Esta é uma história carregada de emoção, abordando a vida, a morte, a velhice, o companheirismo, a saudade e a depressão. Entre tantos sentimentos e uma dose de pieguice, o diretor Hannes Holm conta uma bela história, mostrando que somos muitos mais do que a carapaça que mostramos ao mundo. Certamente fará você chorar – seja tocado pela história ou por ter conhecido alguns Oves durante a vida.
‘Um Homem Chamado Ove’, filme sueco de 2015, se tornou um inesperado sucesso ao redor do mundo. Fez boa bilheteria, abocanhou indicações ao Oscar. Natural, então, que oito anos depois surja uma adaptação dos Estados Unidos com ‘O Pior Vizinho do Mundo’. Produzido e estrelado por Tom Hanks (‘Elvis’), o filme faz um remake básico, como esperamos dessas adaptações americanas, mas que sabe emocionar. Para isso, a história acompanha Otto (Hanks), um senhor rabugento que desistiu da vida após a perda de sua esposa e quer acabar com tudo. Mas, quando uma jovem família se muda para as redondezas, ele encontra um refresco com a perspicaz Marisol (Mariana Treviño), levando a uma amizade que mudará seu mundo. É uma trama óbvia e um tanto batida, mesmo antes do filme sueco ganhar o mundo, mas que funciona por um motivo bastante específico: fazer chorar. Ainda que dirigido pelo fraquíssimo Marc Forster (‘007: Quantum of Solace’), o longa-metragem tem coração. Obviamente, se vale de muitos acertos do original para construir essa narrativa e, nos erros, tenta encontrar soluções -- como a relação com a vizinha, que nesta versão norte-americana é muito mais viva e verdadeira. Hanks também se sai muito bem: ainda que reciclando o que Rolf Lassgård fez muito bem, ele encontra particularidades para seu Otto. No fim, quem embarcar na proposta e esquecer do original, não vai conseguir acompanhar os créditos com as lágrimas tomando conta dos olhos.
A Família Bélier (The Bélier Family) é um filme francês que ficou muito mais conhecido em 2022, quando o remake americano No Ritmo do Coração levou o Oscar de Melhor Filme. No entanto, ainda assim, vale dar uma chance para esta honesta, emocionante e original versão francesa sobre uma adolescente, filha de pais surdos, que descobre ter o dom do canto. É um filme que emociona com sua simplicidade e consegue até mesmo arrancar algumas lágrimas nos minutos finais, com cenas que sabem como mexer com o coração e as emoções da audiência.