A Grande Viagem da Sua Vida (A Big Bold Beautiful Journey) é um romance dramático com a cara de seu diretor, Kogonada (A Vida Depois de Yang). Afinal, não é apenas a história de duas pessoas se apaixonando, mas também uma reflexão sobre como a vida passada influencia em relacionamentos do presente. Na história, dois estranhos (Colin Farrell e Margot Robbie) se conhecem em um casamento e se apaixonam logo de cara. No entanto, um misterioso GPS (com voz de Phoebe Waller-Bridge) começa a guiar os dois por um jornada de autodescoberta e de novos entendimentos do passado de cada um. Com toques de psicodrama, técnica da psicologia em que as pessoas revivem traumas e experiências, o longa-metragem sabe emocionar ao falar sobre assuntos espinhosos, como pertencimento e a forma de superar experiências traumáticas. Uma pena que perca um pouco de seu ímpeto criativo com repetições exageradas e com personagens que demoram a sair do lugar. Ainda assim, sabe emocionar e deve conquistar os fãs de filmes românticos de verdade.
Diante do ingrato desafio de tentar produzir uma obra com engenho e coração dentro dos limites de uma propriedade intelectual corporativa tão grande como a boneca Barbie da Mattel, a diretora e co-roteirista Greta Gerwig (Lady Bird) sai, no geral, bem-sucedida. Inspirado por referências tão diversas como "O Mágico de Oz" e "O Show de Truman", a estreia cinematográfica da icônica boneca é uma divertida comédia que segue uma Barbie (Margot Robbie) que precisa viajar para o mundo real para descobrir o que a está tornando imperfeita no mundo utópico de Barbieland. No entanto, logo descobre que a invenção das Barbies não foi a panaceia feminista que elas mesmas imaginavam e que o mundo real é exatamente o oposto do que vivem em seu mundo utópico. Divertido, engenhoso e com comentários incisivos sobre o patriarcado, é uma proposta entretenida de blockbuster que quase (QUASE!) consegue nos fazer esquecer que é um enorme comercial da Mattel. Leia mais em nossa crítica completa de Barbie.
Depois de vencer o Oscar de Melhor Direção pelo delicioso e romântico ‘La La Land’, o cineasta Damien Chazelle retorna ao que sabe e gosta de fazer: histórias emocionantes que envolvem o mundo das artes. Depois de falar em duas ocasiões sobre a música (também em ‘Whiplash’, seu primeiro longa), agora ele mira sua câmera para a Hollywood dos anos de 1920 e 1930. Naquele momento, o berço do cinema ocidental passa por uma transformação intensa, em que o cinema mudo passa para o cinema falado. A partir disso, com a história dos personagens Jack Conrad (Brad Pitt), Nellie LaRoy (Margot Robbie) e Manny Torres (Diego Calva), entendemos mais sobre os desafios desse universo, com cenas que vão da escatologia ao drama, da comédia ao besteirol. É um passeio por gêneros que, no fundo, também faz homenagens claras e sensíveis ao cinema – com referências aos clássicos ‘Cantando na Chuva’ e ‘Crepúsculo dos Deuses’, por exemplo. Tudo isso com grandes atuações, principalmente de Robbie (‘Aves de Rapina’) e Calva (‘Narcos: México’). Há quem não goste do filme, chamando-o de exagerado, fora de tom e por aí vai. Mas acredite: esta produção dantesca de Chazelle pode te conquistar.
Dirigido por Jay Roach (Trumbo: Lista Negra) e escrito por Charles Randolph (A Grande Aposta), O Escândalo (Bombshell) é um drama biográfico oportuno lançado após a onda de queixas de assédio sexual em Hollywood e na indústria de mídia dos EUA em geral. Às vezes, não transcende o sensacionalismo, mas o filme é um ótimo ponto de partida para começar a conhecer os movimentos #MeToo e Time's Up. Os destaques ficam por conta das performances de Nicole Kidman, Charlize Theron, Margot Robbie e um assustador John Lithgow como Roger Ailes.




