Crítica: ‘Barbie’ encanta com empoderamento e nostalgia em mundo cor-de-rosa Crítica: ‘Barbie’ encanta com empoderamento e nostalgia em mundo cor-de-rosa

Crítica: ‘Barbie’ encanta com empoderamento e nostalgia em mundo cor-de-rosa

Filme de Greta Gerwig, estrelado por Margot Robbie e Ryan Gosling tem estética deslumbrante e mensagem poderosa. Leia os motivos para gostar de Barbie!

18 de julho de 2023 20:19
- Atualizado em 19 de julho de 2023 09:32

Barbie, o aguardado filme dirigido por Greta Gerwig e estrelado pela talentosa Margot Robbie, demorou mas finalmente chega às telonas no próximo dia 20 de julhojuntamente com Oppenheimer. E posso afirmar com entusiasmo que Barbie superou todas as minhas expectativas. Não posso dizer o mesmo do editor e crítico do Filmelier, Matheus Mans, mas não é sempre que se pode agradar a “Kens” gregos e troianos não é mesmo? Clique aqui para saber porque ele não gostou do filme.

Por que, então, não deixar que cada um mostre seus argumentos e deixe que você, leitor, entenda os prós e contras de Barbie? Abaixo, você confere os motivos que me fizeram achar Barbie um filme inspirador.

Por que gostei de Barbie?

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Como jornalista de cinema, confesso que minhas expectativas estavam altas, considerando a aclamação que a diretora recebeu por seus trabalhos anteriores (Lady Bird, Adoráveis Mulheres) e porque, é claro, estamos falando de Barbie – a boneca mais famosa do mundo com a qual eu e muitas outras meninas e meninos puderam brincar na infância. O cenário da nostalgia e da empolgação estava pronto. Ainda nem era quarta-feira, mas a grande maioria dos jornalistas na cabine de imprensa usaram rosa.

Barbie com Margot Robbie
Barbie traz uma abordagem envolvente e reflexiva

Este filme honra a história de Barbie de maneira brilhante (mesmo que seja para vender ainda mais bonecas!). Greta Gerwig habilmente trouxe a boneca para o cinema em live-action, concedendo-lhe profundidade e personalidade ao explorar temas significativos que vão além do mundo cor-de-rosa da Barbieland. Isso é tão nostálgico quanto inspirador para adultos e crianças.

A Barbie pode ser tudo – e isso é inspirador

Desde sua estreia na American International Toy Fair em 1959, a boneca Barbie se tornou um verdadeiro ícone cultural, lançando tendências de moda e inspirando atitudes feministas. Afinal, a Barbie pode ser tudo: médica, construtora, escritora, piloto, presidente… são inúmeras profissões e características que englobam a personagem.

Porém, ao mesmo tempo, a Barbie Estereotipada – a mais famosa, aquela interpretada por Margot Robbie – magra, branca, hétero e loira, se encaixa no padrão do qual queremos fugir, e pode ser “odiada” por muitos adolescentes, como o filme mesmo aponta. O ano é 2023 e ninguém quer ser obrigado a se adequar a caixinhas. Ao contrário do que se pode pensar, Barbie de Greta Gerwig não é raso ou forçado, mas aborda esses tópicos de forma sutil e realista.

O filme celebra a força feminina e empoderamento

A começar pela diversidade de personagens: todas são Barbie, mas cada uma com sua característica, estilo, personalidade e etnia. Ainda que o roteiro de Gerwig não explore por completo a história ou a profundidade emocional dos personagens coadjuvantes, conseguiu focar os esforços em apresentar como seria se Barbie (Margot Robbie) e Ken (Ryan Gosling) fossem parar no mundo real – que é longe de ser um mundo idealizado como pensam as crianças – e, em consequência, as bonecas. Diante disso, Barbie aborda temas como representatividade, diversidade, ansiedade e até mortalidade.

Greta Gerwig: direção hábil e roteiro afiado

Greta Gerwig, conhecida por seus trabalhos em Adoráveis Mulheres e Lady Bird: A Hora de Voar, demonstra sua habilidade em contar histórias envolventes e reflexivas. Com um roteiro afiado coescrito por Noah Baumbach, Barbie explora questões existenciais de forma sutil e realista. Menos dramático, mas não tão diferente das reflexões de História de um Casamento, outro roteiro de Noah Baumbach.

