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Plataformas de streaming: quantos tipos existem e quais são eles?

Graças às plataformas de streaming, assistir a filmes em casa se tornou uma tarefa muito fácil, em teoria. Sentamos em frente à TV, pegamos o controle, acessamos a Netflix e pesquisamos o que queremos assistir. Mas, atualmente, nem tudo é tão simples: às vezes o filme que queremos não está naquela plataforma, ou para vê-lo é preciso pagar uma assinatura adicional. Existem tantas variáveis ​​hoje que vale a pena nos perguntarmos: quantos tipos de serviços de streaming existem?

A resposta é relativamente mais simples do que você imagina, apesar do grande número de plataformas que existem no mercado (e daquelas que ainda estão por vir). Poderíamos agrupá-las em três grandes grupos ou categorias.

No entanto, para entendê-las, vamos começar do básico.

O que é streaming?

Derivado da palavra stream em inglês (“fluxo”, em tradução literal), streaming se refere à tecnologia que permite enviar e receber dados multimídia de um provedor para um receptor, por meio de um dispositivo conectado à internet.

Essa transmissão é realizada agrupando os dados em pequenos “pacotes”, rotulados de forma que o dispositivo receptor possa “desempacotá-los” e organizá-los na ordem necessária. Assim que você tiver pacotes consecutivos suficientes prontos, o conteúdo pode começar a ser reproduzido.

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Nesse sentido, o streaming se distingue dos downloads digitais. Em vez de ter que esperar para baixar o arquivo multimídia completo para poder reproduzi-lo (o que pode demorar muito com uma internet ruim), no streaming você só precisa baixar um fragmento de tamanho suficiente para reproduzi-lo, enquanto o resto continua a ser baixado progressivamente, processo conhecido como buffering. Também é importante destacar a diferença entre streaming e transmissões tradicionais (no rádio ou na televisão, por exemplo). Enquanto essas têm um único provedor que transmite para vários receptores em um determinado momento, a tecnologia de streaming é um único canal entre o emissor e o receptor. É por isso que plataformas como Netflix e similares também são conhecidas como plataformas de vídeo sob demanda (video on demand em inglês, da sigla VOD), uma vez que não estão sujeitas a uma programação linear.

Quais são os tipos de plataformas de streaming?

Com esses esclarecimentos, podemos agora classificar as plataformas de streaming de acordo com o formato em que operam. Afinal, cinema e televisão são indústria que demandam dinheiro e, dependendo de suas ofertas e necessidades de conteúdo, essas plataformas funcionam com diferentes modelos de negócios. Como já mencionamos, existem três categorias principais que podemos tomar como ponto de partida: vídeo sob demanda por assinatura, ou Subscription Video On Demand (SVOD), vídeo sob demanda transacional, ou Transactional Video On Demand (TVOD), e vídeo sob demanda com publicidade ou Advertising Video on Demand ou Ad-Supported Video on Demand (AVOD/ASVOD). Vamos por partes:

O que é SVOD?

Como o nome indica, as plataformas SVOD exigem uma taxa de assinatura. Ou seja, por um único pagamento periódico (geralmente mensal, embora existam opções de pagamentos anuais ou semestrais), o serviço em questão oferece acesso ilimitado a todo o seu catálogo de filmes e séries. Nesta categoria podemos encontrar a Netflix, a plataforma SVOD por excelência. Amazon Prime Video, Disney+, Paramount+, Telecine e Globoplay também são exemplos. No entanto, aqui que o problema assume outras nuances, por isso vamos por enquanto colocar um asterisco.
Quem nunca ficou horas procurando um filme específico na Netflix, mas nunca achou? (Foto: Flickr / QuoteCatalog.com)

O que é TVOD?

As plataformas TVOD, como podemos imaginar por seu nome, operam por meio de transações individuais. É um modelo que, à primeira vista, pode parecer mais restrito, limitado e até caro em comparação com o modelo SVOD. No entanto, duas coisas devem ser observadas: primeiro, que as plataformas de TVOD tendem a ter um catálogo maior de filmes recentes, relativamente pouco depois de seus lançamentos nos cinemas. A segunda coisa é que tudo depende de estilos de vida, bolsos e interesses: para quem assiste a alguns filmes por mês e prefere os mais recentes, pode ser mais conveniente usar plataformas neste modelo. Além disso, tais plataformas podem ter conteúdos mais de nicho, com público menores, ou ainda clássicos que são pouco lembrados pelos serviços SVOD. Para quem viveu na era das locadoras de vídeo como a Blockbuster, esse modelo é exatamente isso: você só paga pelos filmes que vai comprar ou alugar. Nesta classificação podemos encontrar plataformas de streaming internacionais como Apple TV (antigo iTunes) e Google Play Filmes, ou nacionais como NOW e Vivo Play.
O NOW, da Claro, traz milhares de filmes para aluguel e compra (Imagem: reprodução / Claro)

O que é AVOD?

