Trailer
Por que assistir a este filme?
Essa é a versão cinematográfica de ‘O Decálogo’, uma série televisiva polonesa que fez Krzysztof Kieslowski ficar conhecido mundialmente, baseada nos Dez Mandamentos. Dois episódios foram adaptados para serem lançados no formato de longa-metragens, ‘Não Amarás’ e ‘Não Matarás’, que foi vencedor dos prêmios da crítica internacional e do júri em Cannes. O polonês Kieslowski trouxe interessantes questões com sua obra, ao discutir problemas no setor jurídico da Polônia, analisadas também pelo ponto de vista psicológico e religioso. Por falar na parte jurídica, o roteirista Krzysztof Piesiewicz, que fez uma longa parceria com Kieslowsk, trouxe sua antiga profissão ao discutir esse tema. Piesiewicz é advogado e político, ele é membro do Senado Polonês, por conta disso a parte relacionada a justiça no filme é muito bem explorada. ‘Não Matarás’ lembra um documentário, pela maneira como foi filmado, e também pela construção da história, deixando o espectador livre para tirar suas próprias conclusões em meio aos acontecimentos. O filtro verde usado na câmera dá uma aparência sombria - que fica ainda mais intensa com o decorrer da história. Outro ponto interessante a ser observado, é a discussão sobre a pena de morte, Krzysztof Kieslowski deixa bem claro que não é a favor disso e o filme consegue dar uma cutucada em quem defende essa questão. Inclusive, o ‘Não Matarás’ foi lançado em 1988 e no ano seguinte, a pena de morte foi proibida na Polônia, para todos os crimes.

Raíssa Basílio
Ex-redatora do Filmelier
Um jovem advogado defende seu primeiro caso complicado: representar um criminoso que foi condenado à morte por matar um motorista de táxi. O advogado confirma sua oposição à pena de morte, enquanto conhece mais o sistema penal.
Compartilhar
Quer assistir algo diferente?
Assista a filmes completos agora mesmo!
Aperte o play e surpreenda-se!
Onde assistir?
Do mesmo diretor

Não Amarás
Mais um filme de Krzysztof Kieslowski inspirado nos Dez Mandamentos, assim como ele fez em ‘Não Matarás’, lançado em 1988. ‘Não Amarás’ foi exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 1989, e premiado como melhor filme pela escolha do público. O longa também faz parte de ‘O Decálogo’, série televisiva polonesa que fez Kieslowski ganhar reconhecimento internacional. ‘Não Amarás’ conta a história de um jovem que estava apaixonado por sua vizinha mais velha e o diretor fez uma ótima comparação do voyeurismo do protagonista com a experiência cinematográfica. A produção discute o limite entre o amor e obsessão, com um fundo político que costuma aparecer na primeiras obras de Krzysztof Kieslowski - apesar disso, ele não é considerado um cineasta político.

Sem Fim
‘Sem Fim’ é ambientado em 1982, período em que a Polônia enfrentou dificuldades econômicas e grupos opositores com a declaração da Lei Marcial - qualquer cidadão que fosse pego realizando conspiração contra o Estado seria preso e acusado traição à nação. Por conta disso, os movimentos de oposição, como a Solidarność - em português, Solidariedade - foram proibidos e seus líderes presos. Esse contexto é necessário para que o espectador possa entender a crítica que o diretor Krzysztof Kieslowski fez com sua obra. No filme, um advogado é assassinado e seu fantasma acompanha a história e seu personagem pode ser interpretado como um simbolismo ao movimento Solidariedade. Através do luto da esposa dele, acompanhamos as transformações dela para lidar com a perda e também como o país passou por uma repressão durante o período da Lei Marcial, onde a esperança vista nos movimentos de oposição foram de certas forma também assassinadas. ‘Sem Fim’ foi o primeiro filme de Kieslowski com o roteirista Krzysztof Piesiewicz, juntos eles fizeram uma parceria de longa data.

Sorte Cega
‘Sorte Cega’ pode ser reconhecido com um clássico de Krzysztof Kieslowski, é o terceiro longa-metragem de ficção da carreira do polonês e discute a situação política da Polônia, na década de 1980, e como o acaso pode definir a vida das pessoas. O filme foi finalizado em 1981, mas só pôde ser lançado em 1987 devido às críticas que faz ao regime comunista. ‘Sorte Cega’ explora como a Polônia foi afetada pelo comunismo, que não tinha apoio público e que isso, sem dúvida, faria que com que durasse pouco tempo - o que realmente aconteceu. No filme, Krzysztof Kieslowski questiona os possíveis rumos que o país poderia seguir, entre continuar com o regime comunista ou adotar outro caminho político. Podemos interpretar que não é de fato a política polonesa que Kieslowski quer analisar, mas a capacidade do ser humano de reagir a insatisfação - tenha teor político ou não. Em contraponto, a vida do protagonista de ‘Sorte Cega’ também entra em divergência pois ele não sabe como suas escolhas poderão mudar seu destino. É interessante essa comparação que o diretor faz: com o futuro da Polônia e do personagem principal do longa. A mensagem que a produção deixa é que nem sempre aquilo pelo qual lutamos, e acreditamos, é tão importante quanto a luta em si.

