O filme vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2019 e do Oscar de Melhor Filme em 2020 é um daqueles que precisa ser visto. Embora a história se passe na Coreia do Sul, o comentário social sobre a desigualdade de 'Parasita' é tão universal quanto magistralmente apresentado pelo diretor Bong Joon-ho ('Okja'), auxiliado por um elenco cujas performances são realmente dignas de nota. O cineasta sul-coreano consegue nos envolver com uma história eletrizante e cheia de adrenalina, que brinca com todas as expectativas de ser uma sátira social divertida e de humor ácido. Todas as reviravoltas inesperadas da trama, bem como sua conclusão chocante, fazem deste um longa-metragem que o deixará pensando por muito após os créditos finais. No Globo de Ouro, levou o ouro na categoria de melhor filme em língua estrangeira, além de ser indicado para melhor direção e melhor roteiro.
Baseado no livro de Stephen King (autor de outras grandes obras, como ‘It’), ‘À Espera de um Milagre’ é um dos grandes filmes do final da década de 1990. A longa, com elementos de realismo fantástico, traz a relação entre o carcereiro (Tom Hanks, sempre ótimo) e um presidiário no corredor da morte (Michael Clarke Duncan, no papel de sua vida) que apresenta poderes fora da imaginação humana. Assim se desenrola uma história emocionante, envolvente, poderosa e transformadora. A direção é de Frank Darabont, que também assina outra aclamada adaptação do trabalho de King, ‘Um Sonho de Liberdade’. Apesar de longo (são mais de três horas de duração), vale cada segundo.
Ok, tudo bem. Críticos de Christopher Nolan tem um ponto: 'Interestelar' é um filme que tem um roteiro mais complicado do que precisa, semelhante ao mesmo problema de 'Dunkirk'. No entanto, é inegável: esta obra do cineasta inglês, que nos coloca num futuro distópico muito semelhante aos cenários de Steven Spielberg, é emocionante, profunda e vai além de várias obviedades sobre tempo e espaço. Afinal, a partir de um trabalho impressionante de Matthew McConaughey como protagonista, o longa-metragem se vale dessa viagem espacial para além do espaço para falar sobre família, paternidade, reencontros, relacionamentos e tudo mais. Muitas das cenas trazem uma emoção à flor da pele rara de encontrar por aí, enquanto Nolan brinca com os significados do vazio do espaço numa orquestra afinada de bom roteiro, excelente direção, ótimos atores e uma trilha sonora de tirar o fôlego. Para se emocionar, se arrepiar e se empolga, 'Interestelar' é tudo isso que falam -- para o bem e para o mal. Fãs do cinema de Nolan, sem dúvidas, encontram aqui um de seus trabalhos mais brilhantes.
Ainda que o Studio Ghibli tenha muitos filmes aclamados e queridos, como ‘Meu Amigo Totoro’ e ‘A Princesa Mononoke’, nenhum chegou aos pés do impacto de ‘A Viagem de Chihiro’. Vencedor do Oscar de Melhor Animação, esta pérola de Hayao Miyazaki mistura o folclore e a mitologia japonesa com a jornada de Chihiro, uma garotinha que se muda com os pais para o interior. Poderoso em sua mensagem e em suas metáforas, o longa-metragem não se poupa de criar espetáculos visuais, monstros marcantes e brincadeiras narrativas para que o espectador não só assista passivamente a transformação de Chihiro, como também a sinta, compreenda e a internalize. Um filme maduro, que deve fazer sentido para os mais velhos, ficando martelando na cabeça por dias e dias.
Um dos filmes mais marcantes de Steven Spielberg, ‘O Resgate do Soldado Ryan’ é daquelas produções de guerra em que o espectador precisa segurar o fôlego desde o seu primeiro minuto. Afinal, a cena inicial já mostra o que vai ser o filme: intenso, com uma forte preocupação com papel humano em guerras, mas sem poupar o espectador de violência e situações extremas. E isso se perpetua ao longo das quase três horas de duração, onde acompanhamos a jornada de um pelotão (Tom Hanks, Vin Diesel, entre outros) que atravessa guerras, conflitos e cenários caóticos para encontrar o Soldado Ryan (Matt Damon), um rapaz que perdeu todos seus irmãos durante a guerra e, agora, deverá voltar aos braços da mãe. Poderoso e aflitivo, é difícil não criar empatia e laços com os personagens, que vão ganhando camadas de personalidade conforme a trama avança -- e, vale dizer, a duração longa não é um problema. Assim, ao lado de ‘Apocalypse Now’, ‘Platoon’ e ‘Nascido para Matar’, é experiência obrigatória para fãs do gênero no cinema.