‘Todo Mundo Quase Morto’ é o segundo filme de Edgar Wright (diretor de ‘Scott Pilgrim Contra o Mundo’) e um marco significativo em sua carreira. É seu primeiro filme a se popularizar entre um grande público, o primeiro filme da famosa e sensacional trilogia Cornetto, e a primeira parceria entre ele, Simon Pegg e Nick Frost, com quem repetiu a parceria algumas vezes posteriormente. O filme se popularizou e conseguiu um lugar no imaginário da cultura geek por sua temática e desenvoltura com o gênero, se tornando um clássico atual dos filmes de zumbi. Não é pra menos, ‘Todo Mundo Quase Morto’ brinca muito bem mesclando a comédia e o terror, tem sacadas visuais geniais e uma edição dinâmica e inteligente. Edgar Wright é um comediante visual, e esse filme foi laboratório para suas experiências.
Abigail é a prova de que devemos ficar de olho na dupla de diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, especialmente quando possuem material original em mãos (eles também dirigiram Pânico 5 e 6, com resultados variados). Abigail é um filme que consegue equilibrar o terror e a tragédia de seus personagens com o absurdo de sua premissa, graças a um roteiro inteligente que brinca com as convenções da literatura vampírica, uma direção cuidadosa e um elenco fenomenal (liderado pela mexicana Melissa Barrera e por Dan Stevens) que aproveita ao máximo seus papéis. A trama segue um grupo de sequestradores encarregados de executar um trabalho delicado: sequestrar a filha de um milionário para pedir resgate. No entanto, tudo se revela uma armadilha: sob a aparência de uma menina de 12 anos, a vítima é, na realidade, uma vampira ancestral que gosta de brincar com sua comida. Assim como Casamento Sangrento (Ready or Not) em seu tempo, este é um filme autoconsciente, levando sua história e violência aos limites mais absurdos e divertidos sem cair na autoparódia. Não mudará a história do cinema de terror, mas é uma excelente opção (e até elegante para um filme do gênero, eu diria) para se divertir no cinema com amigos.
Sociedade dos Talentos Mortos é uma comédia de terror taiwanesa com uma premissa incrivelmente engenhosa, até mesmo para o gênero. Na história, quando as pessoas morrem, elas têm a oportunidade de trabalhar assustando os vivos, um caminho através do qual podem se tornar lendas urbanas no mundo mortal e celebridades no submundo. No entanto, aqueles que não conseguirem alcançar relevância serão esquecidos e desaparecerão para sempre. A história segue uma novata, uma jovem recém-falecida, que deve descobrir seu talento com a ajuda de um agente de talentos e uma veterana diva. Superficialmente, é um filme muito divertido, com uma violência exagerada que só exalta seu humor sarcástico e autoconsciente, parodiando o cinema de terror asiático. No entanto, também é um comentário pertinente sobre as sociedades que fazem culto à celebridade e confundem exploração com produtividade e felicidade (imagine ter que continuar trabalhando depois de morrer). Vencedora do Prêmio do Público no Fantastic Fest 2024, é uma das comédias de terror mais subestimadas dos últimos anos.
Boa parte do público e da crítica resumem a essência de 'A Morte Te Dá Parabéns’' como uma mistura de slashers como ‘Pânico’ ou 'Halloween', com 'Feitiço do Tempo’, a comédia do que Bill Murray também fica preso no mesmo dia (embora alguns também consideram que há algo de 'Meninas Malvadas’ na receita). Certamente seria uma comparação precisa e, embora pudesse fazer você pensar que este filme tem muito pouco original, a verdade é que tem vários méritos. O principal é que 'A Morte Te Dá Parabéns', de uma forma quase idêntica à 'Feitiço do Tempo’', é o foco em um personagem principal totalmente rude e desagradável, que gradualmente percebe seu próprio comportamento e tenta melhorar conforme pessoa com cada vez revive o mesmo dia. A atriz principal Jessica Rothe ('La La Land’') convence em todas as fases da progressão de Tree, desde seu lado como uma criança mimada e cruel, passando por momentos de comédia até sua fase de redenção e heroína. Portanto, não, não é o filme de terror de terror mais original que existe, mas é muito divertido graças ao carisma de sua atriz principal e um elenco satisfatório.
Se você gostou dos filmes da franquia ‘A Morte Te Dá Parabéns’, o longa-metragem ‘Freaky: No Corpo de um Assassino’ com certeza é uma boa pedida. Ainda que o diretor Christopher Landon não repita sua performance do primeiro ‘A Morte Te Dá Parabéns’, há aqui uma boa mistura de comédia e terror ao acompanharmos a jornada dessa garota (Kathryn Newton) que tem sua consciência trocada com a de um serial killer (Vince Vaughn). O suspense e o terror não são tão afiados, vale dizer -- apesar da presença constante de sangue e violência. O destaque fica mesmo com essa trama de troca de consciência, ao melhor estilo ‘Sexta-Feira Muito Louca’, em que Vince Vaughn deve fazer qualquer um gargalhar com seus tipos e maneirismos de uma garota adolescentes.