Amador
O cineasta polonês Krzysztof Kieslowski começou sua carreira cinematográfica com documentários e isso esse traço documental é bem presente em seus primeiros longas-metragens ficcionais. ‘Amador’ foi um de seus primeiros filmes de ficção e a narrativa lembra o formato dos documentários, ao longo de sua carreira é notável como isso vai mudando. O filme conta a história de um homem que compra uma câmera para filmar os primeiros passos de sua filha recém-nascida e acaba se apaixonando por algo que começou como hobby. O protagonista fica fascinado pela ideia de fazer filmes com fatos corriqueiros e isso acaba trazendo consequências para sua vida pessoal. Krzysztof Kieslowski mostra como os filmes podem mudar a vida de uma pessoa ao mostrar como um homem comum acaba se tornando um cineasta em ‘Amador’. Se você é amante de cinema, precisa assistir a essa ótima obra do diretor polonês.

A Cicatriz
‘A Cicatriz’, conhecido também pelo título original de ‘Blizna’, foi o segundo longa-metragem de ficção de Krzysztof Kieslowski e o primeiro feito para ser lançado nos cinemas. Antes dele, o cineasta havia feito ‘Personel’, uma produção para televisão. Kieslowski começou sua carreira com documentários, por conta dissos suas primeiras obras ficcionais carregam fortes influências de documentais e também políticas. Em ‘A Cicatriz’, o polonês faz uma forte crítica ao governo da Polônia, nos anos 1970, que sofreu com o conturbado período do regime comunista de Władysław Gomułka. Como é possível ver em suas produções seguintes, esse filme também traça o contexto político do país em contraponto com a vida do personagem principal. Ao longo de sua obra, Krzysztof Kieslowski soube dosar bem as críticas que tece com o clima dos filmes, no caso de ‘A Cicatriz’, o cineasta traz uma atmosfera densa e boa fotografia, que funciona como encaixe perfeito para retratar debates políticos. O único ponto negativo desse longa é o final, que acaba sendo positivo demais para toda a narrativa construída. O protagonista apenas aceita seu destino, que antes o incomodava e se rende a toda burocracia estatal. Será que a ideia de Krzysztof Kieslowski era justamente mostrar que muitas vezes apenas aceitamos as coisas sem lutar por nosso ideais?

A Vida Dupla de Veronique
Irène Jacob, de ‘A Fraternidade é Vermelha’, dá vida a duas personagens em ‘A Dupla Vida de Véronique’, que são idênticas tanto na aparência quanto na forma como levam suas vidas. O filme é bem poético e tem uma trama vaga, o que dificulta sua complexidade. O próprio diretor, Krzysztof Kieslowski, descreveu que a obra foi difícil de ser adaptada ao cinemas pois fala de sensibilidade, pressentimentos e relacionamentos que são difíceis de nomear. A produção é carregada de metalinguagem e cada cena funciona como uma experiência, tanto para quem filmou como para quem assiste. Em ‘A Dupla Vida de Véronique’ vemos que o cineasta explora bem os personagens femininos, assim como vemos em ‘Trilogia das Cores’, que foi lançado anos depois. É também o primeiro filme em que Krzysztof Kieslowski trata de dualidade, sincronicidade e faz uma imersão nisso carregada de devaneios.

A Fraternidade é Vermelha
‘A Fraternidade é Vermelha’ é um filme de um dos cineastas mais importantes da Polônia e com uma das obras mais marcantes do cinema independente, Krzysztof Kieślowski deixou sua marca na sétima arte. E um dos projetos mais ousados e reconhecidos do diretor foi com a trilogia das cores -- formada pelos filmes ‘A Liberdade é Azul’, ‘A Igualdade é Branca’ e ‘A Fraternidade é Vermelha’. No caso deste último filme, de 1994, conhecemos dois personagens absolutamente cativantes. Um deles é uma mulher (Irène Jacob) que atropela um cachorro e, desesperada, vai atrás do dono. É aí que entra a história de um juiz aposentado que vive espionando as conversas telefônicas de seus vizinhos. A partir daí, Kieślowski mostra a amizade entre essas duas figuras surgindo, se transformando e ganhando força num cenário absolutamente forte e real. É um filme sobre amor fraternal, que nos coloca no olhar e na pele do outro. Filmão.

