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‘Bacurau’ é líder de bilheteria em “cinemas virtuais” dos EUA

Após o sucesso no Brasil, o filme ‘Bacurau‘ encontrou percalços no mercado norte-americano. Afinal, estreou em 6 de março e, rapidamente, foi prejudicado pela pandemia do novo coronavírus. Faturou apenas US$ 58 mil nos EUA. Mas, agora, achou espaço nos chamados “cinemas virtuais” – e se tornou líder de bilheteria.

Esse formato permite que os espectadores comprem o ingresso de salas de exibição. Ainda que o filme seja reproduzido na televisão de casa, se torna uma experiência parecida com a do cinema. Afinal, é preciso achar uma sala com o título, pagar pelo ingresso e assistir o filme uma única vez.

Ou seja: é uma espécie de video on demand transacional (TVOD), quando o usuário paga especificamente por um conteúdo em determinado tempo.

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Nesse formato, ‘Bacurau’ faturou US$ 100 mil entre os dias 19 de março e 30 de abril, sendo o longa que gerou a maior bilheteria na plataforma de “cinema virtual” Kino Marquee. Ficou à frente de outros filmes como a comédia ‘Extra Ordinary’ (US$ 79 mil apenas em digital) e o drama inglês ‘Você Não Estava Aqui‘, de Ken Loach (US$ 35 mil).
‘Bacurau’ surpreendeu nos cinemas americanos (Crédito: Divulgação/Vitrine Filmes)
Dessa forma, o longa-metragem de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles fez uma boa carreira nos cinemas norte-americanos. Somado ao faturamento dos cinemas tradicionais, antes da pandemia, ‘Bacurau’ cravou a receita total de US$ 158 mil no mercado audiovisual do Estados Unidos. Mais de R$ 910 mil, em valores atuais. Nas próximas semanas, ainda, o longa-metragem ficará disponíveis nas plataformas tradicionais de video on demand, de compra e aluguel digitais.

Os “cinemas virtuais”

Antes inexistentes, as plataformas de “cinema digital” surgiram como uma aposta em tempos de pandemia e isolamento social. Ainda que exiba o filme em casa, a ideia é manter um quadro de títulos em cartaz e com exibições únicas. O espectador, assim, precisa escolher o que assistir e pagar uma vez. Com isso, a receita foi revertida para os cinemas locais fechados por conta do coronavírus. Foi uma maneira de ajudar na manutenção das salas. No entanto, agora, o formato surge como mais uma prova de que o video on demand está se fortalecendo e mostrando que consegue atingir bons números. Antes disso, a Universal Pictures surpreendeu o mercado ao ver o filme ‘Trolls 2’, lançado direto no formato digital, bater os US$ 100 milhões. Já no Kino Marquee, a perspectiva é bater o faturamento de US$ 400 mil em breve. No Brasil, ainda não há nenhuma iniciativa do tipo entre exibidores.
Matheus Mans

Jornalista especializado em cultura e tecnologia, com seis anos de experiência. Já passou pelo Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites, sempre falando de cinema, inovação e tecnologia. Hoje, é editor do Filmelier.

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