O modelo AVOD é uma novidade extremamente atraente, pois, em tese, o usuário tem acesso gratuito ao catálogo. Sim, grátis. Mas vamos lá, nada é realmente de graça nesta vida. Como usuário, não é necessário pagar precisamente com dinheiro, mas então como essas plataformas de streaming se mantém? Fácil: da receita de publicidade. Ou seja, nesses serviços você pode assistir a filmes gratuitamente, mas com alguns intervalos comerciais (o que é muito parecido com assisti-los na televisão aberta). Na maioria dos casos, os anúncios são muito curtos e, em alguns casos, existe até a opção de pulá-los após alguns segundos. Se falamos de vídeos de todos os tipos, a plataforma AVOD por definição é o YouTube. Em termos de filmes e séries exclusivamente, esta classificação também se aplica à Pluto TV e ao NetMovies.
A brasileira NetMovies traz apenas conteúdos grátis (Imagem: reprodução / NetMovies)

O grande trunfo: plataformas de streaming com um modelo misto

Você vai se perguntar: “espere, Filmelier, eu tenho uma assinatura do Disney+ e ainda tenho que pagar uma taxa adicional por alguns filmes. É uma plataforma SVOD ou TVOD? ”. A resposta certa é: ambas. É aqui que a questão de quantos tipos de plataformas de streaming existem recentemente se tornou mais complicada. E sim, tecnicamente ainda existem três, só que há serviços que não se limitam mais a um único modelo. Assim, podemos dizer que existem serviços como o Disney+. Embora tecnicamente seja uma plataforma SVOD, o streaming do Mickey Mouse trouxe lançamentos antecipados para filmes como ‘Raya e o Último Dragão‘ ou ‘Cruella‘ sob a modalidade Premier Access, que é apenas um nome bonito para seu esquema de TVOD (embora deva ser esclarecido que, eventualmente, a Disney os disponibilize no catálogo SVOD, sem custo adicional).
O Disney+ é uma plataforma de assinatura, mas eventualmente traz filmes no modelo transacional (Foto: divulgação / Disney)
Outro exemplo de plataforma internacional com modelo misto é a MUBI, que graças à sua videoteca (ou biblioteca) permite o acesso a filmes anteriores no seu catálogo por uma pequena taxa adicional. O Amazon Prime Video merece um parágrafo só para ele. Tudo porque a plataforma possui canais de conteúdo adicional. Ou seja, além do pacote básico de filmes e séries, você pode adquirir canais com outros conteúdos, como da MGM, Starzplay, Noggin e Love Nature. Além disso, em países como México e EUA, o serviço possui longas para aluguel e compra – opção que deve chegar ao Brasil em breve. O modelo de canais também está presente na Apple TV, que traz a opção de assinar “pacotes” como o do Adrenalina Pura ou do próprio Apple TV+. Finalmente, também houve ocasiões extraordinárias em que as plataformas SVOD se tornaram “gratuitas” em casos específicos. Por um tempo, o documentário ‘A 13ª Emenda‘, da Netflix, foi gratuito para não assinantes (e ainda está liberado no YouTube). Além disso, nos EUA, serviços como Paramount+, Hulu e HBO Max possuem assinaturas mais baratas, com algumas limitações e a presença de publicidade. Resumindo, existem plataformas de streaming cujos modelos de negócio podem funcionar melhor para certos gostos e necessidades do que para outros. Caso esteja buscando mais informações para decidir sobre uma ou mais plataformas, recomendamos que consulte este tutorial: Como usar o Filmelier para encontrar filmes online? Publicado originalmente na edição mexicana do Filmelier News. Tradução por Miguel Possebon.

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Lalo Ortega

Lalo Ortega é crítico e jornalista de cinema, mestre em Arte Cinematográfica pelo Centro de Cultura Casa Lamm e vencedor do 10º Concurso de Crítica Cinematográfica Alfonso Reyes 'Fósforo' no FICUNAM 2020. Já colaborou com publicações como Empire en español, Revista Encuadres, Festival Internacional de Cinema de Los Cabos, CLAPPER, Sector Cine e Paréntesis.com, entre outros. Hoje, é editor chefe do Filmelier.

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