Mercado de streaming

Netflix reduz qualidade do streaming para evitar congestionamento da internet na Europa

Com diversos países da Europa decretando quarentena para evitar o avanço da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (o SARS-COV-2), o entretenimento dos europeus é, agora, assistir a filmes e jogar games. A questão é que o maior consumo pode esbarrar nos gargalos da internet, causando queda de conexão não só de quem está se entretendo, mas dos serviços de saúde e das redes de comunicação.

Para evitar problemas, a Netflix anunciou nesta quinta (19) que irá reduzir, por 30 dias, o bit rate dos usuários na Europa. O bit rate é a taxa do fluxo de transferência do vídeo – ou seja, quanto maior, melhor a qualidade da imagem, mas também maior consumo de banda da internet.

Ao Business Insider, um porta-voz da empresa confirmou a medida após um pedido da União Europeia. “Nós estimamos que isso irá reduzir o tráfego da Netflix nas redes europeias em 25%, ao mesmo tempo que garante a qualidade do serviço para os nossos assinantes”. De acordo com estimativas, 70% do tráfego da internet, hoje, é de vídeo.

Em média, uma hora de um filme ou episódio assistido em HD na plataforma consome cerca de 4 GB de dados, enquanto em definição padrão esse valor cai para 1 GB. A Netflix não informou de quanto será a redução, mas, julgando pela estimativa dada de 25%, ela não será tão grande – a maioria dos usuários não deve sentir nenhuma diferença.
Sede da Netflix em Los Gatos, Califórnia (crédito: divulgação / Netflix)

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Vale lembrar que as plataformas, habitualmente, definem a resolução da imagem e o bit rate de acordo com a especificação do equipamento e a qualidade da internet do usuário – por isso a imagem “fica ruim” quando a sua conexão não está boa, por exemplo. Porém, esse valor pode ser definido manualmente, o que está levando a algumas pessoas a defenderem nas redes sociais que os usuários do streaming definam manualmente a resolução da imagem para “padrão”, salvando alguns gigabytes. Outra sugestão do Filmelier é, em plataformas que permitem baixar previamente filmes e episódios de séries (como Apple TV, Amazon Prime Video e a própria Netflix), o usuário faça o download na madrugada anterior, período naturalmente com menor uso de internet. Dessa forma, na hora de assistir, você não aumenta a chance de gargalos na rede. Com a chegada da quarentena a outros países, é possível que a medida seja ampliada – e que também seja adotada pelos concorrentes. Independente da qualidade da imagem, a nossa dica neste momento é: fique em casa (e assista a um filme).
Renan Martins Frade

Jornalista especializado em cinema, TV, streaming e entretenimento. Foi por 11 anos editor do Judão e escreveu para veículos como UOL, Superinteressante e Mundo dos Super-Heróis. Também trabalhou com a comunicação corporativa da Netflix. Foi editor-chefe do Filmelier.

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Renan Martins Frade

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