‘Halloween Ends’ dá o esperado fim à saga de Laurie Strode contra Michael Myers

Tudo começou em 1978, quando John Carpenter foi um dos precursores de um novo gênero de filmes de terror ao vestir um assassino com a máscara modificada do capitão Kirk, de ‘Star Trek’, em ‘Halloween: A Noite do Terror’. O resto vocês sabem! Mas toda história precisa de um fim: a eterna luta de Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) finalmente se encerra em ‘Halloween Ends‘, já em cartaz nos cinemas.

O filme encerra uma franquia que começou nos anos 1970 e ressurgiu em 2018, com o comando de David Gordon Green – em uma nova trilogia composta por ‘Halloween‘, ‘Halloween Kills‘ e agora, ‘Halloween Ends’. Os novos longas são uma sequência direta do original, ignorando completamente as sequências que vieram entre os anos 1980 e 2010. Depois de um excelente primeiro longa, David Gordon Green entregou uma continuação razoável em 2021, mas que abriu caminho para um desfecho.

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A produção de 2018 também foi a retomada do slasher, subgênero do terror que andava fora do radar e que voltou com tudo: ‘Pânico‘ ganhou outro filme, ‘O Massacre da Serra Elétrica‘ também, Chucky agora tem uma série e a lista só continua.

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Laurie Strode merece dias de glória desde 1978

‘Halloween Ends’ consegue – em todos os sentidos possíveis – honrar a luta de Laurie Strode e toda uma geração de mulheres fortes. Em 1978, Strode foi a “final girl” que sobreviveu ao massacre do sanguinário Michael Myers no Dia das Bruxas na cidade de Haddonfield, Illinois (EUA).

Desde então, as continuações reforçam que Myers simplesmente não morre. Em ‘Kills’, a cidade inteira dá uma surra e ele continua vivo. Chega a ser exaustivo torcer por essa morte. Por isso, uma das esperanças de ‘Ends’ é que, de fato, este seja o fim do serial killer. Mas antes há uma trama de superação.

Laurie Strode perdeu todos que ama por conta de Michael Myers: a filha dela foi uma das vítimas, assim como seus amigos. Após passar um tempão escondida se preparando para enfrentá-lo e falhar na missão, ela decide viver um pouco e passa quatro ótimos anos com a neta, Allyson (Andi Matichak).

O novo filme foca na dinâmica das duas: Laurie volta a se preocupar com sua aparência, a flertar e quer arrumar um namorado para Allyson. Infelizmente, há sempre alguém na cidade para culpá-la do passado sangrento da região, ainda que Laurie não tenha culpa de um psicopata tê-la perseguido. Falta empatia dos habitantes de Haddonfield.

Uma nova cara ao slasher

‘Halloween Ends’ agrega todo um contexto de bullying ao trazer um personagem novo, Corey (Rohan Campbell), que também é julgado pelo o que já passou. Ele é um rapaz que tinha um futuro brilhante, mas se envolve em um crime acidentalmente e passa a ser considerado um maníaco matador de crianças em Haddonfield.

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A narrativa de Laurie e de Allyson se junta a de Corey. No entanto, vemos aí praticamente uma história de origem ao estilo do Coringa sendo construída. Corey era inocente, doce e uma vítima, mas ele acaba se deixando levar pela vingança e envolve Allyson no meio disso. Ele acaba cruzando o caminho de Michael Myers que, para surpresa de todos, não o mata e eles desenvolvem uma relação bizarra.

Essa trama abre espaço para “copycats”, pessoas que copiam o grande vilão, algo que ainda não tinha aparecido na franquia criada por John Carpenter e que é bem comum em ‘Pânico’, por exemplo. Há também a história de se sentir como um intruso na cidade em que mora e de como o mal é algo sempre presente em todos nós. Essa premissa, aliás, dá um bom gancho para outros filmes. Mas, por enquanto, vamos acreditar que este é o fim de ‘Halloween’.

Por outro lado, o longa deixa a desejar no quesito mortes. Há bem menos do que nos capítulos anteriores, o que me faz pensar que essa é a ideia David Gordon Green: abrir um novo caminho para o slasher. Ele não coloca nada ali por acaso. Cada passo do assassino é pensado e tem uma motivação. Michael Myers matava por matar nos outros volumes da franquia, apesar do grande foco ser Laurie.

Esse novo estímulo dá uma outra cara para o subgênero. Você sabe quem vai morrer e torce por isso. Claro, não podemos justificar mortes, mas são apresentados personagens tão detestáveis que infelizmente surge esse sentimento. Apesar disso, o desejo para que o bem prevaleça segue sendo um mote importante de ‘Halloween Ends’.

Por mais que Laurie e Allyson tenham seus problemas, queremos que elas vençam o mal e que Myers tenha o que merece. É meio óbvio que estamos acompanhando essa trilogia justamente por isso, né? Depois de três filmes, é ótimo ver que Green segue honrando o legado de Carpenter e coloca a força feminina sempre em primeiro lugar.

Mas afinal, ‘Halloween Kills’ entrega o que os fãs querem? Sim, há sangue, gore e muitos “jump scares” – dos melhores. Agora, não vamos dar spoilers, mas o final é bastante satisfatório, ainda que melodramático. Mostra que enquanto existirem pessoas boas, o mundo há de continuar girando.

Curioso para saber que vai acontecer com Michael Myers? Veja aqui mais informações sobre ‘Halloween Ends’ e o link para comprar ingressos.

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