Após escândalo, Globo de Ouro adiciona 103 novos votantes para maior diversidade
A Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (mais conhecida pela sigla em inglês, HFPA) adicionou 103 novos votantes ao grupo que é envolvido com a premiação do Globo de Ouro. A medida acaba por dobrar de tamanho o corpo de votação, na busca por uma maior diversidade após os escândalos que assolaram a organização.
Valendo lembrar que a edição de 2022 aconteceu de modo fechado após um artigo do Los Angeles Times expor que a HFPA, na época com 87 pessoas, não tinha nenhum membro negro, resultando em diversas críticas e um boicote generalizado da indústria audiovisual.
A associação anunciou o plano de aumentar o corpo de votação em julho. No entanto, é importante ressaltar que os novos eleitores não estão ingressando como membros da HFPA. Na verdade, essa é a primeira vez que o Globo de Ouro terá não-membros votando na premiação.
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O por quê disso? Como de costume, dinheiro. O movimento vai permitir que a HFPA conte com um grupo de votação maior – e consideravelmente mais diversificado – sem ter que pagar aos novos eleitores os mesmos US$ 75.000 que a ela pretende remunerar a cada um de seus membros após ser adquirida pela Eldridge Industries e se tornar uma organização com fins lucrativos no início deste ano.
Segundo informações noticiadas pela Variety, a HFPA forneceu, através de um comunicado, estatísticas demográficas dos novos eleitores: 22,3% são latinos, 13,6% são negros, 11,7% são asiáticos, 10,7% são do Oriente Médio e 41,7% são brancos, com 58,3% se identificando como “etnicamente diversos”. Além disso, o órgão de votação agora representa uma faixa geográfica mais ampla, com 43,5% dos eleitores da Europa, 18,5% da América Latina, 17% da Ásia, 9% do Oriente Médio e 7% da África. “Nosso trabalho não está completo, pois continuaremos a identificar e recrutar membros adicionais e eleitores não membros para expandir, diversificar e fortalecer o Globo de Ouro, mantendo seu sabor internacional único”, disse Neil Phillips, que, desde novembro de 2021, atuou como o primeiro diretor de diversidade da HFPA. “Continuamos comprometidos em reformular e aumentar o corpo de votação, preservando a capacidade de tomar decisões de premiação de qualidade com integridade.”, arrematou ele. Embora seja sabido que a premiação negocia sua volta à televisão, mais informações sobre o assunto ainda não foram divulgadas.
Jornalista cultural e entusiasta das artes. Já fez parte da redação de grandes sites brasileiros como R7 e CARAS digital, além do portal internacional, Her Campus. Foi assistente de redação no Filmelier.