A Liberdade é Azul
'A Liberdade é Azul' é um filme de um dos cineastas mais importantes da Polônia e com uma das obras mais marcantes do cinema independente, Krzysztof Kieślowski deixou sua marca na sétima arte. E um dos projetos mais ousados e reconhecidos do diretor foi com a trilogia das cores -- formada pelos filmes ‘A Liberdade é Azul’, ‘A Fraternidade é Vermelha’ e ‘A Igualdade é Branca’. No caso do primeiro filme, de 1993, acompanhamos uma mulher (Juliette Binoche, completamente magnética na tela) que cansa de viver após a morte de toda sua família em um acidente. Com uma direção poética e ao mesmo tempo realista de Kieślowski, o espectador é levado a mergulhar nessa história que retrata a liberdade de uma maneira que nunca pensamos: como algo frio, triste, distante. Daquelas histórias que, quando sobem os créditos, repensamos a vida. E tem algo melhor no cinema do que uma reação dessa?

A Igualdade é Branca
‘A Igualdade é Branca’ é um filme de um dos cineastas mais importantes da Polônia e com uma das obras mais marcantes do cinema independente, Krzysztof Kieślowski deixou sua marca na sétima arte. E um dos projetos mais ousados e reconhecidos do diretor foi com a trilogia das cores -- formada pelos filmes ‘A Liberdade é Azul’, ‘A Igualdade é Branca’ e ‘A Fraternidade é Vermelha’. No caso do segundo filme, de 1994, temos um tom diferente do resto da trilogia. Afinal, este é o único que Kieślowski tratou com um olhar humorístico. Isso acabou gerando polêmica. Uns amam o longa, outros odeiam. Mas o fato é que é excelente a premissa conta a história de um imigrante que vê seu casamento chegar ao fim de uma hora pra outra. Dessa forma, ele acaba sendo deportado de volta pra Polônia. A partir daí, Kieślowski desenvolve uma trama divertida, ácida e irônica sobre as aparências e, principalmente, sobre a falta de diversidade. Um filmaço que, apesar de ser leve e divertido, fala sobre injustiça como poucos.
Drama

Unclenching the Fists
Em uma pequena cidade mineradora em Ossétia do Norte, na Rússia, uma jovem mulher que se sente sufocada por sua família vivendo entre rejeição e amor – uma relação complicada, para dizer o mínimo. A partir daí, a jovem Ada (Milana Aguzarova) começa a planejar a sua tão esperada fuga. Dirigido pela russa Kira Kovalenko, Unclenching the Fists ganhou o principal troféu da mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes e traz um olhar atento sobre a sociedade russa – principalmente no que afeta as mulheres da região.

Fanfic
De acordo com o Dicionário Michaelis da língua portuguesa, fanfic é a abreviatura do inglês “fanfiction” (ou fã de ficção, na tradução livre). É a ficção criada pelo leitor ou espectador que, sendo fã de uma obra literária, filme, peça teatral, seriado de TV ou desenho animado, cria uma continuidade da história ou recria a história utilizando sua criatividade. E esse é o coração do romance polonês Fanfic. Ainda que não fale sobre ninguém recriando o amor de uma história, o longa-metragem fala sobre dois adolescentes que passam a se amar e precisam descobrir um jeito de expressar esse amor ao mundo – talvez recriando essa história com bastante criatividade. De um jeito despojado, lembrando a linguagem dos quadrinhos, o filme fala sobre amor na juventude com criatividade, ainda que não consiga escapar daqueles clichês que assolam o gênero – e deixam tudo mais gostoso de assistir.

Butterfly Vision
Um poderoso drama com nuances de expressionismo que evoca os profundos traumas universais da guerra. Butterfly Vision conta a história de Lilya (Rita Burkovska), uma mulher que trabalha no exército ucraniano como especialista em reconhecimento aéreo, mas é capturada e passa meses como refém em Donbás. Finalmente ela é liberada e devolvida para sua família, mas as feridas psicológicas - e físicas - de sua experiência se manifestam como estranhas e fugazes visões que a aterrorizam. Embora essas imagens dão um efeito dramático para o filme, o que realmente fica na nossa mente são as consequências em termos pessoais e privados.

Zoe e Tempestade
Uma adolescente é criada com cavalos no estábulo de corridas de seus pais e tem um vínculo excepcional com um jovem cavalo. Um acidente ameaça acabar com suas carreiras, mas eles lutam juntos para alcançar a vitória.