Divertido, Barbie tira sarro de si mesmo, de sua atriz principal, do patriarcado, de bandas como N’SYNC e de bonecos da Mattel descontinuados. O longa-metragem ainda é repleto de referências a produções como 2001 – Uma Odisseia no Espaço, O Poderoso Chefão e Grease – Nos Tempos da Brilhantina

A força do elenco de Barbie

Margot Robbie nasceu para ser Barbie

O brilhantismo da atriz Margot Robbie como Barbie é indiscutível. Ela personifica perfeitamente a essência da boneca, capturando sua confiança, carisma e versatilidade. Robbie deixa de lado o traje de Arlequina e nos leva em uma jornada pela vida de Barbie, mostrando como ela quebra estereótipos e enfrenta desafios com graça e determinação. E vai além: essa Barbie é mais “real”, ela tem seus altos e baixos, crises existenciais e descobre que chorar faz bem. Sua atuação é uma verdadeira homenagem à icônica boneca.

Se até mesmo a Barbie Estereotipada tem seus dias bons e ruins, assim é a vida. 

Simu Liu e Ryan Gosling como Ken, e Margot Robbie como Barbie
Rixa entre Simu Liu e Ryan Gosling como Ken lembram filmes adolescentes dos anos 80 (Crédito: Warner Bros Discovery)

Ryan Gosling é o Ken de Barbie

Ao lado de Margot Robbie, o elenco de Barbie é repleto de talentos excepcionais. Ryan Gosling brilha como Ken, trazendo carisma e humor à tela. Ele relembra os tempos de La La Land e investe na voz e nas coreografias, além de ser hilário como Ken.

Muita coisa acontece fora da tela, como o desenvolvimento do personagem do Ken de Ryan Gosling. Apesar de ser um dos pontos de virada do filme, para que Barbie seja surpreendida, faz falta que os eventos aconteçam em cena. Até mesmo para que pudéssemos conhecer mais de alguns coadjuvantes.

A química entre Margot Robbie e Ryan Gosling é evidente, apesar de estereotipada, entregando performances cativantes que trazem carisma aos papéis icônicos.

America Ferrera: De Ugly Betty a filme da Barbie

America Ferrera deixa de lado sua época de Ugly Betty e Quatro Amigas e um Jeans Viajante, e encara o trabalho triplo que muitas mulheres têm: ser mãe, trabalhar fora e ainda cuidar da casa. A atriz rouba a cena e se encontra no centro de um enredo empoderado. Abaixo ao patriarcado — só faltou chamar a Nairóbi!

O elenco ainda conta com nomes de peso: Kate McKinnon (hilária como a Barbie Estranha), Issa Rae (arrasando como a Barbie Presidente) e Simu Liu (nada mal como Ken para um Shang-Chi).

Will Ferrell é ele mesmo (de novo)

Por outro lado, ainda no mundo real, conhecemos os empresários da Mattel — os “bitolados” comandados por Will Ferrell. Com seu humor característico, o ator é mais do mesmo. Seu arco narrativo é forçado, dispensável, talvez.

Estética deslumbrante e mensagem poderosa

A direção de arte e design de produção são deslumbrantes, criando um universo visualmente encantador e rico em detalhes. Os figurinos elaborados, exatamente como os das bonecas da Mattel, são verdadeiras obras de arte e celebram a moda em toda a sua glória. A trilha sonora — muitas vezes entoada pelos próprios atores, como Ryan Gosling — é a cereja do bolo, unindo a modinha do TikTok com um possível destaque no Oscar.

O filme em si tem uma estética única, colorida, com uma paleta em tons pastéis, e uma personalidade que grita “Barbie” e “Greta Gerwig”. É interessante ver o contraste entre o mundo de Barbie, o mundo de Ken e o mundo real, todos muito bem construídos e ambientados.

A cineasta mais uma vez demonstra seu talento como diretora ao dar vida à história de Barbie. Sua abordagem sensível e envolvente destaca a importância da autoaceitação, da amizade verdadeira e da busca pelos sonhos. Alguns podem achar caótico e estereotipado — e talvez seja — mas não é assim a vida?

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