Dirigido por Zach Cregger (Noites Brutais), A Hora do Mal é um dos exemplos mais recentes do cinema multiplot. O terror conecta histórias de diferentes personagens impactados por um acontecimento na cidade, revelando como uma mesma tragédia pode gerar desdobramentos múltiplos e imprevisíveis, isso antes e durante o acontecido. Ao adotar vários pontos de vista, o filme constrói uma narrativa fragmentada e perturbadora, que reflete sobre medo, trauma e sociedade.
Com Nicole Kidman(Moulin Rouge: Amor em Vermelho), Meryl Streep (Kramer vs. Kramer) e Julianne Moore, As Horas acompanha três mulheres em épocas distintas, todas conectadas pelo livro Mrs. Dalloway. O filme mostra como um mesmo tema — a angústia existencial — pode atravessar diferentes vidas e contextos. Sensível, intenso e introspectivo, só poderia ter sido interpretado com tanta profundidade por essas três atrizes. A obra rendeu indicações ao Oscar 2003, e Nicole Kidman conquistou o prêmio de Melhor Atriz.
Com elenco premiado, Brad Pitt (F1: O Filme), Cate Blanchett (Tár), Gael García Bernal (E Sua Mãe Também), dirigido por Alejandro González Iñárritu, conecta personagens em continentes distintos – do deserto marroquino ao Japão urbano – para refletir sobre comunicação, choque cultural e dor. Cada núcleo tem protagonismo próprio, mas todos convergem em um retrato poderoso da humanidade.
Talvez o maior exemplo brasileiro dentro do tema. A narrativa acompanha diferentes personagens ao longo de décadas na favela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro. Cada ponto de vista — Buscapé, Zé Pequeno, Bené, Mané Galinha — contribui para o mosaico de violência, desigualdade e sobrevivência, criando um herói coletivo.
Quentin Tarantino revolucionou a narrativa ao criar histórias paralelas que se cruzam em momentos inesperados. Cada personagem tem protagonismo em arcos distintos, compondo uma trama caótica e brilhante, além de nos entregar diálogos interessantes.



