Um dos filmes mais procurados durante a pandemia de covid-19 é ‘Epidemia’, essa produção obscura dos anos 1990 e comandada pelo cineasta Wolfgang Petersen (do ótimo ‘O Barco: Inferno no Mar). No entanto, a trama não podia ser mais exagerada: a humanidade está correndo risco por conta de um vírus letal, surgido na África, e que mata 100% dos infectados. Isso mesmo: todo mundo que pegar a doença morre. A salvação fica nas mãos do personagem de Dustin Hoffman, um cientista arrogante do exército que quer encontrar a cura a qualquer custo. Obviamente, ‘Epidemia’ não é um filme para ser levado a sério. O clima trash do filme já indica isso. No entanto, é uma boa diversão, já que empolga em alguns momentos e pode servir como um escape curioso durante a quarentena.
Um dos filmes mais populares do cineasta Steven Soderbergh (de ‘Onze Homens e um Segredo’), ‘Contágio’ segue a risca a estilo do diretor. A trama é intrincada, com histórias se sobrepondo umas às outras, enquanto os personagens são extremamente reais. A epidemia, neste caso, vai na contramão do que outros cineastas fazem. É mais pé no chão, mais realista e tem tudo a ver com a atual pandemia de covid-19. Além disso, Soderbergh consegue trazer um elenco forte e de várias nacionalidades, amplificando o tom de que um vírus não para nas fronteiras. Destaque, principalmente, para Jude Law, Kate Winslet, Marion Cotillard e Laurence Fishburne, que se dividem em cenas fortes e intensas.
Em um primeiro momento, ‘Os 12 Macacos’ pode parecer distante do que a humanidade vive com a pandemia de covid-19. Afinal, o diretor Terry Gilliam (de ‘Brazil, o filme’) emprega um ar de ficção científica e, como sempre, assume tons alucinógenos a o contar sua história. No entanto, indo um pouco mais fundo, percebe-se como o filme trata da sociedade em uma epidemia em diferentes pontos temporais. Para isso, Gilliam se vale de um roteiro complexo, que exige atenção do público, para transitar dentre momentos e mostrar as possibilidades que uma epidemia pode gerar. Obviamente, há um tom mais amargurado, até pessimista no roteiro, que escapa um pouco da realidade. Mas as atuações de Brad Pitt e Bruce Willis empolgam, assim como os desafios que a trama joga para cima do público.
Inspirado no livro homônimo de Richard Matheson, ‘Eu Sou a Lenda’ talvez seja o cenário mais desolador de uma epidemia. Afinal, aqui, o diretor Francis Lawrence (de ‘Jogos Vorazes’) põe o personagem do Will Smith como o único sobrevivente de um mundo colapsado -- além, é claro, do cachorro companheiro. O restante das pessoas foi infectado, transformando-as em uma espécie de zumbi. Como dito, é a versão mais devastadora possível para um cenário de infecção viral, por isso, inclusive, não é muito recomendado de ser assistido em época de pandemia por pessoas ansiosas. Mas a emoção com algumas cenas, a atuação de Will Smith e o final acalentador servem como um bom entretenimento.