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'Halloween Kills' mostra a dificuldade dos slashers seguirem em frente
Após um bom reboot, a sequência - que acaba de chegar aos cinemas brasileiros - não consegue apresentar aspectos relevantes ou novos na trama
Matheus Mans | 15/10/2021 às 11:12 - Atualizado em: 15/10/2021 às 13:48
A premissa de ‘Halloween: A Noite do Terror’, de 1978, é bem simples de ser compreendida: um homem usando uma máscara maltrapilha do capitão Kirk persegue pessoas e as mata da maneira mais violenta possível — com a jovem Laurie (Jamie Lee Curtis) sendo uma verdadeira pedra no sapato no caminho do serial killer. Com essa simplicidade, fica a dúvida: como ter sequências que façam sentido e, ainda assim, mantenham a essência?
Essa franquia, que foi uma das primeiras do cinema de slasher nos Estados Unidos, mostrou que o caminho não é fácil. Reviravoltas familiares, tentativa de transformar Michael Myers em um ser quase sobrenatural e outras possibilidades foram exploradas nos filmes subsequentes, mas sem sucesso. Não é à toa que a história passou por uma espécie de reboot em 2018, ao ‘Halloween’ dar sequência ao longa de 1978 e ignorar o restante.

Só que agora, em 2021, esse problema crônico do cinema de slasher volta a aparecer. ‘Halloween Kills: O Terror Continua’, que chega aos cinemas brasileiros nesta semana, apresenta as mesmíssimas limitações vistas há quatro décadas quando David Gordon Green, o cineasta que também comandou o longa de 2018, corre para os braços da crítica social (e do sobrenatural) nessa tentativa de sobrevida. A nostalgia já foi uma carta usada em ‘Halloween’. Agora, é preciso de novos caminhos.
Slashers acontecem como tragédia e se repetem como farsa
No filme, vemos Laurie no hospital logo após os acontecimentos do longa anterior. Está combalida, fora de combate. Com isso, outros personagens que fizeram parte do passado de Myers retornam — mais especificamente, quatro sobreviventes. A partir daí, ainda na mesma noite de Halloween de 2018, esse grupo começa uma revolta popular para caçar o assassino mascarado. É a justiça com as próprias mãos, retratada bem ali nas telonas.
É, como dito, a tentativa de criar algo a mais que realmente sustente e justifique a existência de uma sequência como ‘Halloween Kills’. Não teria como recorrer à nostalgia, já que é uma carta usada em 2018. Explorar o passado de Myers de novo? A trama dos irmãos já foi demais, na sequência dos anos 1980. Enquanto isso, a personalidade do psicopata não tem espaço para ir além. Ele é raso, plano, assim como vemos e conhecemos.
Essa dificuldade em encontrar novos caminhos para o slasher é algo que se repete incessantemente desde a gênese do subgênero. ‘Sexta-feira 13’, por exemplo, funcionou até o segundo filme de 1981, quando o vilão Jason finalmente foi explorado — vale lembrar que, no longa de 1980, demora a ser revelado o assassino. Depois, ladeira abaixo, com tramas repetidas de Jason matando tudo e todos. Afinal, como explorar mais o personagem?

O destino de ‘Sexta-feira 13’ acabou se cruzando de maneira melancólica também com ‘A Hora do Pesadelo’, do vilão Freddy Krueger. Afinal, depois do assustador longa de 1984, a franquia novamente esbarrou nessa dificuldade vista agora em ‘Halloween’: personagens rasos, poucas formas de manter a trama interessante, mesmice. Os produtores, então, criaram histórias que unem esses dois universos, como o terrível ‘Freddy x Jason’.
A vida dos slashers, então, foi curta. Começou nos anos 1970, com ‘O Massacre da Serra Elétrica’ e ‘Halloween’ — ou, para alguns, nos anos 1960, com ‘Psicose’ — para depois ganhar popularidade com ‘Sexta-feira 13’, ‘A Hora do Pesadelo’ e, bem no finalzinho, ‘Brinquedo Assassino’. Nos anos 1990 se renovou com ‘Pânico’, de Wes Craven (mesmo criador de ‘A Hora do Pesadelo’) e ‘O Mistério de Candyman’. Mas, de novo, parou por aí.
Não é só ‘Halloween Kills’...
Não há caminhos, possibilidades. As pessoas querem violência no slasher. Ok, isso é algo, então, que precisa continuar — as mortes gráficas, sofrimento, tortura e por aí vai. Para dar um tempero, roteiristas passam a ter dois caminhos: explorar a personalidade dos personagens, dando mais camadas, ou colocar em novas situações. As novas situações geralmente são esses enfrentamentos (‘Freddy x Jason’) ou mudanças no tom, que só funcionam por um filme ou dois (com ‘Halloween’, ficou em um só).
De resto, é difícil colocar significado na história. Como dito, os assassinos são planos, rasos. Não tem como dar um significado profundo e interessante para um cara usando uma máscara de capitão Kirk. Já os tais sobreviventes (Laurie ou a Sidney, de ‘Pânico’) não geram tanto interesse quanto os serial killers e sempre ficam em segundo plano. Não funcionaria, de forma alguma, um longa-metragem centrado apenas neles.
Com isso, observa-se uma dificuldade permanente e recorrente para os filmes de slasher se reinventarem. Hoje em dia, essa tentativa se renova. Não só ‘Halloween Kills’ tentou (e falhou) agora, mas Chucky ganhou um novo filme em 2019 — recepcionado de maneira morna por público e crítica — e ‘Pânico’ terá uma nova versão em 2022. Só ‘A Lenda de Candyman’ que surpreendeu. Mas, afinal, já era um slasher com crítica social nos anos 1990.
Além disso, é visível como a Netflix está correndo atrás do gênero, com produções como ‘Rua do Medo’ e, mais recentemente, ‘Tem Alguém na Sua Casa’. Ambos os filmes trazem personagens mais modernos, com dilemas contemporâneos, mas não funcionam tão bem: o espectador de slasher quer assassinos mais bizarros, mortes violentas e vítimas que não demandam tanta atenção. Aqui, com essa pegada moderna, isso se perde.
Fica uma dúvida, então, de como seguir com o slasher. Melhor: se devemos realmente seguir com o subgênero. Nos últimos anos, só ‘A Morte te Dá Parabéns’ funcionou -- e apenas no primeiro filme. Será que Hollywood vai conseguir reavivar o gênero como Wes Craven o fez nos anos 1990? A sensação é de que não dá mais para olhar tanto para o passado. É preciso de novas ideias e, principalmente, não abusar desses sucessos.
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Jornalista especializado em cultura, gastronomia e tecnologia, cobrindo essas áreas desde 2015 em veículos como Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites. Já participou de júris de festivais e hoje é membro votante da On-line Film Critics Society. Hoje, é editor do Filmelier.

Jornalista especializado em cultura, gastronomia e tecnologia, cobrindo essas áreas desde 2015 em veículos como Estadão, UOL, Yahoo e grandes sites. Já participou de júris de festivais e hoje é membro votante da On-line Film Critics Society. Hoje, é editor do Filmelier.
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