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Feito na pandemia, ‘A Garota Invisível’ fala de amor e amizade na adolescência

Antigamente, o amor platônico não era facilmente revelado. Era preciso que uma carta ficasse exposta ou, ainda, que um amigo revelasse o segredo. Agora, com a internet, essa situação mudou de patamar. É muito mais fácil ficar exposto para os outros, enquanto segredos são revelados com apenas um clique. E é exatamente isso que mostra ‘A Garota Invisível’, filme que está chegando ao streaming nesta semana.

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Dirigido por Maurício Eça (de ‘Carrossel’), o longa-metragem acompanha a história de uma garota (Sophia Valverde) que é apaixonada por um rapaz popular de sua escola. No entanto, esse amor platônico acaba sendo revelado para todos quando, sem querer, ela transmite um vídeo para todos se declarando para o menino. É o início de um romance turbulento.

Sophia Valverde é a protagonista do longa-metragem, após ficar à frente da novela ‘As Aventuras de Poliana’ (Crédito: Divulgação/Synapse)
Afinal, de um lado, a protagonista Ariana precisa sair da invisibilidade que sempre esteve acostumada em sua vida. Do outro, o popular garoto por quem ela é apaixonada começa a flertar com sua nova paixão, enquanto a atual namorada faz de tudo para não ser deixada de lado. Por fim, o melhor amigo (Matheus Ueta) precisa lidar com uma paixão represada.

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“É a minha primeira protagonista nos cinemas”, diz Sophia Valverde em entrevista exclusiva ao Filmelier. “Claro que a responsabilidade é maior, mas os ensaios e a produção ajudaram muito. O maior medo é que eu queria fazer o que eles estavam esperando da Ariana, estava muito ansiosa. Ficou um filme muito legal e eu espero que as pessoas também gostem”.

Cada um no seu quadrado

Durante o filme, fica evidente que o diretor Maurício Eça se esforçou para que os atores se encontrassem o mínimo possível — só há uma ou outra cena entre Valverde com Matheus Ueta e outra com o novo par romântico, vivido por Guilherme Brumatti. Isso acontece pois ‘A Garota Invisível’ foi totalmente concebido e gravado durante a pandemia do novo coronavírus. Dessa forma, para escapar de cenas externas e que exigissem contato entre os atores, Eça gravou com equipe reduzida, cada um na sua própria casa. “Nós estávamos em maio, entediados com tudo isso que estava acontecendo”, conta Marcelo Braga, produtor. “Fizemos, então, um filme na pandemia sem falar da pandemia já que ninguém aguenta mais isso”.
O elenco de ‘A Garota Invisível’ precisou atuar à distância, sem contato, por conta da pandemia (Crédito: Divulgação/Synapse)
Para atuar, o ator precisava entrar no ritmo do que seu parceiro de cena tinha feito antes. Era o próprio Maurício Eça ou algum assistente de direção que dava as falas e os diálogos de cada um, tirando um pouco daquela magia do “tête-à-tête”. “A maior dificuldade era atuar com o nada. A gente dava nossa fala e não era o outro ator que respondia”, conta Matheus Ueta. Para Eça, que está há meses tentando colocar os filmes sobre Suzane von Richthofen nos cinemas após a pandemia, essa pode ser uma nova maneira de fazer filmes. “Acredito que essa maneira de filmar com equipe reduzida, usando a criatividade, pode trazer alguma coisa para o ‘novo normal'”, diz. “Acho que a gente aprendeu que podemos trabalhar até na adversidade”.

Lições de ‘A Garota Invisível’

Independente do filme ter sido gravado à distância ou não, o elenco se mostrou entusiasmado com a mensagem que a fita deve passar àqueles que enfrentam o ambiente escolar. Afinal, apesar da trama romântica ser o cerne da questão, ‘A Garota Invisível’ trata de alguns temas sérios vistos no dia a dia da escola, como invisibilidade, bullying e coisas do tipo.
“Tocamos em alguns temas tão fortes e tão atuais nesse filme, como a questão da internet, do bullying, essa coisa da garota invisível, pessoas que gostariam de ser uma coisa e não são. E a gente trata tudo isso de uma forma muito leve, trazemos à tona essa discussão”, afirma Eça. “É um filme com um assunto universal, sobre férias de moleque depois do ano escolar”. Por fim, Matheus Ueta resume bem a ideia por trás de ‘A Garota Invisível’. “A responsabilidade do filme é grande. Você tem que tratar esses temas de uma forma leve. E a mensagem tem que ser passada claramente”, diz. “Principalmente a questão da mensagem principal: você não é invisível, ninguém é invisível. Sempre tem alguma pessoa olhando por e para você”.

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Matheus Mans

Jornalista especializado em cultura e tecnologia, com seis anos de experiência. Já passou pelo Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites, sempre falando de cinema, inovação e tecnologia. Hoje, é editor do Filmelier.

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