‘Top Gun: Maverick’ tem tudo para ser a “bola de ouro” da Paramount ‘Top Gun: Maverick’ tem tudo para ser a “bola de ouro” da Paramount

‘Top Gun: Maverick’ tem tudo para ser a “bola de ouro” da Paramount

Enquanto outros estúdios exploram ao máximo suas franquias, estúdio está em busca de novas narrativas – e ‘Top Gun’ pode preencher esse espaço

Matheus Mans   |  
31 de maio de 2022 11:57
- Atualizado em 1 de junho de 2022 17:01

Cinema é espetáculo — e esse espetáculo está se tornando cada vez mais essencial para o sucesso nas bilheterias. Principalmente após a pandemia, grandes empresas do setor perceberam que é preciso convencer o público a sair de casa para ir até a sala de exibição, indo além da boa história e atores competentes. Com a Disney com a Marvel e a Warner Bros. com DC e Harry Potter, outros estúdios correm atrás. E a resposta da Paramount Pictures para ter seu espetáculo pode estar no novo ‘Top Gun: Maverick’.

Continuação do sucesso de 1986, o longa-metragem (que está em cartaz nos cinemas) traz de volta o personagem icônico de Maverick (Tom Cruise) ao universo das acrobacias com aviões no céu. No entanto, aqui, ele não é mais o garoto deslumbrado com as possibilidades que surgem no ar, mas sim um instrutor que vai ensinar novos alunos como Rooster (Miles Teller), Phoenix (Monica Barbaro), Payback (Jay Ellis), Hangman (Glen Powell) e Bob (Lewis Pullman). É uma nova geração, que substitui Maverick, Iceman e Goose.

Cena de Top Gun Maverick
Tom Cruise enfrenta a potência de um pequeno jato em ‘Top Gun: Maverick’ (Crédito: Divulgação/Paramount Pictures)

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A arte do retorno

Em momento algum, dentro da estratégia de divulgação da Paramount Pictures para ‘Top Gun: Maverick’, foi dito que o filme seria o pontapé para uma nova franquia – termo detestado por cinéfilos mais conservadores, que dizem se tratar de uma referência ao universo gastronômico, mas que faz cada vez mais sentido no mercado do cinema. No entanto, não dá para pensar nesses novos personagens introduzidos pelos antigos e não lembrar dos filmes mais recentes de ‘Star Wars’ ou, até mesmo, ‘Creed’.

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A franquia capitaneada por Sylvester Stallone e Michael B. Jordan, por exemplo, fala sobre esse lutador de outros tempos, já fora dos ringues, e que está passando o bastão para essa nova geração. É a mesma estrutura de ‘Top Gun: Maverick’. Sobre o filme estrelado por Tom Cruise, há ainda um tom muito parecido com o que é visto em ‘Missão: Impossível’ ou ‘Velozes e Furiosos’. É o astro norte-americano fazendo estripulias no ar, com jatos em alta velocidade, em prol de uma empolgação contagiante.

Há, ainda, qualidade no material. No agregador IMDb, até o momento de fechamento desta reportagem, o filme marcava nota 8,7. Já no agregador de críticas Rotten Tomatoes, 96% de aprovação. Tomate certificado.

É, assim, tudo que o cinema precisa em um momento que o espetáculo e a nostalgia comandam. Veja as quatro maiores bilheterias dos cinemas no Brasil em 2022: ‘Doutor Estranho no Multiverso da Loucura’ (R$ 126 milhões), ‘Batman’ (R$ 114 milhões), ‘Sonic 2’ (R$ 53 milhões) e ‘Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore’ (R$ 51 milhões). São todos filmes que trazem personagens que já fizeram sucesso em outros momentos ou, até mesmo, brincam com a experiência coletiva de aparições surpresas.

Mais: das vinte maiores bilheterias do ano, dez são continuações, remakes ou reboots. É um mercado aquecido, que determina escolha de produtores.

‘Top Gun: Maverick’, a corda de salvação da Paramount Pictures

Hoje, a Paramount Pictures conta com poucas opções em seu “cardápio” de filmes que seguem esse aquecimento do mercado. ‘Um Lugar Silencioso’ e ‘Pânico’ são as principais apostas do estúdio em construir algo mais sólido em torno do que pode ser chamado, de fato, como franquia. ‘Transformers’ perdeu fôlego, apesar dos bons resultados de ‘Bumblebee’, e ‘Missão: Impossível’ começa a caminhar para uma conclusão. ‘Star Trek’, por fim, começa a buscar novos caminhos pra manter o fôlego da franquia. 

Rooster, interpretado por Miles Teller, é um bom caminho para o futuro de ‘Top Gun’ (Crédito: Divulgação/Paramount Pictures)

‘Top Gun: Maverick’, assim, pode ser o novo ‘Missão: Impossível’ do estúdio. Tudo depende, é claro, dos resultados de bilheteira ao redor do mundo, contando que a China, neste momento, não está com suas salas de cinema abertas. O cineasta Joseph Kosinski precisa mostrar, com esse primeiro experimento após o filme de 1986, que há pano pra manga e que o público, independente da origem ou idade, topa desembolsar um certo valor para sentar em uma sala de cinema e, por duas horas, ver estripulias de Cruise.

Por enquanto, vem conseguindo: o filme já representa a maior abertura na carreira de Tom Cruise.

Além disso, vale lembrar que a Paramount precisa cada vez mais de conteúdo para seu serviço de streaming, o Paramount+ para atrair e manter assinantes. Será que uma história de Rooster não renderia uma série? Miles Teller tem apelo e, encontrando o tom, poderia ser uma boa aposta. Porém, tudo depende de convencer Cruise, que também é produtor, tem voz nas decisões relacionadas à franquia e é abertamente fã da experiência cinematográfica.

Enfim: é apenas especulação de um futuro que ainda não está certo. Mas fica aqui a aposta: com esse resultado de bilheteria, o caminho de ‘Top Gun: Maverick’ está mais do que traçado no universo do cinema.

‘Top Gun: Maverick’ está em cartaz nos cinemas. Para saber mais sobre o filme e encontrar o link para comprar ingressos, clique aqui!

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