúdios de Hollywood – MGM, Universal, Paramount e 20th Century Studios (ex-Fox) – criada no começo dos anos 1991. Além desses estúdios, os canais trazem filmes da Warner Bros. e de distribuidores independentes. Na última década, com o advento do video on demand, a empresa criou o Telecine Play, que é a plataforma de streaming da empresa. Com livre acesso a todos os assinantes do canal, ela pode também ser assinada de forma separada, como se faz com a Netflix, por exemplo. É esse serviço que será encerrado e substituído pelo Globoplay. A medida se encaixa com uma série de esforços do Grupo Globo, que, há poucos anos, iniciou a iniciativa “Uma Só Globo”, consolidando marcas e diminuindo divisões internas. Hoje, por exemplo, a mesma redação de esportes produz conteúdo para o canal aberto, SporTV, Premiere, GE.globo e afins. A consolidação também faz sentido na chamada “guerra dos streaming”, com o Globoplay encorpotando o seu catálogo de filmes para concorrer com Netflix, Disney+ e Amazon Prime Video. Deixa de haver, também, concorrência interna dentro do mesmo grupo. Também deve ser levada em conta as movimentações nesses concorrentes. A participação da 20th Century Studios na joint-venture, assinado muito antes da compra do estúdio pela Disney, não faz o mesmo sentido de antes após o advento do Star+, por exemplo. Já a MGM foi adquirida pela Amazon agora em 2021. Para superar essas adversidades, Sóvero Pereira, que é diretor de negócios B2B2C do Telecine, contou em entrevista exclusiva ao Filmelier em junho passado que a empresa apostava em curadoria e conteúdo exclusivo. Agora, o Telecine deixa de ser um streaming próprio e se torna um channel – um canal – dentro do Globoplay.